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CINGAPURA/LONDRES (Reuters) – As ações do setor financeiro global caíam nesta sexta-feira, após uma forte queda nas ações de bancos regionais dos Estados Unidos devido a preocupações com o aumento dos riscos e a qualidade do crédito.
A exposição do setor bancário a duas recentes falências de empresas do setor automotivo nos EUA reacendeu as preocupações sobre os padrões de empréstimo, mais de dois anos após a falência do Silicon Valley Bank.
A onda de vendas que começou em Wall Street no dia anterior ganhou força na Ásia e na Europa nesta sexta-feira, colocando em evidência a alta nos mercados acionários, que, segundo alguns analistas, pode ter criado uma bolha.
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Os bancos europeus se desvalorizavam 2,5% no início das negociações, com Deutsche Bank e Barclays caindo mais de 5%, enquanto o Société Générale perdia 4,6%.
As ações do Citigroup cediam 5,5% em Frankfurt e o JPMorgan tinha queda de 3%.

Como perda bancária de US$ 50 mi ligou sinal de alerta em Wall Street e abala mercado
“Este é um setor em que os investidores — especialmente os que são novos nele — tendem a ‘vender primeiro e perguntar depois’”, escreveram analistas do JPMorgan Chase

Dow Jones Futuro recua em meio a temores com setor bancário dos EUA
As ações de grandes instituições financeiras e bancos regionais caíram após Zions e Western Alliance reportarem aumento nos empréstimos inadimplentes
O SPDR S&P, um ETF composto por bancos regionais dos EUA, caía 2,4% antes da abertura do pregão, um dia após sua maior queda em um único dia em seis meses. As ações do Zions Bancorp se desvalorizavam 1,7%.
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Credores japoneses e as seguradoras também afundavam, com a Tokio Marine, a Mizuho e o Mitsubishi UFJ Financial Group caindo quase 3%, e a seguradora australiana QBE em queda de 9%.
O índice bancário regional dos EUA caiu 6% na quinta-feira, quando dois bancos pequenos divulgaram problemas separados.
O Zions Bancorporation disse que terá uma perda de US$50 milhões em dois empréstimos comerciais e industriais de sua unidade na Califórnia, enquanto o Western Alliance anunciou que havia iniciado um processo alegando fraude pelo Cantor Group.
Analistas de Wall Street traçaram paralelos entre a divulgação do Zions e o recente colapso da fabricante de autopeças First Brands, que expôs lacunas na supervisão dos credores e levantou questões sobre a transparência do mercado de crédito.
Eles também apontaram para os comentários do presidente-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, nesta semana, sobre a ansiedade no mercado de crédito após as falências da First Brands e da Tricolor, uma credora especializada em empréstimos subprime.
O colapso desses credores concentrou a atenção nos riscos do crédito privado, um mercado em expansão, mas menos regulamentado, no qual as empresas fizeram grandes empréstimos nos últimos anos.
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“Quando você vê uma barata, provavelmente há mais e, portanto, todos devem estar prevenidos”, disse Dimon.