Após pressão de minoritários, Omega faz nova proposta para incorporação de empresa-irmã; ações têm alta de 3% na Bolsa

Segundo analistas do mercado financeiro, nova relação de substituição na combinação de negócios foi estratégia acertada

Mariana Zonta d'Ávila

Omega Energia (Divulgação)

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SÃO PAULO – A Omega Geração (OMGE3) informou na quinta-feira (7), em fato relevante, após pressão de acionistas minoritários, a alteração das condições para a incorporação da Omega Desenvolvimento, sua empresa-irmã.

Segundo a companhia, foi aprovada uma nova relação de troca entre as ações de Omega Geração (listada) e Omega Energia. Agora, cada ação OMGE3 dará direito a seu detentor 2,0536 ações de Omega Energia (ante 1,4898 anteriormente). Neste novo cenário, os acionistas da Omega Geração possuirão 80% da companhia combinada, acima dos 74,4% na relação anterior.

A notícia foi bem recebida pelo mercado financeiro, com alta das ações na Bolsa brasileira. Os papéis OMGE3 fecharam o pregão com alta de 2,90%, negociados a R$ 33,39. Na máxima do dia, as ações chegaram a subir 6,63%, a R$ 34,60.

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Na avaliação da casa de análise Levante, a alteração anunciada pela Omega é favorável e a expectativa é de uma reação positiva do mercado com relação às ações da companhia.

Os analistas chamam atenção para a revisão na precificação das ações da Omega Desenvolvimento, com redução de 27% em relação à proposta anterior, atingindo R$ 1,966 bilhão.

“Embora sinérgica, o empecilho para a fusão era precisamente a avaliação financeira da Omega Desenvolvimento, cujo potencial reside principalmente em projetos em fase de desenvolvimento sem PPAs [contratos de energia elétrica] contratados. Portanto, esses empreendimentos não somente oferecem risco de execução, como também possuem fluxo de caixa incerto, visto que o preço de comercialização da energia dependerá de condições de mercado futuras ainda desconhecidas”, escreve o time de análise.

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Isso porque, do portfólio atual da Omega Desenvolvimento, apenas 34% dos projetos, ou 717 MW, possuem PPAs celebrados. Os demais, totalizando 1,42 GW, encontram-se não contratados, segundo a Levante.

Neste cenário, a casa vê a redução do preço justo estimado para a Omega Desenvolvimento como positiva em face dos riscos adicionais que serão assumidos pelos acionistas da Omega Geração na nova estrutura.

“Os minoritários da Omega Geração investem atualmente em um veículo que detém apenas projetos operacionais, com energia já comercializada. Logo, é uma empresa com previsibilidade financeira e menores riscos operacionais, exigindo também uma menor taxa de retorno. Na nova estrutura, contudo, esses minoritários, ao adquirirem participação indireta na Omega D, assumem novos fatores de risco, relacionados à construção e negociação de empreendimentos greenfield. Portanto, a taxa de retorno exigida passa a ser maior”, completa a Levante.

A XP Investimentos também vê o movimento como positivo para a companhia, dado que a mudança endereçou dois pontos vistos com desconforto pelo mercado. Um deles foi a redução em R$ 744 milhões ao valor atribuído à Omega Desenvolvimento, garantindo uma maior atribuição de valor à Omega Geração.

Já o segundo trata da implementação de medidas de “non-compete” e “lock-up” aos acionistas controladores de ambas as companhias, o que, segundo a XP, representa um maior alinhamento entre controladores e acionistas minoritários.

“Recordando ainda que a aprovação da transação será uma decisão exclusiva dos acionistas minoritários, e se assumirmos o valuation anterior de Omega Desenvolvimento, a avaliação implícita de OMGE3 é então de R$ 55,14 por ação (ante R$ 40 por ação no cenário anterior) um upside de 70% para o preço de negociação atual”, escrevem os analistas.

A XP reiterou sua recomendação de compra para os papéis da companhia, com preço-alvo de R$ 50 – valor que, segundo os analistas, ainda não incorpora a transação.

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