Ignorar perdas e desperdícios de alimentos tende a ser mais custoso do que combatê-los

Professor prevê que consumo de produtos "feios esteticamente" deve ser cada vez mais incentivado

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Combater as perdas e desperdícios de alimentos tende, no médio e longo prazo, a ser menos custoso do que ignorar a situação. Foi o que destacou Walter Belik, professor e pesquisador da Unicamp e especialista em economia agrária, durante evento realizado pela Basf, nesta segunda-feira (21), em São Paulo (SP).

Combate no desperdício de alimentos irá exigir investimentos de diversos setores da sociedade

“Quanto custa uma tonelada de comida jogada fora e quanto custa combater o desperdício?”, indagou Belik em sua apresentação. Segundo ele, em um primeiro momento, de fato, a luta contra as perdas e desperdícios vão exigir investimentos, sejam dos governos, das empresas e/ou da sociedade – ou todos juntos -, mas o custo socioeconômico de não se fazer nada será muito maior.

De acordo com o especialista, estimular o consumo de produtos “feios esteticamente”, mas que do ponto de vista de saúde e nutrição estão em bom estado é outra medida que deve ser cada vez mais incentivada. Em seu raciocínio, Belik sustenta o argumento de que o retorno do investimento viria com um maior volume de alimentos que seria comercializado, e que hoje são perdidos ou desperdiçados.

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O especialista lembrou os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), os quais apontam que anualmente cerca de um terço da produção mundial de alimentos é perdida ou desperdiçada. “E com isso muito mais do que comida vai para o lixo. Se perde também água, terra, energia, dinheiro, trabalho”, acentuou.

Segundo Belik, as principais perdas e desperdícios de alimentos no Brasil [cerca de 50%] ocorrem nas etapas de pós-colheita, manuseio, transporte e distribuição. Por sua vez, nos Estados Unidos, o maior problema é o desperdício no consumo.

Conscientização
Para o professor, além do desenvolvimento de modelos de negócios que tragam o benefício social de combater a perda e o desperdício atrelado ao retorno econômico que é, o que de fato, viabiliza qualquer projeto, é necessário, ainda, se investir em educação alimentar.

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Para Eduado Leduc, vice-presidente sênior da unidade de proteção de cultivos da Basf para América Latina e Brasil, o desafio é gigantesco e requer a integração entre governos, setor privado e sociedade, com foco na conscientização. De acordo com Marcelo Batistela, diretor de marketing da unidade de proteção de cultivos da Basf, a questão é transformar hoje os conflitos de interesse nas cadeias produtivas em sinergias de interesse, que funcionem como antídoto contra as perdas e desperdícios de alimentos.