Analistas reforçam visão positiva para ações da BR Distribuidora após resultado forte e dividendos de R$ 2,3 bilhões em 2020

O Credit Suisse classificou os resultados como "fortes", com uma performance superior a de outros atores do setor, superando a concorrência

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As ações da BR Distribuidora (BRDT3) são destaque na B3 na sessão desta quarta-feira (10), chegando a subir mais de 6% no intraday, com os fortes resultados do quarto trimestre e o pagamento adicional de dividendos reforçando a visão positiva de boa parte dos analistas de mercado para a companhia.

A BR Distribuidora registrou lucro liquido de R$ 3,148 bilhões no quarto trimestre de 2020, um salto de 3.179% ante R$ 96 milhões no mesmo período do ano passado. Em 2020, o lucro líquido somou R$ 3,905 bilhões, alta de 76,6% na comparação com 2019.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado ficou em R$ 1,616 bilhão, avanço de 70,6% em relação ao quarto trimestre de 2029. Em todo o ano, o Ebitda ajustado atingiu R$ 3,811 bilhões, aumento de 21,7% na comparação com 2019. Sem o ajuste, o Ebitda ficou em R$ 3,421 bilhões no quarto trimestre de 2020, avanço de 656% em um ano. Em 2020, o Ebitda atingiu R$ 5,103 bilhões, ante R$ 1,841 bilhões em 2019, segundo dados divulgados nesta noite.

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A receita líquida no quarto trimestre de 2020 ficou em R$ 24,294 bilhões, avanço de 0,6% na comparação com o mesmo período de 2019. Já em todo o ano de 2020, a receita atingiu R$ 81,501 bilhões, uma queda de 14,2% em relação a 2019.

No relatório que acompanha os resultados financeiros, a BR explica que o lucro líquido no trimestre ultrapassou os R$ 3 bilhões em razão do reconhecimento do crédito do Pis/Cofins (+ R$ 647 milhões) e o ganho atuarial pela mudança no plano de saúde da companhia (+ R$ 2,132 bilhões).

A companhia explica que 2020 foi o primeiro ano completo desde a sua privatização e, mesmo com todos os desafios impostos pela pandemia, conseguiu avançar rapidamente em sua agenda de transformação. “A maior prova de que estamos no caminho certo é que conseguimos entregar já no ano passado a rentabilidade que era esperada apenas para 2021”, diz a empresa.

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A BR conseguiu um Ebitda unitário de R$ 104/metro cúbico, um marco histórico para a Companhia, que nos três anos anteriores à privatização operou com margem média de R$ 66/metro cúbico. O resultado será essencial para que a BR siga firme em direção a sua ambição de longo prazo: tornar-se uma companhia cada vez mais relevante nas áreas de energia, mobilidade e conveniência.

A BR diz ainda que não há como avaliar o ano de 2020 sem uma reflexão sobre a pandemia da covid-19, que trouxe profundos impactos no mercado de combustíveis e lubrificantes. A empresa explica que chegou a ver a demanda por alguns de seus principais produtos cair cerca de 85% no início da pandemia, como no caso dos produtos de aviação, e cerca de 60% como no caso do ciclo Otto.

“Nossa resiliência foi colocada à prova. Ao mesmo tempo em que precisávamos manter a agenda de transformações e nosso ecossistema operando, era preciso garantir a segurança de todos os quase 3.400 colaboradores – tanto os que foram para home office quanto os que continuaram na linha de frente”, diz a empresa.

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Cabe destacar que a companhia anunciou dividendos adicionais de R$ 1,8 bilhão. Somados aos R$ 498,1 milhões que já foram pagos no dia 12 de janeiro, totalizam R$ 2,3 bilhões (ou cerca de R$ 1,98 por ação) referentes ao exercício de 2020. O valor representa um dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) de 10,2%.

Desses dividendos adicionais, a companhia informou que pretende pagar R$ 0,94 por ação até 30 de abril e o restante (0,60 centavos) até 31 de dezembro. O pagamento desses proventos ainda estão sujeitos à aprovação na próxima assembleia geral extraordinária, marcada para o dia 15 de abril.

O Credit Suisse classificou os resultados como “fortes”, com uma performance superior a de outros atores do setor, superando a concorrência. O banco aponta que a ação da empresa está “extremamente descontada” e que a empresa segue bem posicionada para o crescimento, com baixo endividamento e boa geração de caixa.

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Os analistas avaliam que parece ser cada vez mais uma ação conservadora, isso desconsiderando os impactos negativos potenciais de uma segunda onda de covid-19. O banco mantém recomendação de outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 32.

O Morgan Stanley comentou os resultados apresentados pela BR Distribuidora, afirmando que a alta dos volumes e do Ebitda na comparação anual são uma conquista, e que o comentário da gestão de que pretende aumentar os ganhos com investimentos a partir da tomada de empréstimos, o que pode representar novos negócios e dividendos maiores no futuro.

Na avaliação do banco, o consumo de combustíveis está aumentando mais rápido do que o esperado, e a BR se beneficia de iniciativas próprias para elevar a credibilidade sob a nova estratégia gerencial. O banco diz, no entanto, que uma nova onda de Covid pode ser um risco, apesar de estar precificada, em sua maior parte. O Morgan Stanley mantém avaliação overweight (expectativa de valorização acima da média do mercado) para a BR Distribuidora, com preço-alvo de R$ 32.

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