Apesar dos lançamentos para classe média, baixa renda é destaque do setor imobiliário

Segundo o presidente do Secovi-SP, João Batista Crestana, as construtoras têm muito interesse neste público

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SÃO PAULO – Mesmo com os lançamentos voltados para a classe média, os quais têm “pipocado” cada vez mais no mercado, o segmento imobiliário deve apostar na baixa renda este ano, de acordo com o presidente do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, João Batista Crestana.

Segundo Crestana, as construtoras têm muito interesse neste público. “Atualmente, o déficit habitacional é de 8 milhões de unidades, sendo que a construção destes imóveis também aumentaria o emprego e reduziria doenças causadas pela falta de saneamento, por exemplo”.

País ainda não está pronto

No entanto, o presidente do Secovi-SP alerta que o País ainda não está pronto para atender a essa demanda, uma vez que seriam necessários R$ 300 bilhões para a construção dessas habitações.

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“Por outro lado, a previsão de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), principal fonte dos financiamentos imobiliários para a baixa renda, para este ano, é de cerca de R$ 8 bilhões, valor muito insuficiente”, argumenta.

Para o especialista, seriam necessários de R$ 15 bilhões a R$ 16 bilhões por ano, para financiar imóveis voltados aos brasileiros que ganham até cinco ou seis salários mínimos.

Projeto

Conforme explica Crestana, esse montante seria o mínimo necessário para pôr em prática um projeto que prevê a eliminação do déficit habitacional em um período de 15 anos. “Seria preciso R$ 15 bilhões do FGTS e mais R$ 5 bilhões de subsídios públicos federais”.

“Como já ocorre em países como o México e o Chile, o cidadão se dirige até o banco, verifica quanto consegue levantar por meio do financiamento com o FGTS e pelo subsídio governamental, recebido em um cheque específico para a compra do imóvel”, explica.

De acordo com o presidente do Secovi-SP, dessa maneira, seria possível eliminar a necessidade de oito milhões de habitações em 15 anos, com R$ 20 bilhões por ano. “Nos próximos meses, deve haver algum tipo de contato com o governo sobre o projeto”.

Banco do Brasil

Recentemente, o Banco do Brasil lançou uma linha de crédito imobiliário, que está disponível somente para o estado de São Paulo até o momento. Por meio dela, é possível financiar até 80% do valor do imóvel, com até seis meses para começar a pagar a primeira parcela.

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A taxa de juros varia de 12,90% ao ano a 13,25% a.a. e os valores mínimo e máximo do financiamento são de R$ 20 mil e R$ 1,5 milhão, respectivamente. Além disso, o cliente pode escolher um mês do ano para não pagar a prestação (o valor é dissolvido nas demais parcelas).

O prazo de pagamento do BB Crédito Imobiliário é de 240 meses e as parcelas são debitadas diretamente da conta do cliente.