AgroGalaxy: AGXY3 cai 13% e fecha abaixo de R$ 1 após pedido de recuperação judicial

Pedido ocorre após uma safra 2023/24 no Brasil em que produtores de grãos lidaram com problemas climáticos severos, com impacto nas produtividades

Equipe InfoMoney

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As ações da AgroGalaxy (AGXY3) despencaram mais de 13% e fecharam abaixo de R$ 1 após a divulgação do pedido de recuperação judicial. Os papéis fecharam em queda de 13,27%, a R$ 0,98, após entrarem em leilão na reta final do pregão por conta do envio do fato relevante sobre o pedido.

A companhia, especializada na venda de insumos agrícolas como fertilizantes e pesticidas, informou nesta quarta-feira que seu conselho de administração aprovou ajuizamento de pedido de recuperação judicial da companhia.

A empresa, que atua também na produção de sementes e comercialização e originação de grãos, além de prestação de serviços, afirmou que o pedido foi ajuizado em segredo de Justiça e será oportunamente submetido à ratificação de assembleia de acionistas.

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O pedido de recuperação judicial acontece após uma safra 2023/24 no Brasil em que produtores de grãos lidaram com problemas climáticos severos, com impacto nas produtividades. Ao mesmo tempo, as cotações das commodities caíram por conta de expectativas de maior oferta no mundo.

“Nos últimos anos, a conjugação da queda nos preços das commodities, eventos climáticos adversos, juros elevados e elevação dos custos de produção provocou um aumento expressivo na inadimplência dos produtores rurais, com forte impacto na liquidez da companhia”, disse a companhia, em um comunicado separado.

Essa situação “afetou a cadeia agroindustrial de forma geral”, acrescentou a empresa, que se consolidou como uma das maiores plataformas de varejo de insumos agrícolas e serviços voltados para o agronegócio brasileiro. A empresa tem pontos comerciais distribuídos por diversos Estados do país e mais de 30 mil clientes cadastrados.

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A AgroGalaxy acrescentou que nos últimos meses “despendeu” esforços para lidar com os “desafios significativos” relacionados a eventos climáticos e deterioração das condições de mercado, mas que não foi possível evitar o processo.

“O AgroGalaxy tentou, de todas as formas, evitar recorrer à Justiça, mas a medida é necessária para proteger o negócio e, mais importante, permitir que a empresa siga trabalhando lado a lado com os agricultores”, disse o novo presidente-executivo, Eron Martins, em nota.

A empresa teve prejuízo líquido ajustado de R$ 362,4 milhões no segundo trimestre, enquanto a sua dívida encerrou o período em R$ 1,5 bilhão.

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As condições demandam ações que possam proteger a empresa para a implementação do equacionamento de seu endividamento e readequação da estrutura de capital, justificou a AgroGalaxy em fato relevante.

O processo de recuperação judicial deverá permitir que a companhia continue a fornecer os serviços aos clientes, além de atender “de forma organizada aos interesses dos credores, trabalhadores e demais stakeholders”, segundo a empresa.

A AgroGalaxy disse que espera contar, diante do cenário do agronegócio brasileiro, com “compreensão de todos neste momento de transformação”.

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Mais cedo, a companhia havia informado a eleição de Eron Martins como presidente-executivo da companhia após renúncia de Axel Jorge Labourt, de acordo com fato relevante.

Além da mudança no comando da empresa, também renunciaram os membros do conselho Mauricio Luís Luchetti (independente), Eduardo de Almeida Salles Terra (independente), Benildo Carvalho Teles, Welles Clovis Pascoal e Larissa Yastrebov Pomerantzeff.

Martins, atual diretor financeiro e de relações com investidores, acumulará interinamente os cargos.

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(com Reuters)