Vale continua bem vista por analistas após resultados do primeiro trimestre

Apesar dos resultados ruins e efeitos do desastre de Brumadinho, ações da Vale continuam recomendadas

Estadão Conteúdo

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Os analistas mantêm uma visão positiva sobre a Vale, mesmo após a companhia ter registrado seu primeiro Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo da história no primeiro trimestre deste ano.

Eles destacam principalmente o bom desempenho operacional, mesmo com os efeitos do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), e o aumento no preço do minério de ferro.

Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, lembra que a cotação do minério nos mercados internacionais estava em US$ 65/tonelada antes do incidente em Brumadinho, e passou para US$ 95/tonelada no fechamento do primeiro trimestre. “Com diferentes cálculos sobre o desastre, a Vale acabou contabilizando perdas em despesas operacionais e não operacionais, contaminando os números a partir do saldo Ebitda”, explica.

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“Seguimos com recomendação de Compra para as ações ON da Vale, deixando claro que os efeitos do acidente irão contaminar a linha final do balanço no ano, mas o resultado operacional ainda virá muito forte”, completa Galdi. A ação inclusive foi mantida na carteira de recomendações da Mirae para a próxima semana.

A Coinvalores também manteve a recomendação de compra para a Vale, mas fez ressalvas. Segundo a analista Sabrina Cassiano, os números do primeiro trimestre foram fracos não só pelas provisões para fazer frente a prováveis despesas com Brumadinho, mas também pela queda no volume de vendas e aumento no custo caixa de produção.

“O cenário segue bastante nebuloso, com muitas dúvidas a respeito da retomada de determinadas minas e de novos desdobramentos da tragédia de Brumadinho. Seguimos com recomendação de compra para investidores que visem retorno de longo prazo e de perfil arrojado”, afirma.

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O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) foi outro que não alterou sua recomendação para a Vale, de outperform (desempenho acima da média de mercado), mas a analista Gabriela Cortez avisa que haverá ajustes no modelo de análise com a inclusão dos reais impactos divulgados no primeiro trimestre.

Ela afirma que os vários efeitos financeiros não-recorrentes dificultam a comparação com outros períodos, mas no quesito operacional, a Vale conseguiu manter a participação de produtos premium em 81% do portfólio, mas os prêmios pagos pelos finos de minério caíram.

Foram poucas as alterações feitas nas carteiras recomendadas em relação à primeira semana do mês. Duas corretoras trocaram todas as ações. Na Modalmais, saíram Suzano ON, BB Seguridade ON, Embraer ON, Minerva ON e Ambev ON, e entraram Ser Educacional ON, Engie ON, MRV ON, Hypera ON e CTEEP PN.

Na carteira da Nova Futura saíram BRMalls ON, Light ON, Qualicorp ON, RD ON e Via Varejo ON, e entraram Alpargatas PN, Camil ON, Kroton ON, Klabin Unit, e AES Tietê Unit.

A Mirae promoveu duas trocas. Saíram B3 ON e GPA PN, com as entradas de Cemig PN e Itaúsa PN. A Coinvalores fez uma alteração, retirando GPA PN e incluindo Ser Educacional ON.

A XP Investimentos retirou GPA PN e incluiu Lojas Renner ON. Segundo a corretora, a varejista de moda apresentou fortes resultados no primeiro trimestre deste ano, mesmo com a recuperação mais lenta da economia.

Mercado mais cauteloso

O mercado financeiro está mais cauteloso em relação ao desempenho do Ibovespa na próxima semana. Num universo de 31 participantes, o Termômetro Broadcast Bolsa mostra redução de quase 13 pontos porcentuais na expectativa de alta para o índice ante o levantamento anterior, ao passar de 54,84% para 41,94%.

O Termômetro tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do Ibovespa na semana seguinte. Nas últimas semanas, a perspectiva de ganho vinha acima de 50%. Em contrapartida, a fatia dos que veem baixa subiu de 16,13% para 25,81%. Os que esperam estabilidade representam 32,26% do total, ante 29,03% na última pesquisa. O principal índice da B3 caiu 1,82% nesta semana.

A agenda doméstica é pesada de eventos e indicadores com potencial para mexer com os preços dos ativos. No Brasil, o destaque é ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça-feira (14).

A grande expectativa pelo documento se dá depois da leitura feita pelo mercado do comunicado da decisão de manter a Selic em 6,5%. “A ata deverá corroborar a visão de que há espaço para algum corte de juros à frente, apesar do tom de cautela que tem sido repetido nos últimos meses”, afirmaram os economistas do Bradesco.

No exterior, a evolução das negociações do acordo comercial entre Estados Unidos e China será importante para determinar o humor dos investidores. Entre os indicadores, haverá divulgação do dado da produção industrial da China em abril. Na Europa, saem números preliminares do PIB da Alemanha e da zona do euro no primeiro trimestre.

Na sequência da temporada de balanços corporativos, serão conhecidos os resultados de Eletrobrás, Cosan, JBS, Sabesp, Embraer e Cemig, entre outras companhias também com ações na carteira do Ibovespa.

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