Amil conclui a OPA nesta terça; investidor que esperou pelo leilão lucrou 9%

Do dia pós-anúncio da aquisição da UHG até hoje, papéis da operadora de planos de saúde subiram quase 9%, enquanto o Ibovespa caiu cerca de 9% no mesmo período

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Amil (AMIL3) se despedirá da bolsa paulista nas próximas semanas, já que na próxima terça-feira (23) ocorrerá o leilão de OPA (Oferta Pública de Aquisição) anunciado pela UnitedHealth Group para comprar a empresa. O valor a ser pago por ação será de cerca de R$ 31,80 por ação, considerando o valor ofertado ajustado pela Selic.

O investidor que esperou pelo leilão desde o pregão pós-anúncio, em outubro do ano passado, deve colher um lucro de aproximadamente 9% quando os papéis forem liquidados, já que esta foi a valorização entre os dias 8 de outubro e 22 de maio. No mesmo período, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, teve um desempenho negativo de 8,86%

Apesar dessa diferença, o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, pondera que cada caso é um caso, e não é possível generalizar e acreditar que vai sempre lucrar em uma OPA. “O importante é entrar em contato com outros acionistas minoritários e avaliar se o preço estipulado é justo para a empresa”, disse.

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Normalmente, após o lançamento de uma OPA como essa, a tendência é que a cotação de mercado fique próxima à oferta. Porém, um exemplo recente mostra que a história nem sempre é igual. Na metade deste mês, os papéis da CCX Carvão (CCXC3), do empresário Eike Batista, chegaram a valer cerca de R$ 3,00 – bem abaixo do preço de R$ 4,31 fixado na OPA -, sinalizando a desconfiança do mercado em relação à conclusão da operação. 

Segundo Brugger, o que diferencia uma OPA da outra é a solidez da companhia, lembrando que o Grupo EBX vem sofrendo uma crise de credibilidade no mercado, deixando os investidores temorosos se a oferta realmente sairá do papel. Por isso, ele ressalta que é importante avaliar cada caso individualmente. É importante mencionar que o comprador da Amil garantiu a um bom tempo a intenção de realizar a compra e em momento algum o valor oferecido foi questionado pelos acionistas minoritários – caso que vimos no ano passado com a compra do Redecard pelo Itaú Unibanco (ITUB4).

Relembre a história da UnitedHealth pela Amil
A nova controladora norte-americana UnitedHealth pretende adquirir as 93,4 milhões de ações em circulação no mercado, cerca de 25,47% do capital total, bem como a participação societária dos membros da administração da empresa de 122,3 mil ações, ou 0,03%. 

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O preço da oferta será de R$ 30,75, acrescido de juros pela Selic, a contar do dia 26 de outubro, data de fechamento da alienação de controle, até a data de liquidação, em 26 de abril. Com isso, o valor deve ficar próximo a R$ 31,80, levemente acima da cotação de fechamento desta segunda-feira, de R$ 31,76.

A companhia fará o leilão da oferta no dia 23 de abril, às 16h (horário de Brasília), no sistema eletrônico da BM&FBovespa. 

A primeira parte da aquisição da companhia foi realizada em outubro, quando a norte-americana pagou R$ 6,5 bilhões pelos 58,9% que estavam nas mãos dos controladores da companhia: o fundador Edson Bueno e sua sócia e ex-esposa, Dulce Pugliese. Agora, a companhia vai pagar aos acionistas minoritários por meio de uma oferta pública de aquisição de ações. Com a conclusão dessa etapa, a United Health será dona de 90% da Amil. Os antigos controladores continuarão a deter 10% da empresa por pelo menos cinco anos. 

A United Health já fez mais de 140 aquisições. A da Amil é a maior já realizada fora dos Estados Unidos e a segunda mundialmente – só perde para a compra da californiana PacifiCare, por US$ 9 bilhões, em 2005.