Produtores de vinhos querem menos IPI e categoria no Simples para retomar vendas

Setor vitivinícola registrou recuo de 4,35% registrado na comercialização de produtos no primeiro semestre em comparação com igual período de 2015

Datagro

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Para reverter o recuo de 4,35% registrado na comercialização no primeiro semestre em comparação com igual período de 2015, o setor vitivinícola avalia como essenciais a realização de algumas mudanças na tributação que incide sobre o segmento. Entre as medidas consideradas prioritárias para a recuperação das vendas, estão a reversão do aumento da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que desde dezembro do ano passado está em 10% sobre o valor de venda da garrafa, e a inclusão das vinícolas na categoria do Simples Nacional, em votação prevista para ocorrer nesta terça-feira (23) na Câmara dos Deputados. O diagnóstico é do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

Vitivinícola busca mudanças nas leis para aumentar vendas em 2016 (Foto: Viviane Zanella/Embrapa)

Segundo o presidente da entidade, Dirceu Scottá, a reversão da medida que elevou o imposto sobre os vinhos é crucial para o setor. “Se conseguirmos negociar uma alíquota menor para o IPI, talvez consigamos recuperar uma percentagem do que caiu no vinho de mesa e ter um resultado ainda melhor no fino.”

Nos primeiros seis meses do ano, de acordo com o Ibravin, em praticamente todas as categorias da cadeia produtiva vitivinícola os preços subiram, levando à queda nas vendas no vinho de mesa (-5,73%), no espumante (-9,65%) e no suco de uva pronto (-5,85%). A única exceção foi o vinho fino, que teve alta de 9,33%, puxado por um aumento de consumo de 6%.

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Além da carga de impostos, a quebra na safra de uva, que aumentou o custo da matéria-prima, e a elevação dos insumos foram os vilões para o setor no primeiro semestre.

No caso dos espumantes, por exemplo, a categoria encolheu em 14,45%, somando recuo das importações e venda de rótulos nacionais. Todavia, na análise do Ibravin, poderá ocorrer uma retomada nas vendas nos próximos meses. “Como o grande volume de comercialização se verifica no segundo semestre, há condições de reverter esse desempenho”, projeta o vice-presidente da entidade, Oscar Ló.

No entanto, a mesma previsão não deve se verificar para o vinho de mesa e para o suco, que devem chegar ao final do ano com baixa nas vendas. “O vinho de mesa tem um público-consumidor que é bastante sensível a preço e também houve uma redução na oferta disponível no mercado. O suco de uva 100% também deve ter recuo nas vendas em comparação com o que vinha apresentando nos últimos anos. Mas na próxima safra, havendo uma boa colheita, a situação pode se estabilizar”, acredita Ló.