ALL dispara após decisão do Cade, Petrobras vira e Mills cai forte com Lava Jato

Confira os principais destaques da Bolsa na sessão desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os destaques do pregão desta quarta-feira (11) ficavam com as ações da ALL e Cosan Logística, que disparavam após o Cade aprovar a fusão da companhia com a Rumo, com restrições. Seguia em alta também as ações das exportadoras, que ganhavam força com a valorização do dólar frente ao real, enquanto os papéis da Petrobras operavam bastante voláteis em meio às indefinições sobre o valor da baixa contábil que virá no balanço da empresa de 2014. Confira os principais destaques da Bolsa nesta sessão, segundo cotação das 15h17 (horário de Brasília):

ALL (ALLL3, R$ 4,86, +8,48%) e Cosan Logística (RLOG3, R$ 2,97, +10,00%)
A ALL e Cosan Logística disparam após o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidir pela aprovação da fusão entre a ALL e Rumo Logística, controlada pela Cosan (CSAN3), com restrições. Entre as condições citadas pelo relator Gilvandro Vasconcelos Coelho de Araujo em seu voto estão garantias de terminais de açúcar para concorrentes e impedimentos a executivos da Cosan, controladora da Rumo, assumirem cargos de direção na nova empresa. “Mesmo com a recente alta, o papel segue negociando em torno de 3,6 vezes o EV/Ebitda estimado para 2015, um múltiplo muito interessante”, disseram os analistas da XP Investimentos. 

Petrobras (PETR3, R$ 8,89, +0,68%; PETR4, R$ 9,02, +1,12%)
As ações da Petrobras operam instáveis. Nesta tarde, os papéis voltaram a perder força e registram queda neste momento de quase 2%. Mais cedo, a empresa enviou comunicado à Bloomberg em que dizia que ainda é impossível precisar o valor da baixa contábil e que a divulgação do resultado auditado de 2014 deve sair no fim de maio. Estimativa do mercado apontava que divulgação poderia sair no fim de março. Ontem, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, disse ao Jornal Nacional, na TV Globo, que o rombo de R$ 88 bilhões não será indicativo para baixa contábil. 

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BB Seguridade (BBSE3, R$ 28,74, -1,94%)
A BB Seguridade teve seu preço-alvo cortado pelo Credit Suisse de R$ 41 para R$ 36, mas manteve a recomendação em outperform (desempenho acima da média), citando que a empresa segue como sua preferida no setor (atrás apenas de Cielo no universo de financeiras excluindo bancos). 

Exportadoras
As ações das empresas exportadoras ganhavam força hoje com a disparada do dólar frente ao real, caso da mineradora Vale (VALE3, R$ 21,00, +2,94%; VALE5, R$ 18,11, +2,20%), Bradespar (BRAP4, R$ 12,76, +3,66%), holding que detém participação na Vale, as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 10,09, +3,59%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 10,59, +3,62%) e a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 25,62, -2,48%).

Além disso, a Vale disse que avalia que os preços do seu principal produto devem ter alguma recuperação, ficando acima de US$ 70 por tonelada no segundo trimestre e na maior parte do ano, com a saída de mais produtores de alto custo do mercado. O preço do minério na China, maior importador global da matéria-prima, está oscilando perto do menor nível desde 2009, com um aumento da oferta de grandes mineradoras e um crescimento menos intenso da demanda no gigante asiático. Somente em 2014 os preços caíram pela metade. 

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Mills (MILS3, R$ 6,20, -8,69%)
As ações da Mills caem forte na sesão desta quarta-feira, após ter seus ratings rebaixados de Ba2 para Ba3 pela Moody’s ontem a noite. De acoro com a agência, o rebaixamento dos ratings se deu pois as perspectivas para a companhia são negativas uma vez que possuem exposição às companhias do setor de construção aqui no Brasil, que vêm sofrendo deterioração com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga os casos de corrupção na estatal Petrobras com grandes construtoras. “De forma mais específica, a ação resulta da deterioração nos fundamentos do setor de construção pesada, em face dos escândalos de corrupção na Petrobras e de incertezas macroeconômicas no Brasil”, disse a agência.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 8,95, -3,76%)
A BM&FBovespa reportou seus números na noite de ontem, mostrando lucro líquido de R$ 232,8 milhões no quarto trimestre de 2014, alta de 28,5% ante mesmo período do ano anterior. A previsão média de analistas ouvidos pela Reuters apontava para lucro líquido de R$ 267 milhões. Para a XP Investimentos, o resultado foi neutro. 

