Adoção de stablecoins na América Latina deve crescer em meio à alta da inflação

O inverno cripto não desacelerou o uso de stablecoins na América Latina em 2022

CoinDesk

(Shutterstock)

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O uso de stablecoins, especialmente aquelas atreladas ao dólar americano, deve aumentar neste ano, disseram quatro líderes regionais do setor durante o primeiro Twitter Space, evento organizado pela versão espanhola do CoinDesk.

Stablecoins são criptoativos pareados na proporção de 1:1 a algum ativo do mercado tradicional, como moedas fiduciárias e commodities.

“Na América Latina, os países com os maiores níveis de inflação são os que correm mais rápido para as criptomoedas”, disse Mauricio Di Bartolomeo, cofundador da Ledn, uma plataforma canadense de empréstimos com 125 mil usuários, metade deles baseados em países latino-americanos.

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“Em 2023, a adoção de stablecoin aumentará porque a inflação será muito maior em meio à turbulência macroeconômica”, acrescentou ele.

O Banco Mundial disse no final do ano passado que esperava que a inflação de 2022 na América Latina fechasse em 14,6%. Embora a instituição preveja que a taxa caia para 9,5% em 2023, isso permanece elevado.

De acordo com um relatório recente publicado pelo JPMorgan, a inflação na América Latina permanecerá acima das zonas de conforto da maioria dos bancos centrais neste ano, e a região responde por algumas das taxas de inflação mais altas do mundo.

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“Vimos um grande aumento no uso de stablecoins, que cresceu de 2021 a 2022”, disse Daniel Vogel, cofundador e CEO da Bitso, plataforma cripto que opera na América Latina com mais de seis milhões de usuários.

Ele projetou que o uso de stablecoins na região aumentará não apenas como reserva de valor, mas também como ferramenta para transações.

Em um estudo intitulado “New Payments Index 2022”, a Mastercard mostrou que mais de um terço dos latino-americanos disseram ter feito uma compra diária com uma stablecoin, em comparação com apenas 11% dos que responderam em outras regiões.

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“Não foi um ano ruim para adoção”, disse Sebastián Serrano, cofundador e CEO da Ripio, uma plataforma de ativos digitais com mais de 4,5 milhões de usuários. “Vimos muita adoção institucional e muito mais volume de negociação de stablecoins em 2022 do que em 2021, e muitas contas corporativas e grandes projetos concluídos.”

A América Latina foi o sétimo maior mercado de criptomoedas no relatório anual de 2022 da Chainalysis, e cinco países da região fizeram parte do ranking dos 30 principais, inclusive o Brasil.

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Mariano Di Pietrantonio, cofundador e chefe de estratégia da Maker Growth, equipe dedicada à expansão do protocolo cripto MakerDAO, disse que muito progresso está sendo feito nas licenças para a emissão de stablecoins em todo o mundo.

“Acho que um dos produtos estrela em 2023 serão as stablecoins atreladas a moedas de mercados emergentes como América Latina e Norte da África, porque são mercados muito grandes que são justamente os que usam stablecoins diariamente sem fins especulativos”, falou.

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