Vale cai mais de 2%; Sabesp despenca 9% com capitalização mais provável e Braskem sobe com venda mais próxima

Confira os destaques do mercado na sessão desta segunda-feira (11)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A segunda-feira parecia que iria começar animada no mercado brasileiro, em meio à alta do minério de ferro na China, além da alta no exterior. Contudo, o índice fechou em nova queda e perdeu os 95 mil pontos, com a Vale passando a registrar forte queda após a abertura dos mercados internacionais com os investidores de olho nos desdobramentos da tragédia em Brumadinho. 

Mas a maior queda ficou com a Sabesp, em meio às maiores chances de uma capitalização do que uma privatização da estatal de saneamento paulista. 

Entre outros destaques, a Embraer informou que entregou um total de 181 jatos em 2018, enquanto o mercado aguarda pelos números do quarto trimestre de Comgás e BB Seguridade a serem divulgados após o fechamento do mercado. Confira os destaques desta sessão: 

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Vale (VALE3

As ações da Vale chegaram a subir em uma sessão em que o minério de ferro na China foi negociado em alta de 8% na volta do feriado de Ano Novo Lunar no país asiático. Contudo, os papéis não reagiram tanto tempo com expressivo movimento de alta e logo no início do pregão viraram para queda. 

Isso ocorreu uma vez que a China não teve negociação nos seus mercados durante toda a semana passada. Assim, os contratos futuros “correram atrás” da alta registrada no período pelos outros mercados em meio às preocupações com a oferta de minério em meio aos problemas sofridos pela Vale após Brumadinho. A baixa se intensificou após a abertura nos EUA e a ação VALE3 fechou em queda superior a 2%. 

No radar da companhia, ela foi intimada a realizar depósito judicial de R$ 7,431 bilhões em cumprimento das ordens de bloqueio de recursos no valor de R$ 10 bilhões. Não houve aumento dos montantes totais de ordens liminares de bloqueio ou de indisponibilidade de recursos, segundo a mineradora.

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Por fim, o MP de Minas afirmou que a Justiça levantou sigilo de ação sobre barragens da Vale.  A ação judicial tem por objeto a garantia das condições de segurança e estabilidade das barragens de rejeitos pertencentes à Vale em Minas Gerais. A ação envolve as barragens Laranjeiras, Menezes II, Capitão do Mato, Dique B, Taquaras, Forquilha I, II e III.

Sabesp (SBSP3)

O vice-governador de São Paulo Rodrigo Garcia deu declarações apontando que o governo paulista defende uma alteração na Medida Provisória que altera o marco legal do saneamento e viabilize uma capitalização nos moldes do governo anterior, em que é constituída uma holding e vendida metade de sua participação, mantendo a empresa sobre o controle do Estado.

Essa informação de que uma capitalização seria mais provável que uma privatização (que renderia o dobro da arrecadação ao Estado) fez com que os papéis caíssem mais de 9%, afetando também os papéis dos pares no setor como Copasa (CSMG3) e Sanepar (SAPR11). 

Braskem (BRKM5)

A venda da Braskem para a LyondellBasell está bastante adiantada, informa a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo. Já entrou na fase de redação dos documentos. Salvo algum imprevisto de última hora é coisa para ser anunciada logo depois do carnaval.

Petrobras (PETR3;PETR4)

As ações da Petrobras caíram seguindo o movimento do preço do petróleo, com baixa de cerca de 0,8%, com o mercado registrando maior apreensão sobre o baixo progresso sobre os cortes de produção da Opep. 

No radar da empresa, segundo estudo do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) a pedido do jornal O Globo, a Petrobras ainda acumula perdas de R$ 9 bilhões nos últimos oito anos com a venda de combustíveis no Brasil.

De acordo com cálculos do instituto, a estatal vendeu gasolina e diesel mais barato que a cotação no mercado internacional entre 2011 e 2014 , acumulando prejuízos de R$ 71,2 bilhões, seguindo determinação do governo de Dilma Rousseff, que usou a estatal para controlar a inflação. No período posterior, entre 2015 e 2018, a empresa — afetada pelos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava-Jato e em crise financeira — adotou política de alinhamento de preços ao valor do barril do petróleo e ao câmbio. Os ganhos chegaram a R$ 62,2 bilhões, mas não compensaram integralmente as perdas anteriores.

