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SÃO PAULO – O Ibovespa vira para queda nesta quinta-feira (23), voltando a pesar o cenário externo. Lá fora, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq, dos Estados Unidos, recuam em torno de 1,7% com o aumento nas tensões por conta da guerra comercial. Por aqui, chamam a atenção as boas notícias nas política brasileira após a aprovação da Medida Provisória 870, reduz de 29 para 22 o número de ministérios.
Às 16h00 (horário de Brasília), o principal índice da B3 tinha queda de 0,83%, aos 93.579 pontos, enquanto o dólar futuro com vencimento em junho tem leve alta de 0,17%, a R$ 4,051. Já o dólar comercial sobe 0,22% a R$ 4,047 na compra e a R$ 4,0401 na venda.
Os mercados da Ásia caíram nesta quinta-feira e os principais europeus operam em queda, assim como os índices das bolsas de Nova York, refletindo as preocupações dos investidores com acirramento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
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O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou à CNBC que uma viagem a Pequim para retomar as negociações comerciais ainda não foi programada, o que reduz as esperanças de uma resolução rápida para a guerra comercial.
Segundo o analista da XP Investimentos, Gabriel Fonseca, o ambiente internacional está pior, principalmente com a forte baixa do petróleo hoje. “E no ambiente doméstico, o cenário está mais na toada de Medida Provisória passando, mas ainda assim o relacionamento do governo com o Congresso mantém-se difícil”, avalia.
Ainda pesam os dados de atividade industrial dos EUA, que mergulhou para a mínima em nove anos. O Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do país foi de 50,6 pontos em maio, o nível mais baixo desde setembro de 2009.
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Adicionalmente, a ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), na qual a taxa básica de juros dos EUA foi mantida na banda entre 2,25% a 2,5%, revelou que os membros do Federal Reserve estão confortáveis com a taxa atual e acreditam que ela possa durar por “algum tempo” ainda, mesmo se a economia melhorar. Na Europa, pesa ainda a expectativa de renúncia da primeira-ministra britânica, Theresa May, “nos próximos dias”, segundo a imprensa britânica.
Entre as commodities, o petróleo desaba 5% em meio a dados fracos da indústria norte-americana e menores tensões no Oriente Médio. Os futuros do barril tipo Brent, utilizado como base para a Petrobras, cai 4,4% a US$ 67,87.
No Brasil, os destaques são as aprovações da Medida Provisória da Reforma Administrativa, que reduziu de 29 para 22 o número de ministérios do governo do presidente Jair Bolsonaro, no plenário da Câmara.
Já a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou ontem a tramitação da Reforma Tributária, com uma proposta que unifica cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) em apenas um, que será o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai cinco pontos-base a 6,81%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 registra perdas da mesma magnitude a 7,98%.
Destaques de ações
A companhia de cosméticos Natura anunciou ontem a aquisição da Avon Products em uma operação que envolve troca de ações (all-share merger). O acordo avalia a Avon em US$ 3,7 bilhões e o novo grupo em US$ 11 bilhões. O negócio ainda está sujeito à aprovação de reguladores, mas transforma a empresa conjunta na quarta maior do setor, de acordo com o fato relevante publicado. Juntas, as empresas estimam faturamento anual superior a US$ 10 bilhões.
A Petrobras informou ontem que seu conselho de administração aprovou o modelo para venda de sua participação na BR Distribuidora, um passo crucial para tirar a empresa de distribuição do controle estatal. O processo ocorrerá por meio de uma oferta secundária de ações (follow-on). Em comunicado, a Petrobras informou que, após a oferta, sua participação na companhia será “inferior a 50%”.
