Após início de ano difícil, Bitcoin ensaia recuperação, dizem analistas

Inflação alta e juro real negativo podem dar um empurrão na criptomoeda, segundo especialistas

CoinDesk

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Após um início de ano difícil, o Bitcoin (BTC) parece ter se estabilizado nesta semana, e alguns analistas estão prevendo que os preços podem subir.

O Bitcoin valorizou 1% desde domingo (9), depois de cair quase 12% na primeira semana de 2022. Comparando com a primeira semana de 2021, quando a criptomoeda subiu 15% e passou a ser negociada acima de US$ 50 mil, o movimento parece pequeno, mas especialistas dizem que ele pode ser um ensaio para a alta.

Os preços provavelmente se recuperarão do nível atual de cerca de US$ 42 mil, mas devem permanecer na faixa de US$ 40 mil a US$ 60 mil, disse Gavin Smith, CEO da Panxora.

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“Isso prepararia o Bitcoin para uma mudança para novas máximas no final do ano”, falou ele. “Prevemos que o catalisador para esse movimento sejam números de inflação teimosamente altos, juntamente com uma continuação de taxas de juros reais negativas.”

Uma taxa de juros “real” é ajustada pela inflação. Portanto, quando o valor é negativo, significa que os preços ao consumidor estão subindo mais rapidamente do que os rendimentos dos títulos de referência. Políticas monetárias expansionistas implementadas por bancos centrais em todo o mundo vêm incentivando a tomada de risco, uma vez que os investidores estão efetivamente perdendo valor ao manter títulos e outros instrumentos de renda fixa.

O Departamento do Trabalho dos EUA disse na quarta-feira (12) que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), indicador de inflação amplamente usado no país, subiu 7% no ano que finalizou em dezembro, ante 6,8% em novembro. Esse é o maior aumento anual desde 1982.

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Embora o BTC tenha se recuperado após cair abaixo de US$ 40 mil na segunda-feira (10), essa melhora não é nada para os padrões da criptomoeda, de acordo com Craig Erlam, analista de mercado sênior da Oanda.

“Se o Bitcoin conseguir ultrapassar US$ 45.500, podemos ver outro movimento de alta acentuada, à medida que começa a crescer a crença de que o pior da queda já passou”, escreveu ele em um boletim diário na quinta-feira (13).

Ativo de risco ou proteção contra inflação?

O Dollar Index (DXY), um índice que mostra a variação do dólar contra uma cesta de seis grandes moedas globais, caiu 0,97% nos últimos cinco dias, um movimento que geralmente é considerado de alta para o BTC e outros preços de ativos denominados em dólares.

“Isso certamente é bom para ativos de risco e tornou-se cada vez mais evidente que o BTC se enquadra nesse grupo, pelo menos por enquanto”, disse Lucas Outumuro, chefe de pesquisa da IntoTheBlock.

O Bitcoin “tem se comportado mais como um ativo de risco recentemente em meio às incertezas do mercado”, disse Lennard Neo, chefe de pesquisa da Stack Funds. “Os mercados ainda estão divididos se o BTC é um hedge inflacionário ou ativo de risco e, com o clima macro atual, espere mais volatilidade no curto prazo.”

Se o Bitcoin é visto como um ativo de risco ou como uma proteção contra a inflação depende da localidade, de acordo com Jason Deane, analista da Quantum Economics.

Nas economias desenvolvidas, o BTC é visto como um ativo de risco e está sendo negociado com base em desenvolvimentos macroeconômicos, como inflação e programas de estímulo de bancos centrais, falou Deane. Já em economias em desenvolvimento como Turquia, Brasil e Argentina, a criptomoeda se enquadra melhor no papel de hedge de inflação.

“Como resultado disso, a direção não é clara e esperamos movimentos imprevisíveis e irregulares em uma ampla faixa lateral por enquanto”, disse Deane.

Olhando para o preço do BTC a longo prazo, Deane prevê crescimento, desenvolvimento e adoção contínuos em escala global.

“Em algum momento, isso se tornará a narrativa dominante e quase certamente levará a novas descobertas de preços no futuro”, disse Deane.

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