Após o surgimento da Fibria, Bradesco revisa perspectivas para VCP e Aracruz

Valuations refletem, entre outras coisas, alto patamar do débito líquido e a "completamente diluída" capitalização da Fibria

Anderson Figo

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SÃO PAULO – A Bradesco Corretora revisou suas perspectivas para os ativos de VCP (VCPA3) e Aracruz (ARCZ3), elevando os preços-alvo de ambas as companhias para R$ 22,80 e R$ 3,00, respectivamente, por ativo e para 2010. Segundo os analistas, a revisão foi realizada em decorrência da fusão entre as duas companhias, que deu origem à Fibria.

Os elevados valuations, segundo a corretora, refletem, entre outras coisas, o alto patamar do débito líquido e a “completamente diluída” capitalização da Fibria. Os analistas destacaram que o Ebitda (geração operacional de caixa) da companhia, que foi de R$ 342 milhões no segundo trimestre, teria que sofrer um aumento considerável para que as ações não sejam mais consideradas caras.

Além disso, a equipe da corretora avaliou que os preços da celulose estão subindo em um nível muito lento, e que não deverá haver uma desalavancagem da Fibria. Falando em risco, a Bradesco acredita que as necessidades de refinanciamento dos débitos de R$ 14,1 bilhões da nova companhia podem necessitar, por exemplo, o aumento do custo de financiamento e a venda de ativos.

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A corretora observou que existe um aspecto “psicológico” que afeta o atual valuation da Fibria, fazendo com que os papéis da VCP e da Aracruz enfrentassem um rali “simplesmente porque os investidores decidiram pagar por um elevado múltiplo”. Neste sentido, a Bradesco manteve sua recomendação underperform – abaixo do desempenho de mercado – para os ativos da VCP e da Aracruz.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.