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São Paulo – O Ibovespa fechou em alta de 1,77% e o dólar em queda de 1,13% nesta semana, ganhando força com a articulação política do presidente Jair Bolsonaro pela aprovação da reforma da Previdência. Ontem, ele se reuniu com lideranças partidárias do chamado Centrão para angariar apoio para a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
No pregão desta sexta, o mercado chegou a se assustar quando o presidente falou que a reforma será desidratada “em algum ou outro ponto” e que o importante é garantir o tempo de contribuição e a idade mínima, de modo que o regime de capitalização pode ficar para segundo plano.
Contudo, a fala do presidente norte-americano, Donald Trump, que defendeu um corte de juros pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA), garantiu que a Bolsa engatasse alta firme até o fim do pregão.
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O principal índice de ações da B3 teve alta de 0,83%, a 97.108 pontos com volume negociado de R$ 12,2 bilhões. Já o dólar comercial subiu 0,4% a R$ 3,873 na venda, ao passo que o contrato de dólar futuro com vencimento em maio registrava ganhos de 0,56%, a R$ 3,881.
Enquanto isso, os juros futuros tiveram uma sessão sem muito movimento, com o contrato com vencimento em janeiro de 2021 operando em leve variação negativa de um ponto-base a 7,04% e o de 2023 estável a 8,16%.
Segundo o gestor do fundo XP Macro da XP Investimentos, Júlio Fernandes, a bolsa deverá continuar subindo pelos próximos dias, visto que a alta de ontem apenas corrigiu as perdas da quarta-feira, quando o Ibovespa caiu por conta do embate entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e deputados da oposição na CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania).
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“Os congressistas diziam que não havia articulação nenhuma, e agora o Bolsonaro realmente se esforçou nesse sentido, reunindo-se com lideranças sem falar nada contra os políticos depois do encontro, ao contrário do que vinha ocorrendo antes”, explica. “A CCJ está andando e vai votar o projeto no meio de abril, então há motivo para acreditar que o Ibovespa voltará aos 100 mil pontos eventualmente.”
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Na sessão de ontem, o mercado brasileiro repercutiu principalmente o noticiário político. Mesmo que as lideranças do PSDB, PSD, PP, PRB e MDB tenham manifestado ontem que não pretendem entrar na base de sustentação do governo, o fato do Planalto buscar uma articulação sinaliza um importante esforço de reconciliação com o Congresso. A aproximação acontece após a aprovação da PEC do Orçamento Impositivo, tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado, que pode gerar problemas ao governo.
Pela manhã, Paulo Guedes disse que não há o que temer se as principais lideranças são pela reforma. Ele também adiantou que em 30 dias será liberado um pacote de medidas para ajudar os governadores.
De olho na política, os investidores deixaram de lado o relatório do Citibank cortando a projeção deste ano para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2019 de crescimento de 2,2% para 1,8%. O banco também revisou para baixa a estimativa para a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 4% para 3,8%, muito abaixo da meta deste ano (4,25%).
No exterior, os dados do Relatório de Emprego dos Estados Unidos hoje mostraram uma criação de vagas maior que a esperada, mas um aumento menor que o estimado por analistas nos ganhos médios por hora trabalhada. Foram gerados 196 mil empregos no país, contra 177 mil esperados. Já a média dos ganhos salariais ficou em 0,1% ante a estimativa de 0,3%. A taxa de desemprego se manteve em 3,8%, em linha com as expectativas.
Ainda garantiu o otimismo no exterior o encontro do presidente norte-americano Donald Trump com o vice-premiê e principal negociador chinês, Liu He, para tratar do acordo comercial entre os dois países.
Nos Estados Unidos, Trump afirmou que o país está construindo um acordo “monumental” com a China e que uma cúpula com o presidente chinês, Xi Jinping, poderá ocorrer dentro de quatro semanas. Representantes comerciais norte-americanos reiteraram que as conversas com Liu He foram bem, mas que ainda existem questões a serem resolvidas, como as relativas a produtos chineses.
Na Europa, as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia ganharam um novo capítulo com a proposta do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de permitir aos britânicos uma maior flexibilização para deixar a UE, que poderia ser de 12 de meses. No entanto, os lideres do bloco ainda precisam concordar e uma reunião da cúpula está prevista para a próxima semana. Adicionalmente, Theresa May pediu uma extensão do Brexit até 30 junho a Tusk.
Noticiário corporativo
O presidente da Azul, John Rodgerson, disse em entrevista ao Estadão que a entrada da Gol e da Latam na disputa pela compra da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial, tem como objetivo impedir a companhia de crescer no aeroporto de Congonhas, na capital paulista.
A entrada da Gol e da Latam na disputa pela Avianca, porém, não foi bem recebida pelo Cade, pontuou a coluna Painel S.A. da Folha. A publicação ressalta que qualquer operação que transfira slots da Avianca em Congonhas e Santos Dumont à Gol e Latam geraria uma concentração de mercado, tornando a operação praticamente impossível de ser aprovada pelo órgão, afirmaram profissionais do órgão.
