AES Brasil (AESB3) pode ser vendida: quem comprará e o que isso indica para a ação?

Para os analistas do Bradesco BBI, que mantém visão neutra para as ações, a lista de prováveis compradores poderia incluir Auren, Engie e até mesmo CTG

Equipe InfoMoney

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As notícias sobre a potencial venda do controle da AES Brasil (AESB3), com a americana AES podendo sair do país após 28 anos, tornaram-se mais frequentes nos últimos dias. Com isso, o Bradesco BBI atualizou as suas estimativas para a companhia e para o setor de forma a avaliar os principais catalisadores de valor antes de uma potencial operação de M&A (fusão & aquisição).

A AES Brasil, listada nos mais altos padrões de governança corporativa da B3, é controlada pela AES Corp que detém 47% de seu capital total (o BNDES detém 7% e os minoritários 46%).

Para os analistas do Bradesco BBI, embora não esteja claro se a AES Brasil será vendida, a lista de prováveis compradores, na opinião da casa, poderia incluir Auren (AURE3), Engie (EGIE3) e até mesmo CTG. Por outro lado, descartariam como potenciais compradores Eneva (ENEV3) , Eletrobras (ELET3;ELET6), CPFL (CPFE3) e Neoenergia (NEOE3), pois essas empresas provavelmente não consideram a AES Brasil uma boa opção ou têm seus próprios desafios que vão desde a alta alavancagem até a necessidade de se concentrar em sua própria reestruturação.

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Com estes cenários no radar, dependendo de quem compra a AES Brasil, o BBI aponta que existe espaço para adicionar cerca de R$ 1,64 (16% do preço-alvo da casa) em eficiências de despesas/custo da dívida. Para Auren, poderia haver um potencial adicional de pelo menos R$ 0,20 no uso mais rápido de créditos fiscais.

O principal risco do comprador está relacionado à alta alavancagem da AES Brasil (dívida líquida/Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, ajustado de 5,4 vezes) versus a necessidade de acompanhamento de capital para financiar a transação. Isto é agravado pelo fato de a AES Brasil ter de refinanciar cerca de R$ 5,6 bilhões no exercício financeiro de 2024/2025.

No caso da Engie, a “Nova Companhia” combinada teria uma relação dívida líquida/Ebitda no ano 24/25 ligeiramente abaixo do seu covenant (cláusulas contratuais junto às instituições financeiras credoras) de 3,5 vezes – o investimento de expansão do ano fiscal 24/25 da Engie é alto.

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No caso da Auren, a “Nova Companhia” combinada começaria com a dívida líquida/Ebitda mais alta em 4,1 vezes no ano fiscal de 2024, mas cairia para 3,1 vezes no ano fiscal de 2025, já que o investimento da Auren é pequeno daqui para frente e AES Brasil começa a gerar caixa no ano fiscal de 24/25.

Olhando para a AES Brasil “como está”, com base em suas estimativas revisadas, o BBI definiu um novo preço-alvo para o final de 2024 de R$ 10,50 por ação, leve redução frente os R$ 11,00 anteriores e queda de 1% frente o fechamento de sexta-feira, equivalente a um preço justo atual de R$ 9,30 por ação, 12% abaixo do preço atual do AESB3. No entanto, mantém recomendação neutra para os papéis.