Ações de Lojas Quero-Quero (LJQQ3) fecham em queda de 13,1% após balanço; empresa prevê normalização de indicadores em 2022

Analistas viram resultados marcados pela pressão de rentabilidade tanto na margem bruta quanto na margem Ebitda

Felipe Alves

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As ações da varejista Lojas Quero-Quero (LJQQ3) fecharam com forte queda nesta sexta-feira (11), recuando 13,12%, cotadas a R$ 6,49, após a divulgação do seu balanço do quarto trimestre, que apontou queda de 28% no lucro.

Em relatório, o Itaú BBA avaliou os resultados como fracos e com margens pressionadas, e em linha com as estimativas de cima para baixo, com Ebitda 7% abaixo da expectativas.

Conforme o BBA, os resultados foram marcados pela pressão de rentabilidade tanto na margem bruta quanto na margem Ebitda, dado os impactos dos ventos macro contrários e uma base de comparação difícil, uma vez que a rentabilidade do 4T20 foi superior aos níveis históricos como resultado de ventos a favor da pandemia, na ocasião.

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Para o Bradesco BBI, os resultados do 4T21 da varejista mostraram tendências de vendas e de margens enfraquecidas. A combinação de um cenário macro mais fraco, alta inflação e aumento dos custos de financiamento está colocando a receita e as margens da Quero-Quero sob pressão.

O Itaú BBA banco manteve a classificação outperform para Lojas Quero-Quero, com preço-alvo de R$ 14. O BBI também reiterou a recomendação outperform para varejista, mas reduz seu preço-alvo de R$ 20 para R$ 17.

Expectativa para 2022 é de normalização de indicadores

O diretor financeiro e de relações com investidores da Quero-Quero, Jean Pablo de Mello, afirmou em teleconferência com analistas a empresa espera continuar ganhando market share em 2022 e ter um ano com crescimento nominal.

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“Quando pensamos em 2022, no início do ano temos pressão versus 2021 porque tivemos resultado muito forte no início de 2021”, afirmou. No ano passado a empresa teve pressão nas despesas por conta da abertura de novos Centros de Distribuição e do início do projeto figital.

“Achamos que 2022 vai voltar com o que deveria ser em 2019. 2022 é um ano de normalização, mas com crescimento nominal”, afirma Jean.

Em 2021 foram abertas 70 novas lojas e para 2022 a expectativa é abrir mais 75 a 80. “Esse ano e ano que vem nosso foco total é Santa Catarina e Paraná, mas começamos a tatear em 2022 e 2023 algumas lojas no sudoeste de São Paulo e em Mato Grosso do Sul”, afirmou Peter Furukawa, diretor presidente da Quero-Quero.

A desalavancagem da Quero-Quero no 4TRI21 contra o 4TRI20 é reflexo das margens mais benéficas de 2020, segundo Jean Pablo de Mello. O resultado vem dos investimentos feito pela companhia em 2021.

“Optamos por investir na companhia, e isso mostra desalavancagem. Mas acreditamos que são investimentos importantes para o longo prazo da Quero Quero”.

Retomada de crédito, mas alta da inadimplência

Uma das linhas de negócios da Quero-Quero, a concessão de crédito é parte relevante da receita da companhia. No fim de 2020 e início de 2021, houve uma baixa da concessão de crédito e também níveis mínimos históricos de inadimplência.

Mas a retomada por crédito e o atraso sobre a carteira voltaram a crescer ao longo de 2021. A inadimplência ficou em 9,8% ao fim do 4TRI21.

Segundo Jean Pablo de Mello, diretor financeiro e de relações com investidores da Quero-Quero, esses dados mostram uma aceleração da utilização do cartão frente aos trimestres anteriores, tanto em afiliadas como dentro das lojas. A companhia fechou 2021 com 750 mil cartões ativos.

“Começamos a ver nos últimos trimestres uma gradual retomada na demanda por crédito. Ainda estamos em níveis inferiores a 2019, mas deve crescer gradualmente este ano. Essa é a tendência para 2022”, afirma Jean.

Aposta da Quero-Quero no figital

Os principais pilares da empresa são a elevação do market share, a excelência em crédito e cobrança, a potencialização das vendas do figital e a cultura de alto desempenho. O foco é continuar no caminho de expansão orgânica e de ganho de mercado nos locais em que a empresa já opera e expandir para novas áreas.

A implementação do figital, em outubro do ano passado, deve ser uma das vias de crescimento da Quero-Quero para este ano e para os próximos.

O projeto iniciou em 63 e finalizou 2021 em 199 lojas. “É um começo, é uma aposta que nós fizemos. Estamos conservadoramente otimistas com essa iniciativa”, destacou Peter Furukawa, diretor presidente.

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