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SÃO PAULO – Acessar o mercado de ações norte-americano é um objetivo ou uma necessidade para muitas empresas ao redor do mundo, inclusive brasileiras. Afinal de contas, nos EUA está a maior base de investidores do planeta, o que abre novas perspectivas de captação para empresas buscando recursos.
Para facilitar o processo para os investidores norte-americanos, em 1927 foram criados os ADRs, ou American Depositary Receipts. Os ADRs são recibos emitidos por um banco depositário norte-americano e que representam ações de um emissor estrangeiro que se encontram depositadas e sob custódia deste banco.
Assim, eles representam um número específico de ações da empresa estrangeira e, sendo cotados em dólares e transacionados em uma Bolsa ou mercado de balcão nos EUA, tornam a compra de ações estrangeiras muito mais fácil para os investidores norte-americanos.
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Tipos de ADRs
Os ADRs podem ser divididos em três tipos distintos:
- Nível 1 – Sua negociação é feita somente no mercado de balcão norte-americano, ou seja, não é possível efetuar oferta pública do ADR nos EUA. Embora não apresentem liquidez muito elevada, sua maior vantagem diz respeito à menor necessidade de divulgação de informações, o que os tornam mais atrativos para as empresas em termos de custos.
- Nível 2 – É listado em uma Bolsa ou negociado na Nasdaq. Com isso, as demonstrações financeiras da empresa cujas ações fazem parte do ADR devem seguir os princípios contábeis adotados nos EUA, o USGAAP. A necessidade de informações aumenta em relação ao nível 1, mas também a visibilidade e liquidez.
- Nível 3 – A negociação pode ser feita em qualquer bolsa de âmbito nacional dos EUA, ou na Nasdaq. Ao contrário dos outros níveis de ADR, ele deve estar emitido com base em ações novas da companhia, e vinculado a uma emissão pública dessas ações nos EUA. Da mesma forma que no ADR nível 2 as demonstrações financeiras da empresa cujas ações fazem parte do ADR devem estar de acordo com o US GAAP.
Sopa de letrinhas: ADS, EDR, BDR e GDR
Além dos ADRs, muitas vezes o investidor acaba recebendo informações dos ADSs (American Depository Shares). Embora muitas vezes usado como sinônimo de ADR, existe uma pequena diferença técnica: o ADS representa uma ação, enquanto o ADR representa um recibo, que pode ser composto por mais de uma ação.
Como o investidor norte-americano é bastante sensível ao preço nominal das ações, muitas vezes as empresas e os bancos depositários optam por lançar ADRs compostos por diversas ações. Assim, um ADR da empresa X pode representar, por exemplo, cinco ações da mesma empresa.
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Além do mercado norte-americano, a empresa pode optar também por acessar o mercado de outras regiões. Caso o acesso seja ao mercado europeu, pode ser feito através de EDR (European Depositary Receipt), ou, em vários mercados globais, através do GDR (Global Depositary Receipt).
Até empresas estrangeiras que optam por acessar o mercado brasileiro, geralmente por terem operações no país, contam como uma alternativa. São os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que abrem ao investidor brasileiro a oportunidade de investir em empresas estrangeiras sem ter que sair da Bovespa.