Análise técnica: o potencial operacional agregado nos pivôs de alta e de baixa

Base para a Teoria de Elliott, formações indicam suportes e resistências do mercado e stop para os traders

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Ancorada no comportamento dos preços dos ativos ao longo do tempo, a análise técnica ganhou fama entre os investidores por proporcionar, através dos gráficos, uma visão imediata da tendência do mercado, basicamente por intermédio de conceitos básicos como suportes e resistências, linhas de tendências e canais.

As linhas de tendências são fundamentais para almejar um trade lucrativo, já que representam a força que está dominando o mercado no espaço de tempo determinado.

Por esta função capital dentro da análise técnica, é imprescindível para o trader acompanhar de perto a movimentação dos preços próximos às linhas e canais, além de ficar muito atento às mudanças de tendência, a fim de operar a favor da tendência principal.

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Para entender e identificar melhor a variação das tendências do mercado, Charles Dow, pai da análise técnica moderna, introduziu os pivôs, que nada mais são que formações gráficas que determinam o início de uma nova tendência.

Pivô de alta e de baixa
Pelos conceitos de análise técnica, uma tendência de alta é definida quando existem topos e fundos ascendentes no gráfico, ao passo que uma tendência de baixa consiste em topos e fundos descendentes.

Com este fundamento bem fixado, agora é possível identificar um pivô de alta. O mercado vem em uma tendência de baixa e reverte por algumas sessões sua tendência prévia, firmando seu primeiro fundo (F1). Após o rali de alta, volta a recuar e confirma um topo (T). Depois de corrigir o movimento de valorização, os preços ganham força compradora e consolidam o segundo fundo (F2) da formação, este necessariamente acima de F1.

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Por fim, a formação só é confirmada quando o ativo ultrapassa com folga, de preferência com um volume razoável, o topo formado, como representado na figura:

A mesma lógica é aplicada para o pivô de baixa, mas, ao invés de fundos ascendentes, a figura é formada a partir de topos descendentes, e engatilhada ao romper o fundo formado após o rali de baixa, conforme a gravura:

Ponto importante do mercado
Como indicado, o pivô simboliza ao analista técnico que existe uma alta probabilidade de início de uma nova tendência, não exatamente uma confirmação. Há possibilidade do pivô não ser confirmado, ou seja, o ativo em questão não alterar sua tendência prévia.

Portanto, é fundamental que o pivô seja confirmado ao final do pregão, preferencialmente com um candle acima da cabeça do pivô (linha vermelha) ou um rompimento com volume consistente, abrindo o pregão seguinte acima da cabeça do pivô ultrapassada.

Além disso, recomenda-se que o investidor preste atenção em qual momento o pivô é acionado. De acordo com os analistas técnicos, o trader deve evitar operar o padrão quando a cabeça do pivô for rompida abaixo das linhas de tendências, pois, muitas vezes, serão movimentos falsos de pivô.

Atendendo todos os requisitos, a linha da cabeça do pivô transforma-se em um ponto importantíssimo para o mercado, pois serve de entrada para a operação e, ao mesmo, representa um potencial stop loss para o trader, pois irá se tornar suporte (pivô de alta) ou resistência (pivô de baixa) relevante do ativo.

Pivô e as ondas de Elliott
Aliados aos números de Fibonacci, os pivôs ganham potencial de previsão dentro da análise técnica e são mais do que fundamentais para os investidores que utilizam a Teoria de Elliott.

Grosso modo, a confirmação da onda 2, decorrente do rompimento da máxima da onda 1, nada mais é que um pivô acionado. É a partir deste ponto que se traçam as expansões de Fibonacci, e, consequentemente, calcula-se a onda 3. Não por acaso é considerado o movimento mais forte da Teoria de Elliott.

Outro método utilizado entre os investidores, especialmente os de curto e curtíssimo prazo, são os pontos de pivô, a fim de projetar, através de um cálculo matemático simples, os suportes e resistências do ativo.

Pontos de pivô
Os relatos de mercado apontam que os pontos de pivô foram criados entre os traders da bolsa de mercadorias e futuros de Chicago, por volta da década de 1950. Sem avançados recursos em mãos, os operadores desenvolveram uma fórmula para antecipar os suportes e resistências dos ativos no intraday.

Observando o comportamento diário dos preços, os traders perceberam que os ativos tendem, em média, a oscilar em torno de um número específico, intitulado por eles como Ponto Pivô (PP), este constituído pela seguinte média:

PP = (Mx+Mn+Fch)/3

Mx = Máxima do ativo no dia anterior
Mn = Mínima do ativo no dia anterior
Fch = Fechamento do ativo no dia anterior

Com essa fórmula, os traders de Chicago encontravam o ponto de pivô do dia seguinte, que será a referência de todo o cálculo. A partir daí, calcula-se o primeiro suporte e a primeira resistência, como apresenta Leandro Martins, professor do Seu Consultor Financeiro:

Suporte 1 = (2*PP) – Mx
Resistência 1 = (2*PP) – Mn

Aplicada a fórmula, os traders calculavam os próximos suportes e resistências do ativo, pela seguinte matemática:

Suporte 2 = PP – (Res.1 – Sup.1)
Resistência 2 = PP + (Res.1 – Sup.1)

Suporte 3 = PP – (Res.2 – Sup.2)
Resistência 3 = PP + (Res.2 – Sup.2)

Com as referências em mãos, compravam e vendiam baseados nos patamares calculados, algo que muitos day traders utilizam hoje em dia, como o exemplo postado por Martins no Day Trade da última sexta-feira (19).

Utilize com sabedoria
Em conjunto com as médias móveis e números de Fibonacci, os pontos de pivô potencializam os suportes e resistências do ativo analisado, características que devem ser exploradas pelo trader, mas com sabedoria para não encher a tela de linhas horizontais e confundir-se ao operar.