Ibovespa Futuro tem leve alta com correção e expectativa com CCJ e PIB da China na semana

Mercado tenta subir depois de queda de mais de 4% no índice à vista na semana passada por conta do cenário político

Ricardo Bomfim

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São Paulo – O Ibovespa Futuro abre em leve alta nesta segunda-feira (15) com correção após a queda de 4,4% do índice à vista no acumulado da semana passada. Lá fora, as bolsas internacionais operam entre perdas e ganhos à espera do PIB (Produto Interno Bruto) da China amanhã à noite. Hoje o pregão deve ter um volume de negociação incrementado e forte volatilidade em algumas ações por conta do exercício de opções. 

Às 9h25 (horário de Brasília) o contrato futuro do índice para abril subia 0,3% a 93.360 pontos. Enquanto isso, o dólar futuro para maio tinha leves ganhos de 0,09% a R$ 3,889. 

Por aqui, ficam no radar os indicadores econômicos. Considerado uma prévia do PIB, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) caiu 0,73% em fevereiro, ante expectativa de queda de 0,31%, de acordo com estimativa de economistas consultados pela Bloomberg. 

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Já o relatório Focus do Banco Central mostrou revisão para baixo nas expectativas do PIB para 2019. A projeção de crescimento foi de 1,97% para 1,95% nessa semana. As expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – medidor oficial de inflação –por sua vez, subiram de 3,9% para 4,06%. A projeção para o dólar no fim do ano foi mantida em R$ 3,70 e, por fim, a perspectiva para a taxa Selic ficou estável em 6,5% ao ano. 

Na política, os investidores ainda estão preocupados com a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras e as preocupações com o andamento da reforma da Previdência na CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) nessa Semana Santa. 

Do lado positivo, está a decisão do presidente da comissão, Felipe Francischini, de manter a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência como prioritária. Segundo ele, os partidos do “Centrão” tentaram convencê-lo de inverter a pauta de votações, passando o Orçamento Impositivo na frente. Parlamentares do “Centrão” ainda apostam que possam inverter a ordem, já que para isso é necessária a aprovação por maioria simples.

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Os juros futuros avançam hoje. O DI para janeiro de 2021 sobe um ponto-base a 7,15%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 tem alta de um ponto-base a 8,3%.

Bolsas internacionais

Na Ásia, enquanto a bolsa no Japão fechou com ganhos, as de Xangai e Hong Kong, tiveram quedas. Nem mesmo os avanços no fechamento do acordo comercial entre os Estados Unidos e a China foram suficientes para segurar os mercados asiáticos em alta. Os investidores seguem cautelosos, em relação à China, à espera da série de indicadores econômicos que serão divulgados ao longo desta semana na Ásia, para avaliar o patamar de crescimento da maior economia do continente.

Na Europa, as bolsa também operam sem sinais distintos, acompanhando o desenrolar do acordo comercial entre os EUA e a China, assim como pela divulgação da safra de resultados corporativos ao longo desta semana. O mercado europeu opera sem as tensões sobre o Brexit, após semanas à espera de uma decisão sobre a postergação ou não da saída do Reino Unido da UE. Parlamentares britânicos ainda cogitam a apresentação de uma nova proposta de referendo sobre o Brexit, mas que, neste momento, não encontra apoio do governo.

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Entre as commodities, o preço do petróleo opera em baixa nesta segunda-feira, após os avanços da semana passada, com o Brent atingindo a máxima em cinco meses. A baixa, porém, conta com um piso, já que seguem as preocupações com o oferta do produto, por conta dos cortes na produção entre os países membros da Organização Mundial dos Países Exportadores (OPEP).

Noticiário corporativo

O mercado seguirá acompanhando atentamente o noticiário referente aos desdobramentos da decisão da Petrobras (PETR3; PETR4) de acatar as ordens do presidente Jair Bolsonaro de barrar o reajuste no preço do diesel. Para esta segunda-feira, é prevista uma reunião interministerial na Casa Civil para tratar dos aspetos técnicos sobre a política dos combustíveis.

O presidente Jair Bolsonaro se reúne às 16h00, com ministro da Economia, Paulo Guedes, quando tema do reajuste do diesel deve ser debatido. Amanhã, Bolsonaro deverá se reunir com o CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, no Palácio do Planalto, para discutir o assunto e tomar alguma decisão sobre o reajuste.

O desastre de Brumadinho passou a preocupar as siderúrgicas, que passam a registrar falta de pelotas fornecidas pela Vale (VALE3). Segundo o jornal Valor Econômico, siderúrgicas localizadas no Sudeste estão sem o fornecimento do produto. O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, afirmou que, se nada acontecer, em 30 dias as siderúrgicas começarão a sentir essas paradas das minas, o que poderá implicar no desligamento de auto-fornos.

A Eletrobras (ELET3; ELET6) informou que os créditos da Amazonas Distribuidora de Energia, que em junho de 2017 somavam cerca de RS 4,056 bilhões, referente ao reembolso da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), foram cedidos integramente à companhia.

Em fato relevante de 19 de março, a Eletrobras comunicou que a Aneel reconheceu, para o período entre julho de 2009 e junho de 2016, um crédito de R$ 1,592 bilhão, a ser reembolsado pela CCC, assim como um crédito histórico de R$ 1,358 bilhão referente à ineficiência econômica e energética prevista na Lei 13.299/2016, alterada pela Medida Provisória 855/2018, a serem pagos com recursos destinados pela União.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.