Ônibus devem aceitar cartões de crédito e débito como pagamento em São Paulo

O InfoMoney apurou que um projeto-piloto deve ser implementado na cidade no dia 7 de setembro

Ricardo Bomfim

Foto Cesar Ogata / SECOM

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SÃO PAULO – A Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo está em negociações com bandeiras de cartões e empresas de meios de pagamento para liberar o uso de cartões de crédito e débito nos validadores das catracas dos ônibus na cidade de São Paulo.

A medida permitirá que o usuário de transporte público não precise do bilhete único, disseram ao InfoMoney três fontes do setor financeiro que não quiseram ser identificadas.

As empresas envolvidas nas conversas com a autoridade pública paulistana são Elo, Mastercard, Visa, Cielo (CIEL3) e Stone. As companhias foram procuradas pela reportagem, e apenas Mastercard e Visa comentaram o assunto. 

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Embora não confirme as negociações, Fernanda Caraballo, diretora de desenvolvimento de negócios da Mastercard para Brasil, explica que a tecnologia utilizada nesses casos é a de Comunicação por Campo de Proximidade (NFC, na sigla em inglês). Ela permite que dispositivos que possuam chip compatível troquem informações sem o uso de cabos ou fios. 

Em nota, a assessoria de imprensa da SPTrans informou que “trabalha constantemente para aprimorar os sistemas de cobrança de tarifa e recarga do Bilhete Único e efetua adequações necessárias de forma a permitir que as viagens de ônibus tenham confiabilidade, acessibilidade e conforto”. 

O InfoMoney apurou que os detalhes do plano estão sendo discutidos e que a ideia é implementar um projeto-piloto no dia 7 de setembro, para lançar o novo serviço durante a Semana da Mobilidade, que ocorre entre os dias 16 e 22 de setembro. 

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Uma das fontes consultadas confirmou que já foi realizada rodada inicial de conversas e que, na próxima semana, ocorrerá outra. Nesse encontro, seriam discutidas as mudanças tecnológicas necessárias para que os validadores de ônibus passem a aceitar cartões de crédito/débito. 

O principal desafio é equipar os dispositivos para que eles aceitem a tecnologia NFC, que já está presente nos cartões de todos os grandes emissores, de acordo com Fernanda. “Alguns emissores ainda têm algum estoque antigo, mas nós não colocamos mais nenhum emissor sem NFC”, explica.

No Estado de São Paulo, a cidade de Jundiaí possui desde 2017 um sistema de pagamento de tarifa de ônibus com cartão de crédito. O MetrôRio, no Rio de Janeiro, também já permite essa opção a seus passageiros.

É a Visa que opera em todas as 41 estações da capital fluminense desde abril deste ano. “Temos mais de 100 mil transações e uma solução que não exige a troca das catracas, chamada Visa Secure Access Module, um chip que é inserido diretamente no validador”, afirmou a assessoria de imprensa da companhia, que também não quis confirmar o envolvimento no projeto paulistano. 

A porta-voz da Mastercard acredita que a adoção dessa tecnologia pelo transporte público de grandes cidades como São Paulo, além de ser interessante para o cidadão, já que diminuirá o número de cartões que precisa carregar no bolso, também é boa para as empresas. 

“Vai aumentar a frequência de uso do cartão. Quem trabalha há mais tempo com a tecnologia NFC terá uma vantagem ante os concorrentes, pois terá a preferência do usuário”, aponta Fernanda. 

Metrô ainda não está incluso

Nesse estágio inicial de implementação, não está prevista a possibilidade de integração. Ou seja, o cartão de crédito/débito só seria aceito em ônibus, não nas catracas do metrô, transporte que é gerido pelo governo estadual.

Além disso, o período de três horas de gratuidade para embarque em até quatro viagens após o pagamento da primeira passagem não valerá nessa nova modalidade.

Assim, pelo menos por enquanto, a implementação será mais conservadora do que a feita em Londres, onde o cartão bandeirado já tem as mesmas condições do cartão transporte para passes semanais. A única ressalva na capital britânica é para o passe anual, que ainda existe apenas em um cartão separado.

Dessa forma, para o passageiro que usar mais de uma condução no seu trajeto diário, valerá a pena continuar usando o bilhete único. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.