Anvisa autoriza testes no Brasil de vacina desenvolvida pelo grupo Johnson & Johnson

Está prevista a participação de sete mil pessoas na Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo

Allan Gavioli

(Polina Tankilevitch/Pexel)

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SÃO PAULO – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta terça-feira (18), que testes de fase 3 de mais uma vacina contra a Covid-19 possam ser feitos no Brasil.

Desenvolvida pela biofarmacêutica belga Janssen Pharmaceuticals, uma empresa do grupo Johnson & Johnson, esta é a quarta vacina a obter autorização de testes no país.

A Anvisa, porém, não informou quando os testes devem começar, já que isso depende da aprovação do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão vinculado ao Ministério da Saúde responsável pela avaliação ética de pesquisas científicas. Além disso, é preciso que a farmacêutica organize com os pesquisadores a forma de recrutar os voluntários.

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Está prevista a participação de 7 mil pessoas, com idade mínima de 18 anos, em 7 estados: Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

As primeiras etapas (1 e 2) dos testes da vacina da Johnson começaram em julho, nos Estados Unidos e na Bélgica.

Em um estudo com macacos, publicado na revista científica Nature, cientistas descreveram que a vacina da empresa protegeu os animais do Sars-CoV-2 (o novo coronavírus) com apenas uma dose.

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O imunizante “induziu uma robusta resposta imune” ao Sars-CoV-2, afirmou a pesquisa. Quando expostos ao vírus, todos os seis animais que receberam a substância ficaram completamente protegidos de doenças pulmonares, e cinco de seis ficaram protegidos de infecções, tal como verificado pela presença do vírus em amostras nasais.

As fases de teste de uma vacina

Depois que uma vacina é desenvolvida, o teste de eficácia do medicamento se divide em duas grandes etapas. A primeira delas é a pré-clinica, na qual são realizados testes em animais para comprovação dos dados obtidos em experimentações in vitro. E a segunda é a etapa dos testes clínicos em seres humanos, que é subdividida em três fases.

A primeira testa o medicamento em um menor número de voluntários (entre 20 e 80). Na segunda, esse número já chega a centenas de testados. Já a última etapa do teste clínico – a fase três – testa a eficácia do medicamento em um maior contingente de pessoas, que chega na casa dos milhares. Passada essa fase, a vacina é aprovada e pode ser produzida em larga escala.

Além dessa recente vacina da Johnson, o Brasil está realizando testes em seu território com outros três medicamentos.

No dia 2 de junho, a vacina da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca teve seus ensaios clínicos autorizados no Brasil. No dia 3 de junho foi a vez da vacina chinesa da Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e, no fim de junho, a vacina da Pfizer, em parceria com a BioNtech tambem recebeu o aval da Anvisa para começar seus testes por aqui.

Em uma reportagem recente, o InfoMoney explicou o longo processo para que uma vacina comece a ser produzida nacionalmente e o tempo necessário para que o Brasil torne-se autossuficiente em um medicamento como esse.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.