Após dispararem 18%, ações do “mundo X” perdem fôlego e fecham em queda de até 2,5%; siderúrgicas saltam 13%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve alta nesta segunda-feira (15), acompanhando os mercados internacionais e em dia de vencimento de opções sobre ações na Bovespa, que normalmente traz forte volatilidade para as ações da Petrobras e Vale. Além delas, que subiram forte hoje, chamou atenção outros papéis ligados a commodities, como as siderúrgicas, com Metalúrgica Gerdau disparando 13% e liderando os ganhos do índice. 

Durante o programa Na Mira do Trader, que é transmitido toda segunda-feira na InfoMoneyTV, o trader profissional Wagner Caetano, diretor da Top Traders, comentou que as ações da Gerdau, que para ele podem chegar até R$ 20,00 na Bolsa, ainda está dando compra. Ele também comentou sobre os papéis do Pão de Açúcar, que na sua análise, está uma “pechincha” na Bovespa (confira a íntegra do programa clicando aqui). 

Fora do Ibovespa, o destaque desta sessão ficou com as ações do “mundo X”, empresas fundadas por Eike Batista e que têm em comum a letra “X” no nome. Os papéis da MMX, ex-OGX e CCX atingiram alta de 18% na máxima do dia, entre balanços do 2° trimestre e possível acordo comercial, mas perderam fôlego e fecharam em alta de “apenas” 6%. 

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira (15):

Petrobras (PETR3, R$ 14,42, +3,67%; PETR4, R$ 12,35, +2,92%)
As ações da Petrobras subiram forte em dia de alta do petróleo no mercado internacional e vencimento de opções sobre ações na Bovespa. Lá fora, o contrato futuro do Brent subia 3,15%, a US$ 48,45 o barril, enquanto o WTI avançava 3,06%, a US$ 45,85 o barril. 

No radar da estatal, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou na sexta-feira a nova composição do Comitê de Auditoria Estatutário, com a nomeação do economista Marcelo Mesquita, em substituição a Walter Mendes de Oliveira Filho, e a designação de Jerônimo Antunes para presidência do comitê. O CAE passa a ser composto por Jerônimo Antunes, Durval.  

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Braskem (BRKM5, R$ 22,08, +8,08%)
As ações da Braskem dispararam até 8,17%, a R$ 22,10, com forte volume financeiro de R$ 31,2 milhões, contra média diária de R$ 23,8 milhões nos últimos 21 pregões, após relatório do UBS e nomeação de Everson Bassinello para o cargo de CCO (Chief Compliance Officer). O relatório do banco falou sobre o setor petroquímico, citando que a ação da companhia está “barata” na Bolsa, negociando a múltiplos baixos em relação à sua média histórica.

A Braskem informou nesta manhã que Bassinello foi nomeado diretor de compliance da empresa e se reportará ao comitê de conformidade, órgão independente da diretoria executiva, criado em maio e vinculado diretamente ao conselho da Braskem. Ele terá como principais atribuições monitoramento de exposição a riscos e dos sistemas de controles internos, gestão da auditoria interna, supervisão do Canal Linha de Ética, coordenação do comitê de etica, disseminação do código de conduta, realização de treinamentos de conformidade e supervisão das políticas empresariais ligadas a temas de conformidade, segundo o comunicado enviado ao mercado pela companhia. 

Vale e siderúrgicas 
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,44, +2,67%; VALE5, R$ 15,87, +2,85%) e Bradespar (BRAP4, R$ 10,04, +5,14%) – holding que detém participação da mineradora – subiram apesar da queda dos preços do minério de ferro nesta sessão. A commodity cotada no porto de Qingdao, na China, caiu 0,25% nesta segunda-feira, fechando a US$ 60,22 a tonelada. No radar da mineradora, a Vale ratificou a nomeação de Motomu Takahashi como membro do conselho de administração da mineradora.

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Acompanharam o movimento positivo as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,71, +7,17%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,60, +12,50%), Usiminas (USIM5, R$ 3,94, +5,91%) e CSN (CSNA3, R$ 11,15, +3,43%). 

Em relatório, o BTG Pactual destacou que a perspectiva para as siderúrgicas parece mais positiva do que as mineradoras, e mantém a Gerdau como a top pick do setor, com recomendação de compra. Segundo os analistas, em meio ao amplo potencial de reformas no País, as perspectivas para a demanda são muito mais encorajadoras do que tem sido nos últimos anos. 

