JBS cai e concorrentes sobem na Bolsa após China habilitar 25 novas plantas de carne

Nenhuma das instalações autorizadas hoje a exportarem para o país era do maior frigorífico brasileiro  

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – A China habilitou nesta segunda-feira (9) mais 25 abatedouros e embaladores de carne brasileiros, chegando a 89 plantas autorizadas a exportar para o país.

O anúncio, que era bastante antecipado pelo setor de frigoríficos, não agradou a todos os investidores, pois nenhuma das instalações habilitadas é da JBS (JBSS3), maior empresa do Brasil neste segmento com um valor de mercado de R$ 46,6 bilhões. 

Como consequência, os papéis da companhia caem na Bolsa hoje, enquanto os concorrentes do frigorífico da família Batista estão entre as ações que mais sobem na carteira teórica do Ibovespa.

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Às 16h45 (horário de Brasília), as ações da JBS recuavam 4,4% a R$ 28,75, chegando a ter baixa de 6,92% na mínima do dia, enquanto os papéis da Marfrig (MRFG3) subiam 5,25%, os da Minerva (BEEF3) tinham ganhos de 5,6% a R$ 8,31, e os da BRF (BRFS3) avançavam 1,2% a R$ 37,83. Na máxima do pregão, os ativos MRFG3 chegaram a saltar 9,45%, os BEEF3 tiveram ganhos de 6,48%, enquanto BRFS3 subiu até 3,42%. 

Para o analista Antonio Barreto, do Itaú BBA, apesar da frustração, a representatividade da operação brasileira da JBS no Ebitda (lucro antes de juros impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) consolidado da companhia deve mitigar os impactos. O Beef Brazil da JBS responde por menos de 10% da geração de caixa do frigorífico. 

Já Minerva ganha muito com o anúncio. A empresa teve duas plantas habilitadas – a de Rolim de Moura (RO) e a de Palmeiras de Goiás (GO) – e a sua capacidade de abate é 35% da capacidade da companhia na divisão brasileira. 

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“Essas duas fábricas combinadas representam aproximadamente 13% da capacidade total de abate da empresa, e esperamos um ganho de margem Ebitda [obtida a partir da divisão do Ebitda pela receita líquida de uma companhia] de 0,9% para os números consolidados da Minerva”, destaca o relatório. 

Duas plantas da Marfrig também estiveram entre as habilitadas, somando 20% da capacidade da companhia no Brasil. “Acreditamos que possa haver um ganho de 0,4% na margem Ebitda consolidada depois das notícias de hoje”, aponta a equipe do Itaú. 

As plantas autorizadas da Marfrig são as de Tangará da Serra (MT) e Várzea Grande (MT). 

Uma planta de frango e uma de porcos da BRF também foram habilitadas, as duas de Lucas do Rio Verde (MT). A de frangos representa 5% da capacidade de abate de aves e a de porcos corresponde a 15%. 

“Nós esperamos uma reação positiva do mercado, já que frangos e porcos possuem prêmios de 30% e 25% respectivamente sobre os preços de exportação praticados em Hong Kong”, explica o research. 

Na avaliação dos analistas Leandro Fontanesi e Tiago Mello, do Bradesco BBI, a aprovação das plantas da BRF deve aumentar a capacidade de exportação de suínos da empresa para a China em 50% e de frangos em 30%.

“Para Marfrig, esperamos que a decisão aumente sua capacidade de exportar bovinos para a China em 100%”, afirma a equipe do Bradesco. 

Os analistas do Bradesco BBI ainda disseram esperar que mais plantas de carne brasileiras sejam aprovadas para exportar para a China, com potencial de 78 habilitações no total de 2019. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.