As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no 1º semestre de 2019

Nos primeiros seis meses do ano, o Ibovespa registrou fortes ganhos de cerca de 15%, mas houve quem se destacasse mais, tanto em termos de alta quanto de baixa: CSN saltou no período, enquanto Braskem foi a maior queda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O primeiro semestre acabou e foi marcado por uma forte alta do Ibovespa.

Os ganhos de 14,88% nos primeiros seis meses do ano foram impulsionados tanto por fatores internos – com o maior otimismo com a agenda de reformas econômicas com o governo de Jair Bolsonaro e apesar dos problemas na articulação -, quanto por questões externas, em meio à mudança no discurso dos maiores bancos centrais do mundo para maior flexibilização monetária em meio aos dados ainda fracos das principais economias globais. 

Porém, muitas ações do Ibovespa tiveram um movimento ainda mais destacado, tanto em termos de disparada quanto de queda. E, vale destacar, apenas 10 papéis dos 66 que compõem o benchmark da bolsa fecharam em queda neste período de fortes ganhos do mercado, enquanto 8 fecharam com ganhos superiores a 40%.

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Nos extremos do índice, as ações da CSN praticamente dobraram de valor no período, enquanto a Braskem caiu 25% e ficou na “lanterna” do Ibovespa.

Confira os destaques do índice nos últimos seis meses

Maiores altas: CSN e JBS são os grandes destaques

Mesmo registrando um junho “apático”, as ações da CSN brilharam no acumulado do ano por uma conjunção de fatores. Motivos externos à companhia, como o momento mais favorável para os preços do minério de ferro, e internos como o progresso na venda de ativos, animaram o mercado, fazendo com que a companhia superasse fortemente os seus pares.

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No último mês, contudo, diversas casas de análise, como o Morgan Stanley e a XP Research, passaram a questionar se essa alta conseguiria se sustentar, o que levou a revisões de recomendações.

Betina Roxo, analista da XP Research, reduziu a recomendação em meados do mês para neutro por já ver a ação negociando a patamares justos e apontou a preferência em Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) para se posicionar no setor de minério e aço. 

Na sequência, estão as ações da JBS (JBSS3) que, curiosamente, também tiveram um junho pouco expressivo na bolsa, mas registraram fortes ganhos no acumulado do ano. Os papéis tiveram forte alta no período em boa parte impulsionados pela potencial demanda por seus produtos em meio aos casos de gripe suína africana que começaram a ser registrados em suinoculturas da China.

A JBS era vista como a melhor posicionada por sua diversificação em proteína e por ter operações tanto aqui como nos EUA. Porém, em meio à forte alta, os analistas também passaram a questionar se o movimento de alta deveria continuar, ou se haveria opções melhores no radar, levando a uma revisão nas recomendações a partir do final de abril

Qualicorp (QUAL3) e MRV (MRVE3) aparecem na sequência, a primeira entre as perspectivas de maior geração de caixa e aceleração na receita, sendo vista como um nome atrativo dentro do setor de saúde, enquanto a construtora animou ao continuar entregando resultados sólidos com aumento da receita líquida e diluição nos custos, apesar da economia ainda fraca.

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Fechando a lista das maiores altas, atenção para a estatal paulista de saneamento Sabesp (SBSP3) que, mesmo com forte volatilidade em meio às diferentes indicações sobre se passaria por um processo de capitalização ou privatização, acabou fechando o período com fortes ganhos de 50%.

Isso ocorreu em meio às perspectivas cada vez mais fortes de que a companhia irá para o controle privado, principalmente após o avanço no Congresso para o novo marco do saneamento básico, que deve facilitar a entrada de companhias não-estatais no setor. 

Confira as maiores altas do Ibovespa no semestre: 

Empresa Ticker Desempenho no semestre 
CSN CSNA3 +98,32%
JBS JBSS3 +83,11%
Qualicorp QUAL3 +78,20%
MRV MRVE3 +61,74%
Sabesp SBSP3 +50,06%

 

Maiores baixas: Braskem cai 30% em junho e vira a “lanterninha” do Ibovespa. 

A maior baixa do Ibovespa no semestre ficou com a petroquímica Braskem, que caiu cerca de 26% principalmente pelo baque que sofreu no início de junho após a holandesa LyondellBasell desistir de comprar a companhia e deixá-la no controle da Odebrecht, que em junho pediu recuperação judicial.

Com isso, apenas no último mês do semestre os papéis caíram 30%, fazendo com que ela ficasse na lanterninha entre as ações que compõem o índice. 

Seguindo o mau momento dos períodos anteriores, estão a Ultrapar, que ainda sofre na bolsa sem conseguir entregar bons resultados, assim como a B2W.

Enquanto isso, na quarta posição, estão os papéis da Cielo, que sentem cada vez mais o impacto da “guerra das maquininhas”, levando a revisões nas projeções de lucros da empresa com o aumento da concorrência no setor. Assim, mesmo com a forte queda no período, o ambiente é de ceticismo com as ações da companhia. 

Confira abaixo as maiores quedas do Ibovespa no semestre:

Empresa Ticker Desempenho no semestre 
Braskem BRKM5 -26,07%
Ultrapar UGPA3 -23,43%
B2W BTOW3 -22,13%
Cielo  CIEL3 -21,20%
CVC CVCB3 -18,56%

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.