Embraer (EMBR3)

A Embraer entregou um total de 181 jatos em 2018, dos quais 90 foram jatos comerciais e 91 foram jatos executivos (sendo 64 leves e 27 grandes). O volume de entregas para a aviação comercial ficou dentro da estimativa de 85 a 95 jatos comerciais, enquanto a aviação executiva ficou abaixo da previsão de 105 a 125. No quarto trimestre de 2018, a Embraer entregou 33 jatos comerciais e 36 jatos executivos (24 leves e 12 grandes). Em 31 de dezembro, a carteira de pedidos firmes a entregar totalizava USD 16,3 bilhões. Veja os detalhes abaixo:

Durante o quarto trimestre, a Embraer confirmou a venda de jatos comerciais seguindo os acordos estabelecidos no Farnborough Airshow, em julho de 2018. A Republic Airways, maior operadora do mundo de E-Jets, assinou um contrato firme de 100 jatos E175. O contrato também inclui o direito de compra de 100 jatos E175 adicionais, com direito de conversão para o E175-E2, elevando o potencial do pedido para até 200 E-Jets.

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras confirmou igualmente o pedido firme de 21 jatos E195-E2 previamente revelado. Esse contrato é uma adição aos 30 jatos E195-E2 pedidos em 2015 pela companhia, resultando em uma encomenda total de 51 jatos E2. A Azul é a operadora de lançamento do E195-E2 e receberá sua primeira aeronave em 2019.

Finalizando os contratos acordados no airshow, a Embraer assinou um pedido firme de três jatos E190 com a Nordic Aviation Capital (NAC), a líder global de leasing de aeronaves regionais, e revelou que a Binter Canarias, da Espanha, receberá seu primeiro jato E195-E2 no segundo semestre de 2019, tornando-se o primeiro cliente europeu do maior modelo da família dos E-Jets E2. A companhia confirmou a encomenda de três jatos E195-E2. O contrato inclui também o direito de compra a dois jatos adicionais do mesmo modelo.

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No quarto trimestre, a área de Serviços e Suporte anunciou diversos contratos com companhias ao redor do mundo. A Air Peace, companhia aérea privada líder da Nigéria, assinou um contrato de prestação de serviços e suporte à frota de seis jatos ERJ 145. A Trans States Airlines confirmou a assinatura de um contrato de adesão ao Programa de Planejamento Colaborativo de Estoques da Embraer (ECIP, na sigla em inglês), uma solução de fornecimento de partes. Além disso, a Embraer assinou um acordo com a Western Air, das Bahamas, com duração de vários anos para um Programa Pool de Peças de reposição e manutenção para apoiar sua frota de jatos ERJ 145.

 

JBS (JBSS3)

Segundo informações da coluna Mercado Aberto, da Folha de S. Paulo, advogados que representam controladores da JBS pretendem abrir um processo contra a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo a publicação, a companhia entende que não pode ser punida em decorrência de informações que vieram à tona por meio dos acordos de leniência com o Ministério Público. A comissão instaurou, no dia 28 de dezembro, três inquéritos administrativos para apurar possíveis irregularidades dos controladores da JBS.

Minerva (BEEF3)

A Minerva Foods, segunda maior produtora de carne bovina no Uruguai, anunciou que teve suas três plantas localizadas no país habilitadas para exportar a proteína in natura ao Japão. Em comunicado ao mercado, a empresa disse que a capacidade diária de abate nas unidades uruguaias é de 3.200 cabeças. Com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Minerva ressalta que o Japão é o terceiro maior importador de carne bovina do mundo.

“A companhia reitera seu compromisso de manter os acionistas e o mercado em geral informados acerca do andamento deste e de qualquer outro assunto de interesse do mercado”, acrescentou a nota.

BR Distribuidora (BRDT3)

Segundo o Valor Econômico, a rede de postos de gasolina BR Distribuidora contratou o banco BR Partners para buscar um parceiro no negócio de lojas de conveniência. Entre as companhias que já sinalizaram interesse nas últimas semanas estão Lojas Americanas (LAME4), Grupo Pão de Açúcar (PCAR4), a dona do Frango Assado e Viena IMC (MEAL3), Carrefour (CRFB3), a americana 7Eleven e a gestora Advent.

Cemig (CMIG4)

Cledorvino Belini anunciado como novo CEO da Cemig. Ele tem um longo histórico como executivo da Fiat e possui mestrado em negócios pela USP.

“Não vemos sua falta de experiência no setor de energia como negativa, considerando a atual dinâmica da empresa: seu plano de desinvestimento voltou a ser o destaque devido a alavancagem da empresa e às dificuldades financeiras do Estado de Minas Gerais. Assim, vemos a entrada do novo executivo mais alinhada com as ideias do Romeu Zema, o novo governador de Minas Gerais e sua intenção de avançar com o plano de desinvestimento da empresa ou a privatização total”, destaca o Brasil Plural em relatório. 

Eternit (ETER3)

A Eternit informou ter suspendido as atividades da mineradora SAMA, controlada por ela, até apreciação do pedido de efeito suspensivo requerido nos embargos de declaração opostos pela entidade representativa do setor.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.