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,03, +1,47%)
O banco teve lucro recorrente acima do previsto no quarto trimestre, mas viu sua carteira de crédito crescer apenas um dígito em 2014, situação que pode se repetir neste ano, segundo suas próprias previsões. O BB informou que seu lucro líquido somou R$ 2,959 bilhões no período, recuo de 2,2% sobre a mesma etapa do ano anterior. A previsão média de analistas ouvidos pela Reuters era de lucro recorrente de R$ 2,908 bilhões. Para a Planner Corretora, o resultado foi bom, refletindo a estratégia de atuação do BB com foco em linhas de crédito de menor risco, controle das despesas e mudança no mix de capitação para reduzir os custos. 

Gol (GOLL4, R$ 10,72, -0,92%)
As ações da Gol operam com queda após operarem com ganhos de até 4%, em meio à notícia de que os papéis da companhia foram adicionados à lista de “compra” de curto prazo do Deutsche Bank. 

Varejistas
As ações das varejistas caem após as vendas do setor mostrarem recuo (-2,6%) em dezembro na comparação com novembro, bem acima do queda de 0,5% dada pela mediada esperada pelo mercado. Com o resultado, é provável que o IBC-Br, prévia do PIB, replique o nível de atividade mensal. O indicador será divulagado amanhã. Em reflexo, as ações do setor caem hoje na Bolsa, com destaques para B2W (BTOW3, R$ 19,75, -5,95%), Lojas Hering (HGTX3, R$ 17,23, -3,69%) e Arezzo (ARZZ3, R$ 24,84, -1,93%). 

Educacionais
Os papéis do setor de educação voltam a cair forte hoje: Kroton (KROT3, R$ 9,79, -4,95%), Ser Educacional (SEER3, R$ 12,10, -5,54%) e Anima (ANIM3, R$ 15,90, -3,52%). A exceção era Estácio (ESTC3, R$ 16,00, +1,46%) e Abril Educação (ABRE3, R$ 11,80, 0,0%), esta última que opera descolada do setor por não ter exposição ao Fies e após anúncio de venda de controle à Tarpon. Hoje, o ministro da Educação, Cid Gomes, disse que amanhã vai anunciar decisão sobre o Fies e que quer regularizar fluxo pautando a qualidade, que o programa já passou da fase da quantidade. 

Uma matéria do Valor mais cedo disse que o governo quer impor limites de orçamento para programas de financiamento estudantil. O Fies e Pronatec devem ter orçamento definido e não mais atender a demanda existente. Segundo a publicação, as negociações entre o Ministério da Educação e Ministério da Fazenda estão em curso e que Cid Gomes estaria muito receptivo às ideias de Joaquim Levy. 

Klabin (KLBN11, R$ 14,93, -0,13%)
A produtora e exportadora de papéis viu seu resultado operacional subir acima das expectativas no quarto trimestre, beneficiada pela desvalorização do real e controle de despesas e custos no período. Entre outubro e dezembro, a Klabin somou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 508 milhões, alta de 15% na comparação anual e acima de projeção média de analistas, de R$ 469,5 milhões. O prejuízo líquido da companhia veio em linha com as expectativas dos analistas, a R$ 127 milhões no trimestre, contra projeção média de R$ 122 milhões. No mesmo período de 2013, a linha ficara positiva em R$ 22 milhões.

All Ore (AORE3, R$ 0,28, +7,69%)
As ações da All Ore voltam a subir forte na Bolsa com a notícia de que seu conselho de administração aprovou Paulo Fernando da Costa Kazaks, atual diretor presidente da Sweet Hair, como CEO (Chief Executive Officer) da empresa. A eleição é parte do “período de transição harmonioso para a transação” Sweet Hair/All Ore, informada em 27 de janeiro, quando as ações dispararam 69% na Bolsa. A All Ore, criada em 2008, decidiu abandonar seus projetos originais de identificação e exploração de mineração no País como ouro e minério de ferro e partir para o negócio de cosméticos e produtos de beleza.

Indústrias Romi (ROMI3, R$ 1,74, -3,87%)
A companhia informou na noite de ontem que teve queda de 64% na comparação anual no lucro líquido da companhia, passando para R$ 5,58 milhões. A companhia ainda informou ontem que o atual presidente da Romi, Livaldo Aguiar dos Santos, irá se aposentar mês que vem, com o conselho de administração da companhia indicando Luiz Cassiano Rosolen para o cargo.

Cremer (CREM3, R$ 15,55, -8,53%)
A Cremer vê suas ações operarem no negativo nesta sessão, que antecede os resultados da companhia que deverão ser divulgados nesta noite.