B2W (BTOW3, R$ 15,20, +8,65%)
As ações da B2W dispararam 12,01%, a R$ 15,67, na máxima do dia, indo para o terceiro pregão seguido de ganhos e acumulando no período valorização de até 15%. O movimento ocorre na esteira do resultado do 2° trimestre, divulgado na noite de quinta-feira.

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A B2W, empresa que controla as marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, teve prejuízo líquido de R$ 106 milhões no segundo trimestre, aumento de 28,7% em um ano. Após o balanço, o Santander decidiu elevar a recomendação da varejista de manutenção para compra, passando o preço-alvo de R$ 16,00 para R$ 18,50. Os analistas destacaram que a B2W postou números melhores com contribuição positiva do mercado. Além disso, o Ebitda registrou aumento e houve um controle rigoroso de despesas.

Sabesp (SBSP3, R$ 30,36, +3,05%)
A Sabesp chegou a cair 1,22% mais cedo, mas virou para alta com mercado reagindo ao balanço acima do esperado pelos analistas. O BTG Pactual comentou que o resultado veio forte, com recuperação de volume tanto de água (que cresceu 5,5%) quanto esgoto (+6,3%), contra volume total do 1° trimestre que cresceu somente 2% na comparação anual. Já o Santander destacou os números vieram acima da expectativa, com bom resultado financeiro, volumes acima do esperado e Ebitda de R$ 1,13 bilhão, com uma leve melhora nos custos que se beneficiou de uma reversão de provisão de R$ 38 milhões relacionada ao recebimento de precatórios dos municípios de Guarulhos e Mauá. O banco reiterou recomendação de compra das ações após o balanço. 

No segundo trimestre, a Sabesp registrou um lucro líquido de R$ 797,5 milhões, resultado mais de duas vezes maior que os R$ 337,3 milhões de um ano antes. Enquanto isso, as receitas de venda de bens e serviços da companhia cresceu 22% no período, somando R$ 3,4 bilhões, ao passo que os custos e despesas cresceram 19%, para R$ 1,74 bilhão. A empresa teve uma variação positiva em R$ 251,9 milhões nas despesas com variações cambiais sobre empréstimos e financiamentos por conta da maior desvalorização do dólar frente ao real no segundo trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado.

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CPFL Energia (CPFE3, R$ 23,35, +2,28%) 
Dois controladores da CPFL Energia aceitaram vender suas participações na companhia para a chinesa State Grid Corp., de acordo com duas pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pela Bloomberg. Bonaire e o fundo de pensão Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, anteciparam o aval, ainda informalmente, para a oferta da State Grid de comprar os combinados 44,5% que os dois acionistas detêm na empresa por R$ 25 a ação. 

A venda elevaria a participação da State Grid na CPFL para 68,1%. Os termos são os mesmos oferecidos para a compra da fatia da Camargo Corrêa em julho, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a informação não é pública. O acordo deve ser anunciado em poucas semanas, segundo uma das pessoas. A regulamentação do mercado de capitais brasileiro exige que State Grid estenda os termos da oferta para demais acionistas do bloco de controle da empresa, no chamado tag along. A aquisição da participação da Camargo Corrêa está em processo de due diligence, que termina em duas semanas, segundo uma terceira fonte. Assim que acordo for assinado, State Grid tem que enviar carta de oferta para os demais controladores, que têm 30 dias para se manifestar. A CPFL, Bonaire e State Grid não quiseram comentar. O Previ disse que analisa tecnicamente a oportunidade, com foco no melhor interesse de seus associados. 

Estácio e Kroton
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada nesta segunda-feira (15), os acionistas da Estácio (ESTC3, R$ 17,79, +1,31%) aprovaram a realização da fusão com a Kroton (KROT3, R$ 14,80, -0,34%) sem a necessidade da realização de uma OPA (Oferta Pública de Ações) por parte da Kroton, algo que é exigido pelo estatuto social da companhia.

Além disso, os acionistas da Estácio aprovaram, por unanimidade, toda a operação para a fusão das duas empresas da forma como foi estipulada, além de autorizarem a subscrição, pelos administradores da companhia, das novas ações a serem emitidas pela Kroton.

