Alupar (ALUP11) vê com cautela projetos de energia em meio à alta de custos

Uma das principais empresas de transmissão de energia do país apontou cenário adverso no setor por conta da inflação

Augusto Diniz

Preços de energia elétrica puxaram altas do Grupo Habitação no mês

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O diretor-financeiro da Alupar (ALUP11), José Luiz de Godoy Pereira, disse nesta quarta-feira (10) a analistas que houve queda de preço de commodities no setor de energia, mas que o segmento de novos projetos de energia enfrenta dificuldades de realização por conta da alta dos custos.

O executivo citou os EPCistas, empresas que realizam montagem de linhas de transmissão, como os que passam por momento adverso. “As commodities já caíram, mas não sei quanto têm de margem para cair ainda”, disse, citando o alumínio como um dos insumos que tiveram queda de preço.

“É difícil imaginar que terá uma nova queda de commodities. É um cenário que ninguém consegue prever”, acrescentou. Segundo ele, há indicações tanto do preço para cima como para baixo. “Para baixo, uma eventual recessão no mercado internacional e para cima, o preço do petróleo”, disse.

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Alupar vê redução das empresas de EPC no mercado

Com relação aos EPCistas, ele citou que muitas tiveram problemas por conta do aumento de custos. “Ainda teve a pandemia que agravou a situação de muitos prestadores de serviço que faziam EPC. Isso fez com que hoje tenha no Brasil muito pouca opção de EPCistas”, ressaltou.

“As opções que existiam, em função dessa crise, reduziram bastante. Inclusive teve manifestação de várias empresas EPCs no ministério de Minas e Energia, no final do ano passado, sobre as dificuldades que estavam passando, por conta dos efeitos da pandemia”, comentou Godoy aos analistas.

“Vejo como tendência de alta dos custos nessa área. Tenho visto muito EPCista abandonando contrato e condições de executar por estar perdendo volume alto de dinheiro”, destacou. “Isso é uma grande ponto de interrogação”, comentando sobre o futuro do mercado.

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A própria Alupar, segundo o CFO, durante a implantação de projetos, teve que substituir cinco fornecedores por não estarem performando de forma adequada. “Isso é uma coisa que vai impactar cada vez mais os projetos”, disse.

Mesmo com esse quadro, a empresa afirmou estar olhando oportunidades em transmissão. “Não sei se o nível de agressividade será o mesmo. As empresas não têm olhado de forma agressiva no retorno. A agressividade está nas premissas de capex”, destacou a analistas.

Sobre geração, José Luiz de Godoy Pereira vê dificuldade de fazer projetos hidráulicos por conta das licenças. Além disso, os custos também subiram. “Os custos em geral aumentaram. Quem for implantar projeto daqui pra frente vai ter custo maior”, concluiu.

A Alupar possui hoje três projetos de transmissão em fase de implantação, que possuem cronograma de entrada em operação comercial até 2024. Na área de geração, a companhia tem em andamento um projeto eólico e outro solar.

Resultados da companhia

A Alupar (ALUP11) reportou lucro líquido societário de R$ 180 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), montante 45,8% menor do que o reportado na mesma etapa de 2021, informou a companhia nesta terça-feira (9).

Segundo a empresa, o resultado foi afetado negativamente pela redução de R$ 256,9 milhões no lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e aumento na conta depreciação / amortização.

O lucro líquido regulatório da empresa, por sua vez, caiu 37,1% em relação ao segundo trimestre de 2021, para R$ 50,2 milhões.

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