Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta segunda-feira

Confira no que ficar de olho na sessão desta segunda-feira (29)

Equipe InfoMoney

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O Ibovespa fechou a semana passada com alta de 1,75%, mesmo com a queda registrada na sexta-feira, de 0,33%, de olho no avanço da Reforma da Previdência e nos dados econômicos dos EUA. Nesta semana, a bolsa brasileira segue aguardando os movimentos da  Previdência e da articulação do governo com o Congresso, em uma semana encurtada pelo feriado de 1º de maio. Hoje o presidente Jair Bolsonaro, participa da abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), enquanto à tarde, já em Brasília, se reunirá com os ministro da Economia Paulo Guedes e o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra.

Ontem, Bolsonaro se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e comentou que o encontro foi “excelente” e que trataram de “um montão de assuntos”. Já pelo Twitter, o presidente defendeu a Nova Previdência, sugerindo que, com a aprovação da proposta “sem muitas modificações”, o governo poderá fazer mais pela população. Enquanto isso, líderes dos partidos que compõem o Centrão dizem que não vão acelerar as discussões sobre a reforma da Previdência na Comissão Especial.

No lado econômico, destaque para a disputa entre cerca de 25 mil empresas e a Receita Federal que pode gerar um rombo de R$ 229 bilhões à União, por conta da decisão do Supremo de retirar o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Já o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, quer acabar com a contribuição previdenciária na folha de pagamento e criar uma Contribuição Previdenciária (CP), de 0,9% sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, e dividida entre quem paga e quem recebe.

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No exterior, os mercados operam com sinais inversos e volatilidade na Espanha, após a vitória dos socialistas. Entre as commodities, os preços do petróleo operam queda, por conta da pressão norte-americana para o aumento da produção dos Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Já o minério opera em forte alta, de 2,26%, após várias sessões na última semana em queda.

1. Bolsas Internacionais

Na Ásia, o mercado do Japão ingressa num recesso de 10 dias, até 6 de maio, por conta das celebrações da entronização do príncipe herdeiro Naruhito. Já na China, a bolsa fechou em queda refletindo um movimento de realização de lucros, com operadores afirmando que os mercados chineses estão “caros neste momento”. Os demais mercados da Ásia repercutiam o S&P 500 e o Nasdaq Composite, que terminaram a a semana passada em níveis recordes, após a divulgação do PIB dos EUA acima do esperado. Já as negociações comerciais entre norte-americanos e chineses estão nas “últimas voltas”, segundo o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, informou o New York Times.

Na Europa, as principais bolsas operavam em queda por volta das 7h, após a vitória do partido socialista na Espanha, que levou as eleições parlamentares, mas sem maioria. Além disso, dados fracos da Zona do Euro exacerbaram os temores sobre as perspectivas para a economia global. O sentimento econômico da Zona do Euro caiu pelo décimo mês consecutivo para o nível mais baixo em mais de dois anos, em abril.

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Entre as commodities, o petróleo opera em queda, refletindo declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que pressionou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a produzir mais como forma de compensar a redução da oferta do Irã.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 07:12 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,03%
*Nasdaq Futuro (EUA) -0,03%
*Dow Jones Futuro (EUA) +0,02%
*DAX (Alemanha) -0,27%
*FTSE (Reino Unido) -0,25%
*CAC-40 (França) -0,35%
*FTSE MIB (Itália) -0,28%
*Hang Seng (Hong Kong) +0,97% (fechado)
*Xangai (China) -0,77% (Fechado)
*Nikkei (Japão) – (fechada por feriado)
*Petróleo WTI -0,70%, a US$ 62,84 o barril
*Petróleo Brent -0,93%, a US$ 71,48 o barril
*Bitcoin US$ 5.278,84, -0,36%
R$ 21.022, -0,53% (nas últimas 24 horas)
*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian subiam 2,26%, a 634 iuanes (nas últimas 24 horas)

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2. Agenda Econômica

No Brasil, a FGV divulga logo cedo o Índice Geral de Preços de abril e a sondagem da indústria. Pela manhã, ainda é aguardado o Boletim Focus do Banco Central, com o mercado aguardando por novas projeções de PIB, inflação e juros.