A companhia ainda ressaltou que são necessárias as aprovações por parte dos acionistas da Kroton, aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e possíveis recursos por parte de terceiros.

A Estácio também informou que divulgará em data próxima, em conjunto com a Kroton, um fato relevante indicando a data em que a operação será efetivamente consumada, data na qual as ações de emissão da Estácio deixarão de ser negociadas e quando os acionistas da companhia receberão as novas ações de emissão da Kroton.

Tecnisa (TCSA3, R$ 2,76 -3,16%)
A Tecnisa registrou números fracos, com o aumento no prejuízo mais do que compensando a geração de caixa de R$ 83 milhões, comentaram analistas do Credit Suisse. A construtora teve prejuízo líquido de R$ 91,81 milhões entre abril e junho, revertendo o lucro líquido de R$ 31,34 milhões um ano antes. Já a receita líquida da companhia caiu 72,7%, para R$ 100,53 milhões. A queda das vendas brutas da empresa levou à redução da receita no segundo trimestre e da reversão do lucro líquido.

Em relatório, os analistas do banco suíço comentaram ainda que, apesar do grande esforço da companhia de reduzir as despesas (que registrou queda de 32% na comparação anual), o “backlog” (carteira de pedidos) está em R$ 117 milhões, queda de 34% na comparação trimestral, indicando que o reconhecimento de receita futura vai ser muito dependente das vendas, especialmente das unidades acabadas, que representam 62% do estoque. Com isso, eles acreditam que o prejuízo pode aumentar, caso nao aconteça um aumento na velocidade de vendas e, consequentemente, não acelerando uma redução da alavancagem. 

No segundo trimestre, as despesas gerais e administrativas da companhia caíram 38%, para R$ 28 milhões, com um consumo de caixa de R$ 3,28 milhões. A Tecnisa informou também que teria geração de caixa de R$ 79,7 milhões se considerada a redução de R$ 83 milhões da dívida líquida dos projetos consolidados por equivalência patrimonial.

Wilson Sons (WSON33, R$ 32,55, 0,0%)
As ações da small cap Wilson Sons disparam após registrar lucro líquido de US$ 25,9 milhões no segundo trimestre de 2016, alta de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita líquida teve baixa de 12,9%, passando de R$ 129,7 milhões para R$ 113 milhões.

O Ebitda somou R$ 36,9 milhões, 5,2% abaixo dos R$ 38,9 milhões do mesmo período do ano passado. “O lucro de US$ 25,9 milhões foi impulsionado pelas variações na taxa de câmbio, embora o contínuo fraco cenário macroeconômico brasileiro tenha contribuído para um resultado no Ebitda 5% abaixo no segundo trimestre de 2016 em relação ao comparativo de 2015″, disse a empresa em seu comunicado de resultados. 

Cemig (CMIG4, R$ 9,80, +2,08%)
A Cemig divulgou lucro líquido consolidado de R$ 202,124 milhões no segundo trimestre deste ano, o que corresponde a uma queda de 62,17% na comparação com o resultado reportado no mesmo período de 2015. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 676,67 milhões entre abril e junho, o que corresponde a uma baixa de 45,09% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda da companhia passou de 22,85% para 14,24% na mesma comparação. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio impactado por alguns eventos não-recorrentes (positivos e negativos), como reconhecimento do pagamento maior do RBSE e na ponta negativa o custo de demissão e provisões relacionadas ao FIP Parati. O Ebitda reportado ficou em R$ 677 milhões, mas, se ajustado pelos eventos, teria vindo em R$ 551 milhões, contra R$ 1 bilhão esperado. Mesmo com volume mais forte (+1,8% na comparação anual), o business de distribuição desapontou, comentaram os analistas. 

MMX Mineração (MMXM3, R$ 5,38, -2,54%) 
A MMX disparou até 14,13% nesta sessão, a R$ 6,30, com volume financeiro de R$ 400,2 mil, contra média diária de R$ 72,5 mil dos últimos 21 pregões, após a companhia informar que registrou lucro líquido de R$ 5,1 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 50,1 milhões no mesmo período do ano passado. A euforia, no entanto, foi passageira, com o papel fechando em queda de 2,5%. 

