Análise Técnica: Aroon traz ‘luz’ ao trader que busca a tendência do mercado

Indicador é um importante auxiliar na hora de determinar quando um ativo está perdendo força compradora ou vendedora

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – No momento decisivo da operação, naquela hora de apertar o botão de compra ou venda, o investidor busca nos indicadores e osciladores técnicos sinais conjuntos de confirmação, para dar robustez e elevar a probabilidade de acerto do trade.

Para estar preparado, o trader precisa entender muito bem a dinâmica de todos os indicadores que fazem parte de seu setup operacional e, principalmente, saber filtrá-los e adaptá-los à sua estratégia, pontos extremamente importantes para o sucesso no mercado, como para a construção de um bom Trade System.

Entre a gama de indicadores que ajudam o analista técnico nesta missão, o ADX (Average Directional Index), criado por J. Welles Wilder por volta de 1980, ganhou notoriedade ao longo dos anos por medir a força de uma tendência, mas seu nível de complexidade ao primeiro olhar ainda desperta muita desconfiança, principalmente dos novatos.

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Motivado pela ideia de mensurar a intensidade de uma tendência, o renomado trader Tushar Chande criou em 1995 o indicador Aroon, a fim de identificar o início de uma nova tendência e sua força.

Uma “luz” para o trader
Em sânscrito, uma das línguas oficiais da Índia, Aroon significa “a primeira luz do amanhecer”, título que justifica o objetivo de Chande em revelar a direção de uma nova tendência.

O indicador é baseado em duas linhas, uma de alta – Aroon Up – e uma de baixa – Aroon Down -, que se movem exclusivamente em função do período de tempo utilizado e a máxima (Arron Up) e a mínima (Arron Down) feita no espaço de tempo determinado.

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Arron Up (Linha Verde):
{[(nº de períodos) – (nº de períodos desde a máxima no tempo determinado)] / (nº de períodos)}*100

Arron Down (Linha Vermelha):
{[(nº de períodos) – (nº de períodos desde a mínima no tempo determinado)] / (nº de períodos)}*100

Ou seja, considerando um período de 10 dias em um gráfico diário, se a máxima feita neste período fora realizada no oitavo dia, o Arron Up de hoje será: [10-8/10]*100 = 20. A mesma lógica serve para o Arron Down, considerando a mínima do ativo.

Como todo indicador desta natureza, o Arron oscila entre as bandas de 0 e 100, com regiões intermediárias em 70, 50 e 30, onde o trader poderá antecipar os pontos de entrada e saída do mercado.

Interpretação
Quando as duas linhas estão próximas e movendo-se para baixo, o indicador revela ao trader que o ativo está em congestão e não há uma tendência dominante. Já quando o Arron Up recua abaixo de 50, significa que a tendência de alta corrente perdeu momentum, de modo que, quando o Arron Down passa deste patamar, o momentum da tendência da baixa está extinguindo-se.

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Nos limites, valores acima de 70 indicam que a tendência atual (Arron Up ou Arron Down) é muito forte, enquanto abaixo de 30 sinalizam que a tendência é muito fraca, como mostra o gráfico do Ibovespa entre janeiro de 2009 até 3 de setembro deste ano.

Para os investidores que operam no curto prazo, o indicador é um importante auxiliar para determinar quando um ativo está perdendo força compradora ou vendedora, principalmente quando as linhas se cruzam. Se a Arron Up cruza a Arron Down, haverá, conforme a interpretação do indicador, o domínio completo dos comprados.

De olho mais no longo prazo, o indicador ajuda muito a entender o comportamento do mercado e auxilia o investidor com mais precisão, tendo em vista a periodicidade gráfica, a identificar se a tendência está enfraquecida. O cruzamento também é um potente artifício para operar posições.

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Entretanto, os sinais fornecidos pelo Arron podem ser atrasados, deficiência encontrada também em muitos indicadores técnicos. Outro ponto a ser destacado é que o indicador não filtra fortes discrepâncias de preços, como um dia atípico de alta ou de baixa, necessitando, portanto, de outros osciladores para produzir um setup operacional mais robusto.