Aldo Mendes, do Banco Central, diz que há “gordura” na taxa de câmbio

Em evento no Rio de Janeiro, Mendes afirmou que o BC está preparado para fornecer liquidez, e que a entidade não tem meta ou banda de câmbio

Reuters

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RIO DE JANEIRO – O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmou nesta segunda-feira que há “um pouco de gordura” na taxa de câmbio neste momento e que ela está acima do modelo calculado pelo BC.

“A taxa de câmbio é muito complexa, é uma grande variável. Cada analista, cada instituição tem seu modelo… Tem um pouco de gordura na nossa taxa (cambial)”, afirmou Mendes, ao participar de evento no Rio de Janeiro.

O dólar, no momento em que o Mendes estava fazendo as declarações, estava sendo negociado pouco acima de 2,08 reais na venda, com queda de aproximadamente 0,40 por cento. Às 13h53, a moeda norte-americana recuava 0,55 por cento, a 2,0794 reais.

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As avaliações no mercado já apontavam para a estratégia do BC de não deixar o dólar ultrapassar o teto de 2,10 reais, após várias intervenções na semana passada. A última, na sexta-feira, foi a pesquisa de demanda junto às mesas de câmbio para a realização de leilões de swap cambial tradicional e de venda conjugada com compra. Até agora, o BC não informou se realizará as operações.

Aldo disse ainda que o BC tem bastante espaço para oferecer dólares no mercado spot ou de derivativos, conforme a necessidade. Ele reforçou que a autoridade monetária está preparada para fornecer liquidez, sobretudo neste final de ano, quando normalmente há escassez de recursos.

O diretor voltou a afirmar também que o BC não tem meta de câmbio, ou mesmo uma banda de oscilação. Na avaliação do mercado, no entanto, a autoridade monetária não quer o dólar acima de 2,10 reais nem abaixo de 2 reais.

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Aldo disse ainda que o país fechará este ano com Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) de mais de 66 bilhões de dólares.

A projeção do BC, até então, era de 60 bilhões de dólares, mais do que o suficiente para cobrir todo o déficit em transações correntes esperado para o período, de 53 bilhões de dólares.

No acumulado do ano até outubro, o IED somava 55,306 bilhões de dólares segundo dados do próprio BC, enquanto o déficit em conta corrente chegou a 39,554 bilhões de dólares.