Alta volatilidade é esperada para o Ibovespa na semana, com pouca liquidez

Analistas não creem mais em rali no fim do ano; foco deve ficar por conta do noticiário europeu e indicadores nos EUA

Renato Rostás

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SÃO PAULO – Depois de uma semana em queda de 3,67%, o Ibovespa abriu o pregão desta segunda-feira (19) em alta, chegando a 0,50% na máxima durante a manhã. Durante a semana, no entanto, a volatilidade mais uma vez deve prevalecer, em tempos de redução da liquidez no mercado, com a aproximação do fim do ano.

Segundo Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, até o último dia de 2011, a aversão ao risco deve prevalecer, e alguns estrategistas pelo mundo preveem que a falta de indicações claras de uma melhora na crise da dívida da Zona do Euro trará uma fuga em massa de posições acionárias por parte os investidores.

“O maior fator de risco no curto prazo concentra-se nas agências de rating, que já deram sinais de que novos rebaixamentos devem ocorrer em breve”, afirma a analista. Na semana anterior, a Fitch já havia mudado a perspectiva da nota francesa para negativa.

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Além disso, as incertezas quanto à sucessão na Coreia do Norte, depois da morte do ditador Kim Jong-Il, podem afetar ainda mais a confiança na região. Nesta sessão, os índices acionários da Ásia já reagiram negativamente, apesar de o resto do mundo atuar no sentido de uma correção técnica das perdas apresentadas nas jornadas anteriores.

A consultoria Rosenberg & Associados, por sua vez, projeta um período de estabilidade entre 19 e 23 de dezembro. Segundo o relatório, um rali, que era aguardado para este fim de ano, só seria possível com notícias mais animadoras em relação à Europa.

Indicadores na agenda
A agenda, como explica Jason Vieira, da Cruzeiro do Sul Corretora, está restrita para a semana no que diz respeito a dados macroeconômicos. No Brasil, a Nota do Setor Externo, na terça-feira (20) o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) – que dará a última prévia para a inflação oficial em 2011 -, na quarta (21), bem como a Pesquisa Mensal do Emprego, na quinta (22), serão os número mais importantes.

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Entre os indicadores europeus, ficam em destaque o PIB (Produto Interno Bruto) de Itália, Reino Unido e Espanha, relativo ao terceiro trimestre, bem como a confiança do consumidor na Zona do Euro como um todo, que será conhecida na quarta. Na Ásia, fica no radar o último PMI (Purchasing Managers’ Index) da China, que calcula a atividade econômical, tanto pelo HSBC como pelo governo central.

Os Estados Unidos têm um período mais agitado de comunicados, sendo eles a permissão de novas construções de residências, os estoques de petróleo do país, os pedidos de auxílio desemprego, e, principalmente, o PIB final do terceiro trimestre, a ser revelado na quinta.