Allos (ALOS3) deve vender mais que comprar em 2024, afirma CEO

A integração entre Alliance Sonae e brMalls foi considerada bem sucedida pelo CEO da companhia, que destacou sinergias que ainda gerarão mais negócios

Camille Bocanegra

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A Allos (ALOS3) manterá uma gestão de portfólio ativa em 2024, com um número de operações de venda de participações maior que de aquisições, afirmou o presidente-executivo da gestora de shopping centers, Rafael Sales, nesta quinta-feira em conferência com analistas sobre o balanço do 4T23.

“Vendemos ativos dos dois lados e reforçamos os shoppings principais das duas companhias, um investimento que a gente tem feito desde o ano passado e só a junção dessas duas companhias é que poderia criar esse portfólio de 14 shoppings com essa performance de vendas que eu mencionei”, afirmou.

A expectativa da companhia, para 2024, é que sejam realizadas mais vendas que aquisições. Ainda assim, a expectativa não é de números “tão relevantes” de vendas como foram vistos em 2023. “Os shoppings que foram vendidos não se enquadravam no mercado que estavam, esse é o principal critério, ter um mercado com densidade grande”, comenta o CEO.

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O executivo também destacou que, o que foi projetado em março de 2022 no momento de conclusão da fusão entre brMalls e Alliance Sonae, foi entregue em 2023. Sales citou a redução do custo da dívida e a desalavancagem mais rápida que o esperado como pontos alcançados.

Análise do resultado

A Allos apresentou seu balanço do quarto trimestre de 2023 na noite da quarta-feira, 20. Para analistas, os números superaram as expectativas e foram positivos, com fluxo de caixa proveniente de operações (FFO, na sigla em inglês) como destaque.

“Acho que os resultados comprovam que a tese de criação de Allos de combinação de negócios estava certa, que nos permitiu desinvestir de alguns ativos que não eram talvez tão relevantes do ponto de vista de competitivo”, afirmou Rafael Sales, CEO da companhia, na teleconferência para comentário dos números.

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Para a XP, a companhia apresentou métricas operacionais em bons termos, com crescimento de ocupação acima das expectativas da corretora. Além disso, o desempenho da receita de estacionamento, considerado robusto, impulsionou o crescimento da métrica. A linha foi considerada um “forte destaque” e teve seu crescimento atribuído a ajustes de tarifas.

Além disso, o Research da XP destacou a inadimplência líquida negativa como causadora de redução de níveis de provisão e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) acima das estimativas. As orientações para 2024, revistas e divulgadas juntamente com o balanço, foram superiores às expectativas da companhia. A XP recomenda compra para o nome, com preço alvo estabelecido em R$ 34,00.

O JPMorgan, que mantém a recomendação overweight (exposição acima da média, similar à compra) com a mesma meta de preço da XP, considerou os dados positivos, demonstrando superação na receita líquida e margens melhores. Assim como a corretora, o banco estrangeiro ressaltou o FFO ajustado como destaque do balanço, superando sua estimativa em 9% e a projeção do consenso em 11%. A revisão do guidance ficou dentro das expectativas do banco.

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O Itaú BBA ressaltou também o FFO como impulsionado por receitas robustas, redução de provisões e impostos mais baixos. O guidance foi considerado sem mudanças significativas nas estimativas do banco. Como destaque, o BBA ressaltou o compromisso da administração com a distribuição de capital como bem visto por investidores. O banco considera o nome como outperform (performance acima da média, similar à compra), com preço alvo projetado em R$ 29,00.

(Com Reuters)