Setor do calcário reivindica política de incentivo à correção do solo

Produtividade da agricultura poderia aumentar em 60% se o solo tivesse a acidez natural corrigida, afirma presidente da Abracal

Datagro

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A falta de um programa de estímulo à correção do solo vem afetando de maneira negativa a renda do produtor rural e consequentemente inibindo maiores ganhos de produtividade na agricultura. É o que afirma o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário (Abracal), Oscar Alberto Raabe. “A primeira providência para que o País aumente a produtividade da lavoura é a correção da acidez do solo”, diz o dirigente. “Se o solo brasileiro tivesse sua acidez natural corrigida, a agricultura nacional poderia ampliar a produtividade em torno de 60%, dispensando a necessidade de abertura de novas áreas para plantio. Porém, falta uma política pública para aplicação de corretivos, como o calcário agrícola”, acentua.

Falta de incentivos ao um programa de correção do solo vem afetando a renda do produtor rural (Foto: Fepagro-RS)

De acordo com Raabe, a ausência de um plano de incentivo à correção do solo termina por afetar a riqueza do País. “Estamos falando da rentabilidade do agricultor, mas também de mais oferta para o consumidor nacional e para exportação”, ressalta. Segundo o dirigente, outras tecnologias, produtos – que são importados e mais caros – estão ganhando espaço no campo ao apresentarem benefícios relacionados à produtividade, que tradicionalmente já são oferecidos pelo calcário. “O solo corrigido com calcário potencializa a eficiência dos fertilizantes, por exemplo, gerando economia aos produtores.”

Sem citar nomes, a questão, de acordo com Raabe, é que estas novidades contam com um forte aparato de propaganda para convencer o produtor rural. “O segmento de calcário vem perdendo terreno por falta de comunicação”, avalia. De acordo com Raabe, estudos da Embrapa, IAC e Esalq apontam que a produção agrícola poderia crescer em torno de 50% apenas com maior uso de calcário. “É natural, mais barato, custando entre R$ 60 a R$ 70 a tonelada, e tem em todo o País.”

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O dirigente defende o engajamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de secretarias estaduais de agricultura e de órgãos municipais ligados ao setor rural no desafio de formulação de uma política pública de estímulo à correção do solo por meio calcário. Dados da Abracal projetam que o consumo de calcário cairá de 30 milhões de toneladas em 2015 para 29 milhões neste ano. “Tecnicamente, o volume de calcário necessário anualmente para correção de solo no País gira em torno de 50 a 60 milhões de toneladas”, frisa Raabe. “Este montante cobriria a área de grãos, de culturas perenes e de florestas plantadas.”

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