A companhia, que está em recuperação judicial, está com as operações de extração de minério suspensas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais devido às complicadas condições financeiras da empresa e do mercado. O lucro da mineradora veio principalmente das receitas financeiras de R$ 19,3 milhões no trimestre, 56,6% maiores que os R$ 12,3 milhões do segundo trimestre do ano passado. Enquanto isso, as despesas financeiras caíram 49,3%, passando de R$ 23,4 milhões no segundo trimestre do ano passado para R$ 11,8 milhões entre abril e junho deste ano. 

CCX Carvão (CCXC3, R$ 3,12, +8,71%)
Completando os destaques do “mundo X” do dia, as ações da CCX Carvão dispararam até 18,47% nesta sessão, a R$ 3,40, em meio à possível acordo comercial. O volume financeiro também chamou atenção e atingiu R$ 352,5 mil, contra média diária de R$ 254 mil dos últimos 21 pregões. 

No radar, o Conselho da CCX autorizou a diretoria a concluir negociações com a Yildirim. Os membros do conselho orientaram para que fossem intensificados esforços para convergir em um potencial acordo comercial com a YCCX Colômbia, subsidiária da Yildirim Holding, segundo comunicado divulgado na noite de 12 de agosto. A CCX “pretende terminar as controvérsias existentes com a Yildirim, prevenindo litígios e encerrando a arbitragem entre a CCX Colômbia e a Yildirim com relação à operação de venda dos ativos referentes aos projetos de mineração a céu aberto de Cañaverales e Papayal e do projeto de mineração subterrânea de San Juan, conforme previstos no Asset Purchase Agreement celebrado entre a CCX Colômbia e YCCX, inclusive evitando que a delicada situação econômico-financeira da companhia venha a se agravar ainda mais”, disse a empresaa. A companhia “não dispõe de recursos suficientes para custear a arbitragem, sendo este inclusive um dos motivos pelos quais a arbitragem foi suspensa por 60 dias”, “ bem como arcar com os altos custos de manutenção dos ativos negociados” no Asset Purchase Agreement. A intenção da CCX é, “o quanto antes possível (e dentro do prazo estabelecido acima), encontrar uma solução consensual comercial para encerrar a Arbitragem e finalizar a operação, ainda que em novos termos e condições jurídicas e comerciais”. 

Ex-OGX (OGXP3, R$ 6,27, +1,79%)
A ex-OGX Petróleo, atual OGPar, dispararam até 15,10%, a R$ 7,09, com forte volume financeiro, que atingiu R$ 6,7 milhões, contra média diária de R$ 1,07 milhão dos últimos 21 pregões. O movimento ocorre após a petrolífera registrar lucro líquido de R$ 127,4 milhões no segundo trimestre de 2016, revertendo um prejuízo de R$ 251,3 milhões registrados no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o lucro foi de R$ 62,015 milhões, revertendo prejuízo de R$ 319,773 milhões dos primeiros seis meses de 2015.

De acordo com a OGPar, o lucro apurado no primeiro semestre é reflexo substancialmente da (i) receita de variação cambial, basicamente, não realizada de R$ 98,2 milhões; (ii) o efeito positivo de R$ 123,1 milhões da provisão referente à apuração de PIS e COFINS diferidos incidentes sobre receitas de variação cambial não realizada e (iii) reconhecimento de créditos de PIS e COFINS extemporâneos no valor de R$ 162,7 milhões. “Entretanto, esses efeitos foram parcialmente compensados pela (i) margem bruta negativa de R$ 66,1 milhões no Campo de Tubarão Martelo, em decorrência das menores cotações internacionais do petróleo em janeiro e fevereiro de 2016; (ii) custos operacionais de R$ 149,9 milhões do Campo de Tubarão Martelo durante o período de interrupção da produção; (iii) juros provisionados sobre o financiamento DIP e o incremental facility de R$ 60,1 milhões; (iv) custos de reestruturação e despesas gerais e administrativas de R$ 44,2 milhões”, afirma. A receita líquida de vendas somou R$ 54 milhões no primeiro semestre. 

O Ebitda da operação nos primeiros seis meses de 2016 foi negativo em R$ 102,4 milhões, comparado ao Ebitda negativo de R$ 83,6 milhões para o mesmo período do exercício anterior, devido principalmente à queda acentuada do preço do petróleo entre os períodos analisados e a interrupção da produção no Campo de Tubarão Martelo, informou a empresa.

A OGPar ainda divulgou os dados de produção de julho, registrando uma produção de 284,7 mil barris no mês em Tubarão Martelo.