Nos Estados Unidos serão divulgados os dados de renda, gastos e índice de preços gastos com consumo, às 9h30. Já o Fed de Dallas divulga o índice de produção manufatureira de abril. No exterior saem os balanços do Google nos EUA e da América Móvil, no México.

3. Noticiário Político

O presidente Jair Bolsonaro encontrou neste domingo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e afirmou que a reunião foi “excelente”. Por cerca de uma hora, eles trataram de “um montão de assuntos”, sem comentar especificamente sobre a reforma da Previdência, comentou o presidente. Segundo informou o Estadão, Maia havia confirmado antes do encontro que a tramitação da PEC seria assunto da conversa. O presidente comentou ainda sobre a possível transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Justiça novamente à Economia, contrariando a vontade do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Pelo Twitter, porém, Bolsonaro defendeu a Nova Previdência, neste domingo, sugerindo que, com a aprovação da proposta “sem muitas modificações”, o governo poderá fazer mais pela população.

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Enquanto busca articulação com Maia, o Painel da Folha informou que os líderes dos partidos que compõem o Centrão já dizem que não vão acelerar as discussões sobre a reforma da Previdência na Comissão Especial, criada na semana passada. Arthur Lira, líder do PP, por exemplo, disse não haver a necessidade de votar a proposta em dois meses. “O que temos que fazer é o possível”, afirmou. Integrantes do PR, partido do presidente da Comissão, deputado Marcelo Ramos, também querem um debate “exaustivo” da reforma.

Levantamento do Estadão/Broadcast, com 49 deputados que ocupam uma cadeira na Comissão Especial que analisará a reforma da Previdência na Câmara, afirma que 32 deputados se dizem a favor de mudanças nas regras de aposentadoria no País. O número já garantiria a aprovação da proposta no colegiado com folga – são necessários 25 votos. Porém, 16 desses parlamentares condicionam a aprovação a mudanças no texto. As resistências incluem pontos que o próprio governo já admitiu que pode flexibilizar, como alterações na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada.

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Ainda na esfera política, a Folha destacou a entrevista com o ex-presidente Lula, que, da sede da Polícia Federal em Curitiba, afirmou que o Brasil é governado por uma “banco de maluco”, atacou a sentença do então juiz Sérgio Moro e reforçou que confia no Supremo Tribunal Federal para tentar reverter a condenação. Ele disse ainda que se manterá no jogo político, caso seja absolvido, mas desconversou em relação à possível nova tentativa de se candidatar à presidência em 2022. A imprensa europeia reproduziu trechos da entrevista destacando a fala de que o Brasil tem sido governado “por um bando de maluco”.

A Folha destacou que, pela primeira vez na história do sindicalismo brasileiro, todas as centrais farão ato unificado no dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador. A pauta será a defesa contrária da reforma da Previdência, mas inclui esforços contra a MP 873, que suspende o desconto da contribuição sindical da folha de pagamento dos trabalhadores. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse que irá comparecer ao evento, mesmo sendo favorável à reforma da Previdência, já que, como prefeito, tem que participar dos atos populares realizados no município.

4. Noticiário Econômico

O jornal O Globo destacou que empresas e a Receita Federal travam na Justiça uma disputa que pode custar cerca de R$ 229 bilhões à União. Segundo a publicação, pelo menos 25 mil companhias pedem ressarcimento à Receita após decisão do Supremo de retirar o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. O jornal pontua, entretanto, que não está claro se a medida vale apenas a partir da decisão do Supremo ou se o governo terá de devolver tudo o que já recolheu das empresas. Especialistas afirmam que essa disputa é um exemplo de como a complexidade tributária afeta tanto o ambiente de negócios como as contas públicas. O tema deverá ser objeto de debates na reforma tributária, que entrará em discussão após a Previdência. Entre as possibilidade em estudo está a criação do impostos sobre valor agregado, que substituiria cinco tributos e incidiria sobre bens e serviços.

