As criptomoedas reagem bem até o momento ao alívio das tensões na Ucrânia com a retirada das tropas russas da fronteira. Com investidores menos receosos de uma possível crise, aumenta o apetite por risco, e Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) se beneficiam diretamente, com altas de 3% e 6% nas últimas 24 horas, respectivamente.
Mas, é hora de comprar ou o bonde já passou? Para o analista técnico Vinícius Terranova, as boas notícias que vêm do Leste Europeu apontam para uma semana positiva para as criptomoedas – e ainda há tempo para entrar, desde que se faça com o uso de uma técnica que reduz riscos gastando menos a cada compra.
As dicas foram reveladas na noite de ontem (14) durante o Cripto+, programa semanal do InfoMoney CoinDesk focado no setor de criptoativos.
Segundo Terranova, entre as duas criptomoedas, o Ethereum parece ser a melhor opções no momento.
“O Ethereum está hoje em um suporte que tende a sustentar muito bem, então talvez seja um bom momento para começar a pensar na compra. Mas essa compra tem que ser feitas aos poucos, sem jogar todo o seu dinheiro no desespero”, explicou.
O segredo, de acordo com o especialista, é lançar mão da técnica DCA (sigla em inglês para Custo Médio do Dólar), muito comum também no mercado de ações e que também se mostra efetiva no mundo das criptomoedas. Ela consiste em fazer aportes menores ao longo do tempo, ou em diversas zonas de preço, para fazer um investimento total a um preço favorável correndo menos risco.
Embora reduza o potencial lucro se a criptomoeda disparar, o método também diminui as chances de prejuízo em caso de volatilidade para baixo – algo muito comum nas criptos. Para o analista, investidor e trader de criptoativos, esse tipo de operação também já vale como hedge (proteção).
“O Ethereum está a 40% abaixo do seu máximo histórico. É um ótimo momento para começar. A chance de subir agora é muito maior do que a chance de cair. Compra toda a semana ou todo mês”, recomendou ontem por volta das 19h, quando o ETH era negociado a menos e US$ 2.900. Desde então, o preço do ativo já subiu 8,3%.
Investidores ainda não entendem o Bitcoin
O Cripto+ desta semana também tratou do impasse na Ucrânia e o possível impacto nos preços das criptomoedas. Segundo Rodrigo Borges, analista de criptoativos da Ohm Research, não havia uma relação direta entre a crise e o Bitcoin, embora o ativo digital flutue em alta correlação com as bolsas, em especial a Nasdaq.
Para o especialista, o cenário se dá principalmente pela falta de entendimento do mercado acerca do potencial da criptomoeda como substituta do ouro. Ele destacou que a moeda digital é escassa e, ao mesmo tempo, resolve problemas de armazenamento, transporte e logística do metal precioso.
Ele ressaltou que o ativo ainda é tratado como ativo de risco porque “o mercado financeiro tradicional trabalha de uma maneira muito sistemática, coloca ativos em uma caixinha específica para que os modelos e as teses de investimento funcionem”, mas que essas questões deverão ser resolvidas no longo prazo.
“Muita gente que eu conheço experiência no mercado tradicional que investe em Bitcoin porque o cliente pressiona ou porque é algo que tem que estar na carteira de todo mundo, até para as conversas de bar na Faria Lima existirem. Eu acho que falta conhecimento”, avaliou o analista durante a participação no programa.
O Cripto+ é exibido todas as segundas-feiras, às 18h30, no canal do InfoMoney no YouTube. Além das notícias mais relevantes do mercado, o programa traz análises para ajudar o investidor que está buscando oportunidades, ou quer evitar ciladas.
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