O grupo SBF, dono da rede de lojas Centauro, apresentou uma proposta concorrente de compra da varejista de artigos esportivos Netshoes que oferece prêmio de 40% (US$ 35 milhões) sobre o acordo fechado com o Magazine Luiza no mês passado. Em fato relevante, a Centauro oferece US$ 2,80 por ação da Netshoes, o que totaliza US$ 87 milhões. O acordo fechado com o Magazine Luiza é de US$ 60 milhões e ainda deve passar pela aprovação dos acionistas.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
NATU3 | NATURA ON | 56,40 | -8,29 | +26,02 | 297,03M |
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 32,35 | -2,85 | -23,01 | 35,17M |
PCAR4 | P.ACUCAR-CBDPN | 82,63 | -2,49 | +2,88 | 237,66M |
PETR3 | PETROBRAS ON EJ N2 | 28,07 | -2,43 | +10,89 | 106,70M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 8,27 | -2,13 | -8,89 | 38,65M |
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BRFS3 | BRF SA ON | 31,96 | +4,48 | +45,74 | 114,08M |
CIEL3 | CIELO ON | 7,60 | +4,11 | -12,00 | 33,20M |
GOLL4 | GOL PN N2 | 24,39 | +3,57 | -2,83 | 73,81M |
KROT3 | KROTON ON ED | 9,79 | +3,38 | +11,34 | 82,14M |
ECOR3 | ECORODOVIAS ON | 8,84 | +3,03 | -5,76 | 7,60M |
* – Lote de mil ações 1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) |
Noticiário Político
O destaque político é a aprovação da Medida Provisória da Reforma Administrativa do governo do presidente Jair Bolsonaro, reduzindo de 29 para 22 o número de ministérios. Apesar da vitória do governo, o Centrão e os partidos de oposição retiraram das mãos do ministro Sérgio Moro, da Justiça, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que retornou à Economia. Moro lamentou a decisão, ponderando que “faz parte do debate democrático”. Se Bolsonaro quiser vetar apenas este trecho, corre o risco de ver caducar toda a MP.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou ontem a tramitação da Reforma Tributária, com um texto próprio dos parlamentares, sem esperar pela proposta do governo – que seria enviada após a aprovação da Reforma da Previdência. A proposta, que teve como base as ideias do economista Bernardo Appy, unifica cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) em apenas um, que será o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).
Após os protestos que tomaram as ruas na semana passada, o governo desbloqueou ontem R$ 1,59 bilhão para recompor o orçamento do MEC. Mesmo assim, a pasta da Educação continuará com R$ 5,4 bilhões contingenciados. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, admitiu que a iniciativa foi uma medida política, mas sem deixar evidente que reflete as manifestações da semana passada.
Sobre as manifestações programadas para este domingo de apoio ao presidente Bolsonaro, o Estadão ressalta que os atos estão ampliando as divisões entre grupos de apoiadores do presidente nas redes sociais e entre parlamentares do PSL. De um lado, os favoráveis são os grupos mais radicais e ligados a Olavo de Carvalho, e do outro correligionários que não se identificam com o filósofo, como Luciano Bivar, presidente do PSL, além de Janaina Pascoal.
Noticiário Econômico
O Estadão destaca que o governo deverá receber na semana que vem cerca de R$ 3 bilhões da Caixa como devoluções de empréstimos feitos durante o período do governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo a publicação, outros bancos estatais devem seguir o mesmo caminho. As remessas ao Tesouro Nacional devem somar R$ 86 bilhões. Apenas este ano, devem entrar no caixa do governo cerca de R$ 30 bilhões.
O presidente Jair Bolsonaro pediu que a Receita Federal estude um projeto que permita reavaliar patrimônios declarados no Imposto de Renda. O chefe do órgão, Marcos Cintra, disse que a temática do projeto é a reavaliação de patrimônios que “normalmente são declarados com valores históricos” e que “poderiam eventualmente ser declarados para valores de mercado”. Segundo ele, a medida irá implicar em agilização de mercado, facilitação de negócios, e “alguma arrecadação extra em função dos que vierem a optar por um regime diferenciado”.
Ainda na economia, Bolsonaro afirmou ontem, sem dar maiores detalhes, que irá apresentar uma proposta com potencial de gerar mais recursos que a Reforma da Previdência em dez anos. Segundo o presidente, o governo quer levar adiante propostas que aumentem a arrecadação, sem alta de impostos.
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