Após saída de Eike Batista, Brix planeja mais leilões na plataforma de energia

Para elevar a liquidez no mercado físico, uma das estratégias é abrir mais espaço para a realização de leilões de energia

Reuters

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SÃO PAULO – A Brix, plataforma de negociação de energia elétrica, quer elevar a liquidez em 2014 e, entre as ações para alcançar essa meta, está a realização de mais leilões, enquanto trabalha para iniciar as operações de derivativos de energia.

A plataforma tem 180 usuários registrados atualmente, representando cerca de 65 por cento do movimento do mercado livre de energia do país, segundo o presidente Levindo Santos, mas apenas um terço usa o ambiente com frequência diária.

Para elevar a liquidez no mercado físico, uma das estratégias é abrir mais espaço para a realização de leilões de energia. A intenção é realizar até 4 leilões por mês no primeiro semestre — 2 de interessadas que queiram utilizar a plataforma para realizar o evento e 2 da própria Brix.

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“Aumento de liquidez passa por entregar para o mercado o que ele precisa…o mercado gosta de transacionar energia através de leilão”, disse Santos, ao explicar que passou a disponibilizar a ferramenta de leilão no fim de 2013. Desde então, a Eletronorte, do grupo Eletrobras, e a comercializadora Compass, fizeram leilões usando a plataforma.

“A partir do segundo semestre eu devo ter já absorvido as principais variações nos certames para criar alguma coisa que já seja pronta para ser usada…e estar com capacidade de fazer muito mais, com muito mais frequência”, disse.

Além desses, a Brix pretende fazer até outros dois “leilões Brix” mensais no primeiro semestre, que serão, na prática, agrupamento de ofertas existentes em leilões específicos com datas agendadas. “São leilões para produtos mais sazonais ou mais demandados em períodos específicos, e que congreguem interessados na compra e na venda”, explicou o executivo. O calendário de leilões ainda não está fechado.

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Criada em 2011, a Brix entra na segunda fase de seu desenvolvimento, prevista dentro do planejamento estratégico, num momento que coincide com a saída do acionista Eike Batista da companhia. O empresário vendeu sua fatia a outros acionistas da Brix no final de 2013, em meio à recuperação judicial e situação deficitária de outras companhias do empresário.

A Brix segue com os outros acionistas — a ICE Intercontinental Exchange e os empresários Marcelo Parodi, Roberto Teixeira Costa e Josué Gomes da Silva — que mantêm participações equilibradas na empresa, segundo Santos.

O executivo, que assumiu o posto na Brix em agosto, disse que o momento agora, após estruturação e montagem do negócio, é de forte trabalho do setor comercial em busca de aumento do número de usuários e do uso da plataforma pelos usuários existentes.

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Mas a Brix também continua mantendo conversas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e trabalha para formalizar ainda neste primeiro trimestre o pedido de autorização para se tornar um mercado de balcão organizado. Ao receber a autorização, a Brix iniciará a negociação de derivativos futuros de energia com risco bilateral.

Já a criação de uma clearing house (câmara de compensação) não é considerada. A ICE, acionista estratégica da Brix, mantém negociações para criar uma clearing com a Cetip e, no futuro, essa pode ser uma opção para a Brix buscar o serviço.