Ibovespa Futuro zera perdas após crescimento do PIB dos EUA acima do esperado

Mercado embolsa parte dos ganhos da última sessão em meio às incertezas que ocorrem na sessão desta sexta

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro zera perdas nesta sexta-feira (26) após a primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos para o primeiro trimestre deste ano vir bem acima do esperado dos economistas, com expansão de 3,2%. O mercado ainda fica de olho nos desdobramentos da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados depois da instalação da Comissão Especial na véspera.

Às 9h37, o contrato futuro do Ibovespa para junho tinha leves ganhos de 0,08% a 97.180 pontos. Já o dólar futuro para maio tem alta de 0,1% a R$ 3,956. 

 As expectativas com relação ao PIB da maior economia do mundo eram de expansão de 2,3%, pela mediana das projeções de economistas consultados pela Bloomberg. 

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Também foram divulgados na véspera resultados corporativos que surpreenderam positivamente, como o da Lojas Renner. O mercado deve continuar de olho na safra de demonstrações financeiras trimestrais das companhias brasileiras. 

Nos juros futuros, o DI para janeiro de 2021 sobe cinco pontos-base a 7,11%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 tem alta de seis pontos-base a 8,27%. 

Bolsas Internacionais

Os futuros dos índices norte-americanos operam entre perdas e ganhos com todas as atenções voltadas para o PIB. 

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Já os mercados asiáticos fecharam predominantemente em baixa refletindo a queda do Dow Jones Industrial Average em meio à divulgação da safra de resultados corporativos. Pesam ainda as expectativas na China de que o país poderá reduzir suas medidas de estímulo à economia.

Por outro lado, o presidente da China, Xi Jinping, poderá viajar aos EUA para se encontrar com Donald Trump, no que pode ser um avanço no final das desavenças comerciais entre os países. O gigante asiático, aponta a loomberg, sinalizou a aprovação das demandas comerciais dos EUA e que não desvalorizará a moeda.

Na Europa, as ações operam em leve baixa, mesmo com o desempenho acima do previsto no resultado do balanço do Deutsche Bank, que ontem encerrou as negociações de fusão Commerzbank sem que houvesse acordo. Os investidores aguardam por novidades no universo corporativo, com uma série de divulgações de resultados.

Noticiário corporativo

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou não querer que “eventos do passado”, em relação à intervenção do governo no preço do combustível, “se repitam”, mas que “desconsiderar o risco de uma nova greve dos caminhoneiros é temerário”. Segundo ele, a Petrobras não pode subsidiar o diesel porque cria um problema sério para o Brasil, mas reconheceu que os caminhoneiros ganharam poder de barganha. “O governo nunca fez menção de intervir na companhia”, afirmou. Segundo ele, em nenhum momento pensou em deixar o cargo na companhia.

Ontem à noite, a Petrobras anunciou que assinou três contratos de compra e venda para alienação de ativos no valor total de US$ 10,3 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões). Em 2019, o valor total de alienação de ativos é de US$ 11,3 bilhões. Entre as transações está a alienação de 90% da TAG, por aproximadamente US$ 8,6 bilhões. A segunda operação é a cessão de 50% dos direitos de exploração e produção do campo de Tartaruga Verde e do Módulo III do campo de Espadarte para a Petronas, por US$ 1,293,5 bilhão. A terceira é a cessão da participação total da Petrobras em 34 campos de produção terrestres para a empresa Potiguar E&P S.A., subsidiária da PetroRecôncavo, por US$ 384,2 milhões.

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Ainda sobre a Petrobras, o Valor destaca que os acionistas da empresa aprovaram ontem mudanças no estatuto social que permitirá à estatal vender suas subsidiárias sem a necessidade do aval da assembleia de acionistas, somente com ato do conselho de administração, dando agilidade ao processo. Ontem, a estatal informou ainda que decidiu provisionar cerca de R$ 1,3 bilhão em decorrência do atual estágio do litígio envolvendo a Sete Brasil.

O Valor destaca que a Aliança Geradora de Energia, controlada pela Vale está processando a própria controladora e outras empresas pelos danos à Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como usina de Candonga. Os danos foram causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, há mais de três anos. São alvos da ação além da Vale, a BHP, a Samarco e a Fundação Renova. A ação pede o pagamento de indenização referente aos danos emergentes e lucros cessantes do período entre 5/11/2015 e 25/05/2035.

Ainda no noticiário corporativo, seguem as conversas para que a Natura compre as operações da Avon, segundo o jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, a negociação pode ser concluída em breve, com o interesse da Natura focado nas operações da Avon no Brasil. O jornal afirma que a venda da empresa de capital fechado, que representa os negócios da Avon nos EUA e Canadá, à sul-coreana LG não afetam as conversas.

O Valor informa ainda que a rede Magazine Luiza está negociando com exclusividade a compra da Netshoes. Segundo a publicação, a exclusividade começou há duas semana e segue até o final deste mês, entretanto uma ampliação do prazo não está descartada. O preço de venda estaria girando ao redor de US$ 3 por ação, enquanto a cotação atual da empresa é de pouco mais de US$ 2.

Abrindo a safra de balanços de varejistas de moda, a Lojas Renner teve lucro líquido de R$ 161,6 milhões no primeiro trimestre, alta 45% na comparação anual. O Ebitda ajustado somou R$ 316,3 milhões, cifra 26,8% superior, com alta de 1,4 ponto porcentual na margem Ebitda, para 19,2%. A receita líquida de mercadorias totalizou R$ 1,650 bilhão (+ 18%) e as vendas mesmas lojas avançaram 12,7% no período. Segundo a empresa, o aumento margem líquida no primeiro trimestre deveu-se basicamente ao melhor resultado operacional, com a expansão do Ebitda total ajustado.

Já a Cia Hering registrou um lucro líquido de R$ 46,685 milhões, alta de 36,1%. O Ebitda atingiu R$ 57,034 milhões (+25,9%), com margem de 15,3%, alta de 2,1 pontos porcentuais. Segundo a empresa, o crescimento foi impulsionado pelo melhor resultado operacional além da menor alíquota efetiva de imposto de renda em função da deliberação de juros sobre capital próprio. A receita líquida atingiu R$ 373,937 milhões, expansão de 8,8% e as vendas mesmas lojas cresceram 11,5%.

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.