Déficit mundial de açúcar deve subir para 7,1 milhões de toneladas em 2016/17

Cenário global de produção foi debatido no 5º Sugar & Ethanol Summit – Brazil Day

Datagro

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SÃO PAULO – Nesta semana, aconteceu mais uma edição do Sugar & Ethanol Summit – Brazil Day. Pelo quinto ano consecutivo, o evento reuniu líderes do mais alto nível para discutir sobre o mercado de açúcar e etanol nas indústrias brasileira e europeia.

O evento teve a abertura do Embaixador do Brasil no Reino Unido, Eduardo dos Santos, e uma exposição detalhada da ApexBrasil, na pessoa do seu representante em Moscow, Almir Américo, sobre a ação de promoção comercial, tanto dos produtos gerados – açúcar e etanol, e suas utilizações – quanto de bens de capital, tecnologia e serviços relacionados ao setor sucroenergético do Brasil, que podem ser exportados para outros países. 

Com o foco sobre a experiência do Brasil quanto a diversificação de sua indústria na direção da produção de etanol e cogeração, e como esta diversificação pode ser implementada em outros países produtores de açúcar, principalmente as ex-colonias europeias da África, Caribe e Pacífico, foi realizada durante o evento uma grande ação de promoção comercial de tecnologia e serviços relacionados ao setor de açúcar e etanol. 

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Foram apresentadas as mais avançadas tecnologias de turbinas e de cogeração, e uma discussão extensa sobre as vantagens econômicas e ambientais desta diversificação. Esta ação foi coordenada por Flavio Castelar, diretor executivo do APLA (Arranjo Produtivo Local do Alcool), e contou com a participação ativa dos dirigentes do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise-Br), Paulo Roberto Gallo e Silvio Geraldini. Durante o evento, foi também discutida a viabilidade técnica e as vantagens ambientais do uso do etanol como combustível, tanto em mistura à gasolina quanto como combustível único. A experiência e as avaliações do IDIADA, maior centro de pesquisas europeu sobre engenharia automotiva sediado em Barcelona, foi abordado com grande profundidade pela engenheira Suzana Paz.

Durante o evento, o representante da Direção Geral de Agricultura da Comissão Europeia, Pierluigi Londero, e o economista chefe da Confederação Geral dos Produtores de Beterraba Açucareira da França, Timothé Masson, discorreram sobre as consequências da abolição das cotas de produção de açúcar a partir de outubro de 2017, com uma previsão conservadora sobre a capacidade da União Europeia gerar excedentes significativos de açúcar para exportação a partir de 2017. Segundo Timothé Masson, o fiel da balança poderá ser o volume de isoglucose e de bioetanol a ser produzido após a abolição das cotas.

Foi também discutido o cenário de produção no Brasil, tanto nas regiões Centro-Sul quanto Norte-Nordeste, com analises apresentadas pelo presidente e vice-presidente do Forum Nacional Sucroenergético, André Rocha e Renato Cunha, respectivamente. Essas avaliações incluíram perspectivas de produção e de competitividade do etanol com a gasolina, a partir de possíveis alterações na CIDE sobre a gasolina. Igualmente foi debatido o atual cenário de produção de açúcar. 

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Para os expositores e participantes presentes, este contexto impacta diretamente o comércio global da commodity, que continua em déficit. De acordo com o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, este déficit no mercado deve atingir 7,1 milhões de toneladas na safra 2016/2017. “A perspectiva deste crescimento é o principal motor por trás da recente alta do preço internacional do açúcar, além da queda dos estoques mundiais”, afirmou Nastari.

Já para Elizabeth Farina, que também esteve no evento, a produção em queda de países asiáticos, incluindo a Índia, tem contribuído para alterar o balanço de oferta e demanda global de açúcar para este déficit.

Gustavo Leite, do Centro de Tecnologia Canavieira, descreveu como o desenvolvimento da biotecnologia poderá permitir um maior controle da broca e de besouros que atacam a cana-de-açúcar, e causam uma  perda de produção que varia de 5% a 15% do total. Simon Usher, CEO da Bonsucro, mostrou o volume crescente de produção de açúcar e etanol produzido segundo critérios sustentáveis e avançados de produção.

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Mantendo a tradição dos últimos anos, o evento reuniu mais de 150 líderes e especialistas do mercado para debater as vantagens da diversidade no mercado e indústria brasileira de açúcar e etanol; as oportunidades do comércio no Brasil; os avanços tecnológicos e oportunidades para outros países produtores ao adotarem o modelo brasileiro de diversificação; e os avanços estimados no futuro para a produtividade e a sustentabilidade da produção de açúcar e etanol de cana-de-açúcar, entre outros assuntos ligados ao setor.