Após lucro bilionário, Marfrig vai pagar dividendos pela 1ª vez em uma década: o crescimento é sustentável?

Diretor de RI e CFO participaram de live do InfoMoney e falaram sobre exportações, operações na América do Norte e do Sul e o que esperar daqui para frente

Anderson Figo

Publicidade

SÃO PAULO — A pandemia de coronavírus fez disparar o consumo de alimentos no mundo, e a Marfrig (MRFG3), maior produtora global de hambúrgueres, conseguiu se aproveitar disso. Ela teve lucro líquido recorde de R$ 3,3 bilhões em 2020, com receita de R$ 67,5 bilhões no período — e anunciou que vai propor o pagamento de dividendos pela primeira vez em uma década.

“Analisando por segmentos, a operação da América do Norte atingiu Ebitda de US$ 1,4 bilhão e uma margem de 15,2% em 2020. Já a América do Sul gerou R$ 2,1 bilhões de Ebitda, com margem de 11,1% no ano passado. Vale a gente destacar os ganhos do programa de eficiência operacional. No ano de 2020 foram captados mais de R$ 390 milhões com o programa”, disse Eduardo Puzzielo, diretor de relações com investidores da companhia, em live do InfoMoney nesta segunda-feira (5).

A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo o executivo, além do programa de eficiência e os investimentos, o bom desempenho da Marfrig em 2020 reflete a vantagem competitiva da empresa de ter operações no exterior, gerando receitas em dólar, que está valorizado em relação ao real. Além disso, o preço da arroba do boi atingiu níveis recordes no ano passado.

Tang David, CFO do grupo, lembrou de uma operação feita pela companhia na qual ela usou R$ 250 milhões de caixa próprio para recomprar bonds e ao mesmo tempo emitir novos títulos de dívida com taxas menores e prazos mais longos — “esses bonds estavam pagando cerca de 7%-8% ao ano e, como nós emitimos a 3,95%, essa operação gerou uma economia de US$ 60 milhões por ano”, disse.

“Como os bonds têm vencimento em 2024/2025, são pelo menos quatro anos de redução de US$ 60 milhões ao ano, ou seja, uma redução de US$ 240 milhões em juros nos próximos quatro anos”, completou. O executivo destacou ainda que a companhia conquistou posições em rankings de sustentabilidade.

Continua depois da publicidade

Eles falaram sobre a PlantPlus, planta com foco em produtos de origem vegetal que estava à espera da aprovação de órgãos antitruste e, agora, já está em funcionamento. Puzzielo e David comentaram que 70% das receitas da companhia estão na América do Norte, então a possível queda no consumo no Brasil, diante da menor renda da população, não impacta tanto o balanço do grupo.

Os executivos falaram sobre a intenção de aumentar a proporção do segmento de industrializados na composição da receita da empresa, atualmente em 12%. “Queremos que chegue em 20% da receita”, disse Puzzielo. O segmento de industrializados é mais resiliente e com margens maiores.

Os diretores da Marfrig falaram também sobre expansão no Paraguai, força das exportações para a Ásia, possíveis operações de fusões e aquisições, iniciativas ESG, perspectivas sobre a oferta de gado e demanda por carne nos próximos anos, além do programa de recompra de ações. Assista à live acima.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.