Banco Central corta juros: veja as 15 ações que se beneficiarão, segundo o Morgan Stanley

Empresas mais endividadas e com maior exposição à classe C devem ganhar mais com um ciclo de redução das taxas

Ricardo Bomfim

Publicidade

Matéria atualizada após a decisão de política monetária do Copom 

SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a taxa básica de juros brasileira em 0,5 ponto percentual, para 6%, na nova mínima histórica. 

De olho neste novo cenário, os analistas Guilherme Paiva, Cesar Medina e Juan Ayala, do Morgan Stanley, escreveram um relatório destacando as ações que mais irão se beneficiar de uma redução na Selic. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“No curto prazo, o início de um novo ciclo de flexibilização monetária deve beneficiar ações orientadas à economia doméstica”, relatam. Para os analistas, há 15 empresas que se enquadram nesse cenário. 

São elas: Oi (OIBR3), Marfrig (MRFG3), Light (LIGT3), Cyrela (CYRE3), CVC (CVCB3), Cemig (CMIG4), Atento – que só é listada nas bolsas dos Estados Unidos –, BRF (BRFS3), Grupo Pão de Açúcar (PCAR4), AES Tietê (TIET11), JBS (JBSS3), Iguatemi (IGTA3), Anima (ANIM3), Marisa Lojas (AMAR3) e Iochpe Maxion (MYPK3).  

Parte delas ganha com o reaquecimento do consumo da classe C, que é a que mais se beneficiará de uma potencial aceleração no crescimento econômico e criação de empregos em 2020 e 2021. 

Continua depois da publicidade

O economista-chefe do Morgan Stanley para América Latina, Arthur Carvalho, acredita que o ciclo de relaxamento monetário deve totalizar 150 pontos-base, derrubando a Selic até 5% ao ano no final de 2019. 

A expansão do crédito em consequência desse afrouxamento na política monetária aceleraria no quarto trimestre. A equipe de análise do Morgan Stanley lembra que a redução de juros que o BC promoveu de 2016 a 2018, tirando a Selic de 14,25% para 6,5%, diminuiu os juros nominais das famílias de 43,5% para 31,5% e os corporativos de 22,5% para 15,7% das máximas de 2016 até o presente. 

“Historicamente, consumo e investimento têm se beneficiado das taxas de juros mais baixas e da aceleração no crescimento do crédito”, aponta o relatório. 

Seja sócio das melhores empresas da Bolsa: abra uma conta na Clear com taxa ZERO para corretagem de ações

O ciclo atual teria ainda mais motivo para reativas a economia, visto que ele parte da Selic em sua mínima histórica e não precisa enfrentar, como em 2017, um choque na oferta causado pela greve dos caminhoneiros. 

Fora o estímulo econômico, a redução nos juros também ajuda a Bolsa porque reduz a atratividade da renda fixa e faz com que o investidor busque maior risco para aumentar seus retornos.

O Morgan Stanley aponta que a baixa taxa de juros no Brasil já começou a promover uma transferência de capital da renda fixa para ações. Os fundos de investimento focados em ações receberam um fluxo de R$ 82 bilhões de 2017 até agora, o que corresponde a 55% do que esses fundos tinham em 2016. 

Por outro lado, os fundos de renda fixa receberam um fluxo de R$ 57 bilhões no mesmo período, o que representa apenas 3% do que eles tinham três anos atrás. 

Outro efeito importante é o de reduzir o custo do endividamento das empresas. Nessa situação, saem ganhando as empresas que possuem condições de liquidez piores como Oi, Marfrig, Light, Cyrela e CVC. 

Elas possuem também maiores capital de giro, alavancagem, despesas com juros e despesas com capital.

Por outro lado, as ações menos sensíveis e que, portanto, menos se beneficiam de um corte de juros são Cesp (CESP6), Ambev (ABEV3), Ser (SEER3), Linx (LINX3) e Burger King Brasil (BKBR3). 

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.