Após frustrações, siderúrgicas devem se focar em controle de gastos

Equipe de análise do Safra acredita em 2013 melhor, mas alerta que parcerias em setor de mineração podem frustrar

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Na última semana as siderúrgicas frustraram o mercado com resultados fracos. Usiminas (USIM3, USIM5) e Gerdau (GGBR4) evidenciaram a crise no setor e foram punidas pelos investidores, enquanto a CSN (CSNA3) mostrou números um pouco melhores. Então o que esperar daqui para frente? Para a equipe de análise do Safra, a tendência entre elas parece ser o controle mais severo de custos e na aprovação de capex (investimentos em bens de capitais).

A equipe do Safra lembra que, conforme alertado pela diretoria da CSN em teleconferência, as siderúrgicas precisam buscar um cenário melhor para a demanda no mercado doméstico chinês e, assim, aumentar as margens. 

“Entretanto, enquanto isso não acontece, as companhias precisam olhar para si próprias para incrementar seu desempenho operacional”, concluem.

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Thiago Lofiego, Felipe Hirai e Karel Luketic, analistas do Bank of America Merrill Lynch, seguem a mesma linha e acreditam que as empresas devem mostrar cautela na alocação de capital e alertaram para possíveis cortes de capex no setor.

E, nessa premissa, a Usiminas larga na frente, uma vez que desde a entrada da Ternium no bloco de controle o discurso adotado é o de controle de custos. A equipe do Safra vai além e diz acreditar que o terceiro trimestre pode ter sido o último resultado ruim para a siderúrgica, já que daqui para frente o custo das matérias-primas deve recuar, garantindo uma recuperação nas margens.

“Entretanto, em nossa visão, o atual preço das ações mais do que avalia este cenário para a empresa e pode sugerir uma bem sucedida retomada para 2013”, pondera.

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O próximo ano ainda deverá ser marcado por uma queda nas importações de aço, como resultado da elevação das alíquotas. As compras no mercado externo representam atualmente 17% do mercado total, e as estimativas da Usiminas indicam que esse número poderá cair para algo em torno de 10% a 12%.

Apesar disso, a equipe do BofA adota um tom mais pessimista. Eles dizem que as teleconferências das companhias evidenciaram a falta de convicção das diretorias em futuros aumentos de preços no país e destacaram o excesso de capacidade tanto local quanto global. “A recuperação da demanda parece tímida neste momento”, escrevem.

Aumenta desconfiança com projetos na mineração
Além disso, as empresas do setor também prometem entregar resultados na mineração nos próximos anos. Apesar do otimismo das companhias, a equipe do Safra alerta que a aceitação a esses projetos mostrou uma piora recentemente, como pode ser visto na frustrada tentativa da Gerdau em encontrar um parceiro – apesar disso, ela continua como a preferida do setor, sendo a única com recomendação outperform.

“Após uma volatilidade maior de preços no segmento minerador, os investidores não estão dispostos a lidar com mais incertezas referentes aos projetos de mineração”, escrevem em relatório.