África do Sul nega que irá flexibilizar lei para favorecer empresa de Elon Musk

Pelas leis locais, companhias estrangeiras precisam vender 30% de suas subsidiárias para acionistas negros ou de outros grupos desfavorecidos pelo apartheid

Estadão Conteúdo

FILE PHOTO: O CEO da Tesla, Elon Musk, caminha para embarcar no Air Force One com o presidente dos EUA, Donald Trump (não mostrado na foto), enquanto partem para Filadélfia, Pensilvânia, do Aeroporto Municipal de Morristown, em Morristown, Nova Jersey, EUA, em 22 de março de 2025. REUTERS/Nathan Howard/Foto de arquivo
FILE PHOTO: O CEO da Tesla, Elon Musk, caminha para embarcar no Air Force One com o presidente dos EUA, Donald Trump (não mostrado na foto), enquanto partem para Filadélfia, Pensilvânia, do Aeroporto Municipal de Morristown, em Morristown, Nova Jersey, EUA, em 22 de março de 2025. REUTERS/Nathan Howard/Foto de arquivo

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O ministro das Comunicações da África do Sul negou nesta terça-feira, 27, que uma proposta para flexibilizar as exigências de participação acionária negra em empresas de tecnologia tenha sido feita com o objetivo de beneficiar a Starlink, empresa do bilionário branco Elon Musk, nascido no país.

Pelas leis sul-africanas, companhias estrangeiras precisam vender 30% de suas subsidiárias para acionistas negros ou de outros grupos raciais historicamente desfavorecidos pelo regime do apartheid, para obter uma licença de operação.

Na sexta-feira, no entanto, o ministro Solly Malatsi sugeriu afrouxar essa exigência, o que provocou críticas de vários partidos políticos. A mudança permitiria que empresas como a Starlink cumprissem os requisitos de empoderamento por meio de investimentos em capacitação, geração de empregos e parcerias com fornecedores locais.

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A diretriz foi apresentada poucos dias após o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, se reunir na Casa Branca com o presidente dos EUA, Donald Trump. Na ocasião, Trump fez alegações infundadas de que fazendeiros brancos estariam sendo sistematicamente assassinados na África do Sul, o que causou desconforto.

A deputada Khusela Diko, do governista Congresso Nacional Africano (ANC), questionou o momento da proposta e se o país não estaria se esforçando demais para acomodar a Starlink, empresa de internet via satélite de Musk.

Já a Associação de Comunicações e Tecnologia (ACT), que representa o setor, avaliou que as mudanças propostas podem marcar “uma nova era” para a indústria, desde que aplicadas com consistência, justiça e transparência.

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“Defendemos abordagens mais inteligentes e escaláveis, que gerem impacto real e restaurem a clareza política, a consistência e a confiança dos investidores”, afirmou a ACT em nota.