Enquanto aguarda os desdobramentos da negociação sobre a Avianca, a Gol divulgou ontem à noite que a demanda doméstica cresceu 3,2% em março sobre igual período do ano passado, enquanto a oferta no período avançou 1,8%. Já a taxa de ocupação doméstica subiu 1,1 ponto porcentual, para 79,8%. No mercado internacional, a demanda subiu 20,5%, enquanto a oferta avançou 24,3%.
A Eletrobras informou ontem que contratou o Santander para contribuir, por meio de novas captações de recursos para quitação ou gestão de dívidas, à uma captação de debêntures. Segundo a Coluna do Broadcast, o banco será o coordenador único da operação que poderá movimentar cerca de R$ 4 bilhões.
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
MRFG3 | MARFRIG ON | 6,66 | +6,90 | +21,98 | 46,87M |
JBSS3 | JBS ON | 16,60 | +5,20 | +43,23 | 254,47M |
CSAN3 | COSAN ON | 46,00 | +4,69 | +37,48 | 122,50M |
VVAR3 | VIAVAREJO ON | 4,53 | +3,42 | +3,19 | 47,26M |
EMBR3 | EMBRAER ON | 19,38 | +3,09 | -10,61 | 35,12M |
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
GGBR4 | GERDAU PN | 15,77 | -2,65 | +7,12 | 162,28M |
SBSP3 | SABESP ON | 40,42 | -2,08 | +28,32 | 141,81M |
RAIL3 | RUMO S.A. ON | 18,50 | -2,06 | +8,82 | 131,88M |
GOAU4 | GERDAU MET PN | 7,51 | -1,83 | +8,98 | 71,57M |
KROT3 | KROTON ON ED | 10,65 | -1,69 | +20,07 | 107,32M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 28,78 | +1,09 | 1,56B | 1,75B | 53.470 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 34,55 | +2,16 | 557,13M | 718,57M | 34.795 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJB | 36,40 | +0,83 | 437,61M | 568,85M | 23.576 |
VALE3 | VALE ON | 51,98 | -0,35 | 432,53M | 1,08B | 18.219 |
BBAS3 | BRASIL ON | 49,11 | +0,57 | 352,53M | 611,03M | 23.845 |
PETR3 | PETROBRAS ON N2 | 32,05 | +2,23 | 314,36M | 370,86M | 17.558 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 17,44 | +0,69 | 282,39M | 372,93M | 20.740 |
JBSS3 | JBS ON | 16,60 | +5,20 | 254,47M | 138,10M | 32.951 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 12,07 | +2,29 | 244,95M | 275,05M | 31.609 |
RENT3 | LOCALIZA ON EJ | 31,88 | -0,06 | 218,09M | 141,69M | 21.757 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Noticiário político
Ontem, durante live no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro destacou as reuniões que teve ontem com líderes partidários e que o encontro serviu para tratar de governabilidade e da reforma da Previdência. “Em nenhum momento tratamos de cargo”.
Vale destacar que, nos encontros com PSDB, DEM, PSD, PP, PRB e MDB, Bolsonaro pediu ajuda para aprovar a reforma da Previdência na Câmara, pediu desculpas por “caneladas” e expôs a ideia de criar um “conselho político”, com quem pretende se reunir a cada 15 dias para sentir a temperatura do Congresso. Após ser avisado de que o mal-estar com o Congresso havia piorado por causa de suas críticas à “velha política”, Bolsonaro prometeu deixar a expressão de lado.
Enquanto isso, Bolsonaro segue enfrentando uma deterioração na sua aprovação popular, de acordo com a pesquisa mensal XP/Ipespe, realizada entre os dias 1º e 3 de abril. Segundo o levantamento, as avaliações positivas (“ótimo” e “bom”) atribuídas pelos entrevistados ao governo caíram de 40% para 35% de janeiro para cá. No mesmo período, o nível “regular” oscilou de 29% para 32%, ao passo que as avaliações negativas subiram de 20% para 26%. Veja mais clicando aqui.
Já no noticiário de jornais, O Globo informa que o governo decidiu reajustar o salário mínimo apenas pela inflação. De acordo com a publicação, a equipe econômica vai propor no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias a ser entregue até o dia 15 a alteração no cálculo no reajuste, vigente desde 2007. Assim, o resultado do PIB de dois anos antes deixaria de fazer parte do cálculo para o reajuste. A regra para o piso em 2020 renderia uma economia de R$ 7,6 bilhões à Previdência.
Já o Valor Econômico destaca que o governo decidiu liberar os preços dos remédios vendidos sem exigência de prescrição médica. Atualmente, 30% desses produtos já têm preços livres e o plano é ampliar essa lista, especialmente de produtos onde exista concorrência na fabricação. Segundo a publicação, essa alteração será feita de forma gradual, em três etapas. Em até duas semanas, os prazos e as quantidades serão definidos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).