ALL, Santander e BM&FBovespa sobem mais de 2%, enquanto BRF cai 3%; veja destaques

Santander fica entre as maiores altas do dia após anunciar benefício de R$ 6 bilhões aos seus acionistas, enquanto Klabin sobe após terminar captação de R$ 1,7 bilhão

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em alta durante praticamente todo o dia, o Ibovespa encerrou esta quarta-feira (8) com leve alta de 0,29%, aos 50.576 pontos. Na ponta positiva foram 7 ações com alta de mais de 2%, enquanto 5 papéis recuaram mais de 2%. Ajudando a manter o índice no positivo, destaque para os ativos da Vale (VALE3, +0,69%, R$ 33,48; VALE5, +0,58%, R$ 31,08) e da Petrobras (PETR3, +0,07%, R$ 15,21; PETR4, +0,19%, R$ 16,19), que juntas representam 25% da carteira teórica do benchmark.

Na noite da véspera, a Petrobras confirmou a captação de 3,05 bilhões de euros com títulos com vencimento entre quatro e 11 anos, além de 600 milhões de libras em títulos com vencimento em 20 anos. A última captação da empresa em euros havia sido feita em outubro de 2012, quando a petroleira levantou 2 bilhões de euros com títulos vencendo em 2019 e 2023.

Em relatório, a XP Investimentos ressaltou que essa emissão deve trazer pressão negativa para a empresa no curto prazo, uma vez que a alavancagem da empresa deve elevar ainda mais no primeiro trimestre de 2014. A estimativa é a que o indicador dívida líquida sobre Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fique em 3,10 vezes no primeiro trimestre de 2014. Além disso, a estatal anunciou que seu parque de refino no Brasil processou, em média, 2,034 milhões de barris por dia entre janeiro e novembro de 2013, crescimento de 8% em relação ao mesmo período de 2012. Isso equivale a 97% da sua capacidade.

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ALL vira e lidera ganhos do Ibovespa
Nos últimos meses a ALL (ALLL3) vem passando por um momento extremamente negativo, com dúvidas do governo quanto ao desempenho da empresa, acidentes, entre outras coisas. Recentemente a Folha de S. Paulo afirmou que o governo iria realizar uma reunião onde seria discutida, entre outras coisas, uma possível cassação dos direitos ferroviários da companhia. Porém, na noite da última terça-feira, a ALL afirmou não saber de tal reunião e afirmou ter realizado diversos investimentos em suas concessões.

Durante a manhã, as ações da companhia chegaram a cair 2,64%, renovando sua mínima histórica. Porém, durante a tarde, os ativos viraram e fecharam o dia como a maior alta do Ibovespa, com valorização de 2,97%, a R$ 6,25. Analistas procurados pelo InfoMoney não souberam justificar essa virada das ações, mas afirmaram que o comunicado da companhia dizendo que não sabe sobre a reunião pode ter trazido um alívio para os papéis.

Santander sobe 2,5% com remuneração bilionária
Entre os maiores ganhos da sessão, destaque para as units do Santander (SANB11), que subiram 2,55%, cotadas a R$ 14,06. Os ativos ganharam força após a companhia ter informado na véspera ‘benefício” de R$ 6 bilhões aos seus acionistas, com pagamento no dia 29 de janeiro, concluindo uma operação anunciada em setembro do ano passado.

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Em comunicado, o banco informou que pagará R$ 1,586525878560 por unit (o que representa um dividend yield de 11,5%) e de R$ 0,15109770272 por ação ordinária ou preferencial (valor que corresponde a 11,6% do preço atual do papel), sem incidência de qualquer correção monetária. Terá direito aos recursos quem possuir o papel do banco até o dia 14 de janeiro.

BRF cai 3% com perspectiva negativa
Entre as maiores quedas da sessão, chamaram atenção as ações da BRF (BRFS3), que fecharam o pregão com queda de 3,37%, a R$ 45,90. Segundo o BTG Pactual, a companhia deve ter um quarto trimestre abaixo do esperado. Para os analistas Thiago Duarte, Enrico Grimaldi e Fabio Monteiro, a empresa deve ver sua receita crescer apenas 2,6% na comparação anual, devido ao fraco resultado no mercado interno. Na visão deles, a ação deve ficar mais volátil no curto prazo com ponto de entrada no final do segundo trimestre deste ano.

