Para Ambev (ABEV3), diversificação é desafio para cervejarias

Nos últimos três anos houve um crescimento acelerado das cervejas premium, em uma amostra do amadurecimento do mercado

Augusto Diniz

(Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

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A Ambev (ABEV3), no segundo dia do seu Investor Day, realizado nesta quarta-feira (13), mostrou algumas tendências que o mercado vem apresentando. Segundo Daniel Wakswaser, VP de Marketing da empresa, o mercado brasileiro está aumentando o consumo de cerveja premium, com mudança forte verificada nos últimos três anos.

“A gente foi de um volume de 61% do core (cerveja tradicional) para 48%. O core plus e o high-end (cervejas premium) quase dobraram: foram de 15% a 33% em três anos”, disse.

Wakswaser exemplificou que no Canadá se precisa de 34 marcas de cerveja para se atingir 80% de market share no setor, enquanto que no Reino Unido esse número chega a 38 marcas. Esses são dois mercados maduros.

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“É o que chamamos de fragmentação. O mercado se torna mais fragmentado. O que aconteceu é que se diluiu também”, explica.

“Os consumidores aumentam seu repertório de marcas”, destaca. E as marcas premium têm ficado mais relevantes, de acordo com o executivo.

“Acreditamos que somos uma empresa baseada em portfólio. Temos que ter um portfólio diversificado”, destacou.

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O foco da Ambev apresentado no evento para o mercado é nas cervejas Brahma (segmento core), Brahma Duplo Malte e Spaten (segmento core plus), Budweiser (premium) e Becks (high end).

Essa marcas são as prioridades, atingindo consumidores diferentes, destacou o VP da companhia, Daniel Wakswaser.

Ambev: projeções mantidas

No evento, Lucas Lira, CFO da empresa, disse ainda que a companhia mantém as expectativas para o ano iguais às divulgadas quando apresentou os resultados de 2021, em fevereiro.

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“Estamos em um ano desafiador e com volatilidade. Janeiro foi um mês difícil, com um começo mais duro e pressão de preços de insumos, principalmente das commodities”, comentou o executivo.

Lira disse que a empresa mantém o crescimento orgânico, com aumento da receita líquida por hectolitro no volume. “Cerveja e não alcoólicos estão se recuperando depois de 2 anos”, acrescentou.

“Em 2022, há espaço para crescimento orgânico no Ebitda dos dois setores (cerveja e não alcoólicos)”, destacou.

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Ainda sobre este ano, ele destaca a reabertura dos bares, dois carnavais pela metade e as festas de São João:

“Quando olhamos nosso setor, posso dizer que esse ano vai ser incrível”, disse, acrescentando que a “perspectiva do consumidor é muito boa”.

Água tônica

Também no Investor Day, Pablo Firpo, VP de Bebidas Não Alcoólicas da companhia, apontou os segmentos com potencial de expansão nos próximos cinco anos.

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Na taxa de crescimento anual composto (CAGR, da sigla em inglês) de 2021-26 nas categorias de bebidas não alcoólicas da Ambev, a que mais tem projeção de crescimento é a de água tônica: 10,3%.

Pablo Firo apontou que o aumento do consumo de Gim, comumente misturado à água tônica, é um dos impulsionadores do segmento.

Na categoria de energético, o avanço projetado é de 8,8%, com o Red Bull (produto que distribui) e Fusion (energético acessível que fabrica).

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A projeção de crescimento nos próximos cinco anos para bebidas sem açúcar, como o tradicional guaraná que fabrica, além do H2O e Pepsi (esses dois últimos a empresa distribui para a Pepsi), é de 7,1%.

Por fim, no segmento de bebida isotônica, a expectativa de avanço 2021-26 é de 4,4% para o Gatorade (distribui para a Pepsi).

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