Ibovespa Futuro sobe mais de 1% com trégua política e expectativa por acordo entre EUA e China

SÃO PAULO – A forte alta do Ibovespa na véspera deve se estender na sessão desta sexta-feira, com o mercado repercutindo os sinais de trégua política entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara Rodrigo Maia e com Maia e o ministro da Economia Paulo Guedes assumindo a articulação política da Previdência.Com isso, […]

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A forte alta do Ibovespa na véspera deve se estender na sessão desta sexta-feira, com o mercado repercutindo os sinais de trégua política entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara Rodrigo Maia e com Maia e o ministro da Economia Paulo Guedes assumindo a articulação política da Previdência.

Com isso, às 9h08 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em abril tem ganhos de 1,11%, a 95.750 pontos, enquanto o contrato futuro do dólar com vencimento no mesmo período tinha queda de 0,49%, a R$ 3,883 na venda. A divisa comercial, por sua vez, tem queda mais expressiva, de 0,86%, a R$ 3,884.  Os principais contratos de juros futuros, por sua vez, têm leve queda: o com vencimento em janeiro de 2021 tem baixa de 2 pontos-base, a 7,07% e o de vencimento em 2023 tem queda de 3 pontos-base, a 8,16%. 

“A semana começou muito tensa na segunda, virou um ‘caos’ na quarta e hoje caminha para um possível fechamento tranquilo. Além dos sinais de trégua entre Executivo e Legislativo, o cenário externo também ajuda a trazer uma cara de ‘final feliz’ para este fechamento de semana/mês/trimestre, com EUA e China nos últimos detalhes do tão esperado acordo comercial”, destaca o analista da Rico Investimentos, Thiago Salomão. 

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Nesta manhã, as principais bolsas mundiais e commodities sobem com a expectativa de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, que encerraria a guerra comercial entre os dois países. 

No Twitter, o Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou nesta madrugada que ele e o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, concluíram hoje dois dias de negociações comerciais “construtivas” em Pequim. Mnuchin disse também estar ansioso para receber na próxima semana o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, em Washington, para continuar o diálogo comercial entre os dois países.

Segundo a Bloomberg, negociadores dos dois lados discutiram minuciosamente o texto de um acordo comercial que possa ser submetido aos presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. A reunião dos últimos dois dias teria o objetivo de garantir que não houvesse discrepâncias nas versões do texto em inglês e mandarim.

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Nos últimos dias, surgiram relatos também de que a China teria feito ofertas “sem precedentes” nas conversas com os EUA, inclusive para tratar o espinhoso assunto da transferência forçada de tecnologia, que está no cerne da atual rixa sino-americana.

No mercado de commodities, os metais sobem em Londres e o minério de ferro dispara na Ásia, após Vale sinalizar queda de um quinto nas suas vendes; petróleo caminha para melhor trimestre em quase uma década com cortes da Opep.

Trégua em Brasília e Previdência

A trégua em Brasília, que já havia impulsionado os mercados na véspera, pode levar novamente a uma sessão de ânimo. Conforme destaca o jornal O Globo, o clima mais ameno entre Maia e Bolsonaro pode destravar reforma da Previdência e pacote anticrime.

A escolha do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG)  como relator da reforma na CCJ com aval do Planalto e do mesmo partido do presidente foi um passo importante para que não haja atraso na proposta.

Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, que cancelou a participação numa audiência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na terça-feira alegando como um dos motivos a falta de um relator para a reforma, aproximou-se do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com quem almoçou nesta quinta-feira, e disse que voltará à CCJ na próxima semana mais tranquilo. Agora, informa o Estadão, Maia e Guedes vão liderar articulação política para blindar Previdência, após apelos de deputados preocupados com as incertezas.

Contudo, informa a Folha, mesmo com a mudança de tom, porém, líderes do centrão, aglomerado de partidos que não se alinharam automaticamente ao Planalto, afirmam que devem esperar novos movimentos para decidir como agir. Assim, Bolsonaro não teria apoio garantido do Congresso. 

Bolsonaro, em sua live semanal no Facebook na noite de ontem, defendeu a reforma da Previdência. . “Eu gostaria que todo mundo se aposentasse, o homem com 25 anos e a mulher com 20, seria o ideal, mas, como a Previdência está posta, em 2022 ela quebra ou antes disso, então a reforma é para que o Brasil não quebre”, disse.

Noticiário Corporativo

Na última quinta-feira (28), 18 empresas divulgaram os balanços do 4º trimestre, o que pode impactar o preço dos ativos durante o pregão desta sexta. Entre os destaques estão JBS (JBSS3), Copel (CPLE6), Ser Educação (SEER3) e Sabesp (SBSP3).

No caso da JBS, a companhia reverteu um prejuízo de R$ 451,7 milhões no 4º trimestre de 2017 para um lucro líquido de R$ 563,2 milhões no mesmo período de 2018. Segundo a companhia, o resultado foi impulsionado pelo bom desempenho nas operações de carne bovina nos EUA e pela valorização do dólar perante o real.

Demais destaques incluem a nomeação do novo presidente da Smiles, Gafisa reduz prejuízo líquido em 20% no 4º trimestre, BRF elege novo CEO global e Vale anuncia que reduzirá vendas em 75 milhões de toneladas em 2019.

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(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.