Enquanto isso, o Bank of America Merrill Lynch reduziu suas estimativas para a BRF e cortou o preço-alvo da ação de R$ 61,00 para R$ 57,00, mas manteve a recomendação de compra. Segundo a Agência Estado, os analistas do banco acreditam que o desempenho da companhia permanece fraco, apesar da reestruturação em curso, o que justifica um curte de preço-alvo. “Continuamos a esperar que o plano de reestruturação da BRF possa criar substancial poder de ganhos até 2016-17, com mais de 30% no retorno por ação. Para 2014, também esperamos um crescimento do Ebitda sólido de 24%. Com isso, estamos mantendo a nossa classificação comprar sobre as ações, mas reduzindo o preço-alvo”, afirmaram.

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Klabin sobe após terminar captação
Já as ações da Klabin (KLBN4) avançaram 1,94%, cotadas a R$ 12,08. A empresa concluiu na véspera sua 6ª emissão de debêntures, tendo captado R$ 1,7 bilhão, montante que será destinado ao Projeto Puma.

Diante da finalização da captação, a partir de amanhã, 9 de janeiro, as ações da companhia passarão a ser listadas no Nível 2 de Governança Corporativa. Adicionalmente, será implementado o programa de units, compostas por 1 ação ordinária e 4 ações preferenciais. Segundo a Concórdia, a subscrição da totalidade das debêntures ofertadas (obrigatoriamente conversíveis em ações) é positiva para a companhia, já que viabiliza parte dos recursos necessários à implementação do Projeto Puma. Os analistas mantêm viés positivo para a Klabin no longo prazo. 

Dados da indústria derruba Randon, Romi e Autometal
Fora do Ibovespa, algumas ações do setor industrial tiveram um dia bastante negativo após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgar que a produção do setor teve queda de 0,2% em novembro. Com isso, as ações da Indústrias Romi (ROMI3, R$ 5,90, -1,17%), Autometal (AUTM3, R$ 17,59, -1,18%) e da Randon (RAPT4, R$ 10,81, -2,52%) tiveram fortes quedas.

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Segundo o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, o resultado da indústria veio dentro do esperado, mas comprovou um desempenho ruim do setor no Brasil, o que favorece para o desempenho negativo desta sessão para as duas empresas.

Outros destaques:

Cielo (CIEL3) – as ações da companhia tiveram alta de 0,15%, a R$ 67,90. Essa foi a sexta valorização consecutiva dos papéis. Em relatório, o BTG Pactual elevou para compra a recomendação de Cielo, com aumento do preço-alvo de R$ 70 para R$ 78. Segundo os analistas, a companhia pode apresentar resultados consistentes, superando as expectativas do mercado.

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BM&FBovespa (BVMF3) – os ativos da BM&FBovespa fecharam esta quarta-feira com alta de 2,33%, cotados a R$ 10,55, após ter atingindo sua mínima desde 2011. Nesta manhã, a companhia comunicou que a OppenheimerFunds aumentou sua participação na empresa para 8,39%. Segundo informações do site da Bovespa, em 19 de dezembro, o fundo possuía 5,20% em participação na companhia. Com isso, daquela data até o momento, a OppenheimerFunds comprou 63.105.826 ações BVMF3, passando a deter 166.065.826 de ativos.

Abril Educação (ABRE11) – os papéis da empresa registraram alta de 2,66%, a R$ 33,59. Na véspera, especulações apontavam que a empresa estaria negociando um acordo societário com os norte-americanos da rede Laureate. Entretanto, a empresa negou qualquer negociação envolvendo uma associação, total ou parcial, entre as duas empresas. Segundo a XP Investimentos, embora não tenha nada concreto, vale ficar de olho no desdobramento dessa possível fusão, lembrando que a Laureate é dona da Anhembi Morumbi e no ano passado adquiriu a FMU por cerca de R$ 1 bilhão.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.