Ibovespa bateu em forte suporte e se recuperou; o que os gráficos apontam?

Patamar dos 52.400 pontos age como suporte; índice pode fazer um respiro, fazer um pico e perder o suporte

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O Ibovespa mostrou recuperação no pregão da véspera e vai apresentando ganhos na sessão desta sexta-feira (19). Por trás desse movimento, uma possível recuperação após atingir o patamar próximo dos 52.200 pontos, nas mínimas do ano passado. Ao bater os 52.391 pontos, o índice praticamente encostou nestes patamares – o que pode ser compreendido assim pelos investidores.  

Esse patamar é tido como uma região atrativo para os investidores, que voltam a realizar compras de ações. Nenhum suporte – principalmente de índice – é 100% exato: mesmo no ano passado, quando o índice tocou essa região cinco vezes, foi em cinco pontuações distintas: 52.481 pontos, 52.271 pontos, 52.212 pontos, 52.399 pontos e 52.345 pontos. “É a mesma coisa, esse é o próprio fundo. Esse patamar varia entre os 52.200 pontos e os 52.500 pontos”, avalia Luiz Eduardo Borges, analista da Strategic Invest. 

Tendo alcançado esse patamar, o que os gráficos apontam que pode acontecer? “Ele pode fazer um respiro antes de romper esse suporte, pode fazer um pico e voltar”, afirma o grafista – que acredita que o índice ainda retornará aos 52.200 pontos cedo ou tarde. E caso não tenha forças para reverter a situação, eventualmente romper o patamar – o que o levaria aos 48.800 pontos. 

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Respiro até onde?
Se o índice respirar, os analistas técnicos agreditam que este pode ser breve, com o retorno do índice à tendência de queda. “Meu otimismo vai até a faixa de resistência dos 54.650 pontos a 55.000 pontos. De maneira geral, curto a médio prazo, sigo pessimista”, destaca Dalton Vieira, analista parceiro da Investmania. 

Esse respiro faria o índice realizar um novo topo, por volta dessa região, antes de romper o suporte de vez, já que os investidores vão realizando lucros antes de voltar a apostar em mais quedas. “Ainda precisa de uma notícia muito boa para o mercado virar para cima. Eu não tenho esperança que ele não vá perder essa região, mas pode fazer uma correçãozinha, mas não estou otimista”, avalia o analista técnico da Strategic Invest.  

Reversão é possível, mas improvável
É possível, porém, que ocorra uma reversão no índice, como ocorreu nas 5 últimas vezes que essa região foi alcançada. Contudo, como isso é menos provável, ainda precisa-se de um sinal para virar a mão, como o rompimento do “teto” apontado por Vieira: os 55.000 pontos. “Se esse é o fundo, é muito difícil saber. Pode ser uma correção, nada indica outra coisa no momento”, avalia Borges. 

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Nesse cenário, o investidor tem duas alternativas: aproveitar a breve recuperação para vender mais ações e continuar vendido, ou apostar na comprar e inverter a mão – apostando no movimento de reversão, que já ocorreu cinco outras vezes no passado, nesse mesmo ponto. No momento, essa é uma decisão pessoal, embora os grafistas prefiram a primeira opção. 

Tendência de queda dá goleada na tendência de alta
Não importa no que operar, o investidor precisa ficar de olho no que está em alta e no que está em baixa – que podem dar uma pista sobre o que pode acontecer. Das 69 ações do Ibovespa, Borges salienta que cerca de 60 estão em tendência de queda, o que é um sinal bastante negativo, mostrando que nada demonstra força no momento. Entre elas, as principais ações do índice: Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5). 

“O Ibovespa é muito influenciado por Petrobras e Vale, e elas estão caindo direto, embora as duas tenham tido um pico muito recentemente”, avalia o grafista da Strategic Invest. Juntas, elas representam cerca de 20% do índice, e como estão muito voláteis, influenciam muito no índice brasileiro.  

Vieira lembra de outro setor que estava em alta, mas virou para baixo recentemente, o que pode ser preocupante para o índice nacional: o financeiro. “Há um enfraquecimento geral que ocorreu no movimento de baixa do Ibovespa, que saiu dos 57.000 pontos e foi parar nos 52.000 pontos. A cada dia aumenta o número de ações que revertem sua tendência de alta ou mesmo intensifica a atual tendência de baixa”, finaliza o grafista.