Ações de Rede D’or (RDOR3) recuam com redução de estimativas e maior pressão sobre tíquete médio

BBA mantém recomendação outperform, mas reduz preço-alvo de R$ 45 para R$ 41

Felipe Moreira

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As ações da Rede D’or São Luiz (RDOR3) enfrentam perdas nesta quinta-feira (29), recuando, por volta das 16h, mais de 3,5%. O Itaú BBA divulgou relatório apontando que a empresa pode enfrentar pressão de tíquete médio, reduzindo o preço-alvo de R$ 45 para R$ 41, mas com manutenção da recomendação outperform (equivalente à compra).

Segundo o relatório, a empresa deve um menor crescimento do tíquete médio, “uma vez que as negociações de preços entre a rede hospitalar e provedores de planos de saúde devem demorar mais do que previsto”.

O documento ressalta que a recuperação aquém das estimativas iniciais pode ser explicado por: “i) situação financeira desafiadora das operadoras de planos de saúde resultando em negociações; ii) concentração de aumentos de preços abaixo do esperado no 3T22; e iii) maior representatividade de procedimentos de baixa complexidade”.

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Por outro lado, a equipe de research do banco prevê uma boa expansão da margem Ebitda (Ebitda sobre receita), devido a melhora nos custos de compra de materiais e medicamentos, à medida que esses custos retornam aos níveis pré-pandemia (em proporção da receita) no quarto trimestre de 2022.

Apesar das estimativas de crescimento de curto prazo mais modestas, analistas continuam vendo a Rede D’or registrando uma taxa anual de crescimento composto (CAGR, na sigla em inglês) impressionante (49% para 2022-26), com uma taxa interna de retorno (TIR) de três anos consideravelmente maior que o custo de capital.

Perspectivas para aquisição da SulAmérica (SULA11)

A aquisição da SulAmérica ainda está pendente de suas mais importantes aprovações, do CADE e da ANS. Apesar de continuar otimista com a combinação de negócios, BBA prevê um cenário difícil para a SulAmérica no curto prazo.

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As adições líquidas provavelmente serão reduzidas não apenas por um ambiente macro mais difícil a partir do 4T22, mas também pelo maior churn devido aos ajustes de preços bruscos impostos.

Além disso, a frequência alta observada no sistema privado de saúde provavelmente desencadeará outro ciclo de aumentos agressivos de preços em 2023, visando a normalização da MLR (sinistralidade) apenas em 2024. A previsão de lucro líquido para 2023e para SulAmérica em 2023 é de R$ 1,123 bilhão.