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O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, quer acabar com a contribuição previdenciária na folha de pagamento e criar uma Contribuição Previdenciária (CP), de 0,9% sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, e dividida entre quem paga e quem recebe. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Cintra afirmou que a base da CP seria universal, com todos pagando, “de igrejas, economia informal e até contrabando”. Na reforma tributária, a CP substituiria a contribuição previdenciária sobre os salários, que retiram R$ 350 bilhões por ano de empresas e trabalhadores. O secretário nega que a CP seja uma nova CPMF disfarçada.

5. Noticiário corporativo

O conselho de administração da Petrobras aprovou novas diretrizes de gestão do portfólio de ativos, que incluem a autorização para a venda de oito refinarias, com capacidade de 1,1 milhão, e participação na BR Distribuidora, “permanecendo a Petrobras como acionista relevante”. A lista não inclui, porém, a maior produtora nacional, a Replan, em Paulínia (SP), e a Reduc, em Duque de Caxias (RJ). Além destes ativos, a empresa vai se desfazer integralmente da Pudsa, rede de postos no Uruguai. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou em entrevista à Globonews que a estatal pretende arrecadar US$ 15 bilhões com a venda de refinarias. A empresa quer ainda vender, dentro dos próximos 18 meses, 70 postos de gasolina no Uruguai.

O Valor destacou que o lucro das oito principais estatais listadas na bolsa avançou 132% no ano passado, em relação a 2017, no melhor resultado em oito anos. Segundo a publicação, o desempenho foi resultado de políticas e medidas para cortar custos, além aumentar eficiência e produtividade, segundo o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais desde 2016, Fernando Soares. Ele diz que foi orientado às estatais a fazerem aquilo que “efetivamente estão preparadas a fazer”.

A Vale informou no sábado em comunicado à CVM que foi atingido o percentual mínimo necessário à requisição de adoção do processo de voto múltiplo. Segundo a empresa, por esta razão a eleição de membros do Conselho de Administração nas Assembleias Gerais Extraordinária e Ordinária da Companhia, do dia 30/04/2019, “poderá se dar por esse processo, observadas as disposições constantes do Estatuto Social da Vale”.

O maior acionista da Ser Educacional, Janguiê Diniz, estaria disposto a vender parte ou sua participação de 55,5% na companhia, segundo o Valor Econômico, informação que foi negada posteriormente pela companhia. A publicação informa que a CVC Capital Partners abordou o executivo, que, desta vez, estaria disposto a negociar sua participação. Segundo a reportagem, o desânimo com o setor pela crise econômica e a falta de programas de incentivo estaria por trás da decisão. 

A Smiles Fidelidade registrou um lucro líquido de R$ 141,9 milhões no primeiro trimestre, representando uma queda de 8,5% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa caiu 9% na comparação anual, para R$ 171,1 milhões, com a margem Ebitda de 71,1%, ante 73,5% de um ano antes. Entre janeiro e março, a receita líquida atingiu R$ 240,6 milhões, queda de 2,6%.

A Hypera Pharma, antiga Hypermarcas, registrou um lucro líquido de R$ 321,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 7,1% acima da registrada no mesmo período do ano passado, de R$ 299,8 milhões. O resultado líquido foi beneficiado no primeiro trimestre pela contabilização do crédito tributário relacionado à decisão favorável sobre a exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, no valor de R$ 546,4 milhões . O Ebitda das operações continuadas atingiu R$ 401,4 milhões, alta de 10,7%, enquanto a receita líquida recuou 58,7%, para R$ 383,6 milhões

A JBS informou que a sua controlada Seara Alimentos fechou um contrato de compra da processadora de suínos da Adelle Alimentos, localizada em Seberi (RS), incluindo seus sistemas de integração. Em comunicado ao mercado, a JBS afirmou que o valor para a aquisição dos ativos é de R$ 235 milhões a ser pago pela Seara da seguinte forma: R$ 80 milhões por meio de dação em pagamento do Frigorífico Frederico, localizado em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul; R$ 115 milhões por meio da assunção de determinadas dívidas da Adelle; e R$ 40 milhões em moeda corrente nacional.

(Agência Estado e Bloomberg)