Ambev lança unidade de negócios para bebidas alcoólicas além da cerveja e avança em mercado pulverizado

A empresa contratou Daniela Cachich, ex-PepsiCo e Heineken, para ser responsável por esta nova divisão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Ambev (ABEV3) anunciou na última segunda-feira (9)  a criação de uma nova divisão de negócios chamada “Future Beverages”, que terá como foco diferentes tipos de bebidas alcoólicas, como destilados, vinhos e hard seltzers.

A empresa contratou Daniela Cachich, ex-diretora de marketing da PepsiCo e que já esteve à frente do marketing da Heineken, para ser responsável por esta nova divisão.

A operação começa com oito produtos, entre eles as bebidas mistas Beats e Isla e a hard seltzer (refrigerante com “baixo” teor de álcool) Mikes, e os vinhos Dante Robino, Somm e Blasfemia.

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O mercado de hard seltzer movimentou U$ 4 bilhões em 2020, nos Estados Unidos, segundo dados da Nielsen IQ. Já o consumo de vinho no Brasil cresceu 18,4% em 2020, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).

Na avaliação do Bradesco BBI, a contratação de Daniela Cachic é “de alto nível”, destacando ainda que a executiva  desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da marca Heineken no Brasil.

Em relação a esta nova divisão, os analistas avaliam que, no Brasil, a Ambev vai competir em um segmento muito mais fragmentado do que cerveja, o que poderia, assim, proporcionar uma oportunidade de capturar participação de mercado, uma vez que 60% dele está nas mãos de players menores no segmento de vinhos e 30% no segmento de destilados.

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De acordo com a Euromonitor, o mercado total endereçável para vinhos e destilados no Brasil é de cerca de R$ 47 bilhões – em uma análise de sensibilidade, cada 5% de participação que a Ambev consiga captar desse mercado pode adicionar 3% à receita consolidada da Ambev.

O Bradesco BBI possui recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para a ação da Ambev, com preço-alvo de R$ 21, o que corresponde a uma alta de 22% em relação ao último fechamento. O banco elevou recentemente a recomendação para os papéis de equivalente à neutra para compra, em meio às expectativas de baixa dos custos agrícolas e aumento de preços dos produtos da companhia de bebidas, que devem promover uma recuperação na margem da empresa.

O Credit Suisse também possui recomendação outperform para os papéis, com preço-alvo de R$ 21,50 (potencial de valorização de 25,3% frente o fechamento de segunda). Contudo, em conversa com investidores de várias regiões, o banco destacou que ainda há ceticismo no mercado com relação à ação da empresa.

“Apesar do mercado ver como positivo todas as mudanças e iniciativas da gestão, a perspectiva de melhora de margem e de crescimento mais difíceis são pontos de preocupação que justificariam o valuation. Por outro lado é consensual a visão de que o movimento de reabertura da economia traz potencial de alta daqui pra frente”, destacou Marcella Recchia, analista do Credit que assina o relatório.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.