Petrobras, Brava, PRIO e PetroReconcavo são destaque de alta com salto do petróleo

Escalada no conflito entre os dois países elevou o risco geopolítico no Oriente Médio e reacendeu temores sobre o abastecimento global de petróleo

Lara Rizério

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As ações das petroleiras da B3 registraram fortes ganhos na sessão desta sexta-feira (13) e amenizaram as perdas do Ibovespa na esteira da forte alta dos preços do petróleo por conta do ataque de Israel ao Irã. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 2,46%, a R$ 32,53, enquanto as PETR3 avançaram 2,13%, a R$ 34,98. Brava (BRAV3, +1,51%, a R$ 20,78), PetroReconcavo (RECV3, 2,71%, a R$ 15,56) e PRIO (PRIO3, 1,76%, a R$ 43,98) também tiveram ganhos.

Conforme destaca Vitor Agnello, analista CNPI da CM Capital, a escalada no conflito entre os dois países elevou o risco geopolítico no Oriente Médio e reacendeu temores sobre o abastecimento global de petróleo, sobretudo diante da importância estratégica da região na produção e no escoamento da commodity.

Em resposta imediata, o Brent referência global para os preços da matéria-prima registrou alta expressiva, ultrapassando os US$ 76 por barril, com uma valorização intradiária que chegou a superar os 13%, o maior avanço percentual em um único dia desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022 que estressaram fortemente o preço por um bom período. O brent fechou com alta de 7,77%, a US$ 74,75 o barril.

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A operação militar israelense teve como alvos instalações nucleares e bases do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, entre elas o complexo nuclear de Natanz e estruturas militares nas regiões de Isfahan e Shiraz. Segundo autoridades israelenses, os ataques foram uma resposta a recentes provocações iranianas e representam uma tentativa de desmantelar a capacidade nuclear do país persa.

Como reação, o Irã lançou dezenas de drones kamikaze contra o território israelense, alimentando a percepção de que o conflito poderá se agravar e comprometer rotas essenciais de transporte de petróleo, especialmente o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto da produção mundial da commodity. “A tensão e escalonamentos pela região já vinham ocorrendo havia meses, desde o inicio do conflito com o Hamas e suas vertentes terroristas”, aponta o analista.

Desa forma, o aumento do risco de fornecimento impactou fortemente os contratos futuros de petróleo negociados nas bolsas internacionais.  

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“No Brasil, a alta do petróleo repercute de forma significativa, especialmente sobre o desempenho da Petrobras”, ressalta, apontando que a empresa tem grande parte de sua produção concentrada no pré-sal, onde o custo de extração gira em torno de 5 dólares por barril. Assim, a companhia tende a ampliar substancialmente suas margens de lucro caso os preços internacionais se mantenham elevados. Estimativas de mercado indicam que, a cada 10 dólares de valorização do Brent, o fluxo de caixa da estatal pode crescer em até 5 bilhões de dólares, reforçando sua posição financeira e potencial de distribuição de dividendos.

Além disso, o aumento nos preços do petróleo tende a influenciar a política de preços de combustíveis no mercado interno. Após sucessivas reduções recentes promovidas pela Petrobras nos valores da gasolina e do querosene de aviação para distribuidoras, motivadas pela queda anterior da commodity, o novo patamar do Brent pode gerar pressão para reajustes que impactem diretamente o consumidor final, avalia.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.