Primeiro estágio do “bull market” brasileiro acabou e segunda etapa será mais difícil, afirma Morgan

Desta forma, os estrategistas do banco americano avaliam que as ações devem ter um movimento de pausa nos próximos 1 a 3 meses; assim, Morgan Stanley recomenda aguardar ajuste para comprar Brasil

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após uma forte alta do Ibovespa nos últimos meses, os estrategistas do Morgan Stanley destacaram que ainda estão otimistas quando às perspectivas para as ações brasileiras. A tese de investimentos, apontam eles em relatório, pode ser resumida em poucas palavras: “o mundo está em um fim de ciclo, enquanto o Brasil está no início. 

Contudo, agora, o movimento é de cautela, uma vez que a primeira fase do mercado em alta já terminou e a segunda etapa deve ser mais “complexa”.

O mercado em alta foi impulsionado pelo sonho da consolidação fiscal (leia-se Reforma da Previdência) e uma recuperação cíclica da economia após anos de recuperação. Mas a próxima etapa será mais difícil uma vez que o governo brasileiro terá que cumprir a promessa de Reforma.

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“Portanto, achamos que as ações devem ter um movimento de pausa nos próximos 1 a 3 meses, enquanto o governo angaria apoio para uma votação em Plenário na Câmara dos Deputados, alterando o projeto de lei de reforma”, afirmam. 

Assim, os ativos brasileiros já estão precificando um “processo de aprovação relativamente suave” para a reforma da Previdência, então é melhor esperar e comprar após quedas, de acordo com o Morgan Stanley. 

Neste sentido, apontam, “a assimetria nos preços dos ativos locais ainda não é atraente o suficiente para envolver-se direcionalmente no Brasil, dada a incerteza subjacente”. 

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O cenário-base é de que a reforma da Previdência resulte em uma economia de R$ 600 bilhões a R$ 650 bilhões nos próximos 10 anos, uma diluição entre 44% e 48% frente os R$ 1,16 trilhão da proposta original.

Se a reforma da Previdência for acompanhada de outras medidas, como a reversão de incentivos fiscais, novas concessões e outros cortes de gastos, o resultado primário irá aos níveis necessários para que a dívida se estabilize em 2023.

Já com relação ao dólar, os estrategistas recomendam entrar no real se dólar subir para R$ 3,95, mas sinaliza que, se a moeda brasileira continuar se desvalorizar, o próximo nível de resistência só virá a R$ 4,20.

De qualquer forma, sobre o mercado de ações, os estrategistas do Morgan Stanley mantêm o tom otimista ao verem um grande caminho para a economia brasileira crescer sem inflação e para a lucratividade das empresas melhorar se o país puder enfrentar seu desafio estrutural. Porém, enquanto essas questões não forem enfrentadas, a hora é de ter maior cautela.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.