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SÃO PAULO – As divergências sobre a reforma da Previdência e o resultado do Itaú Unibanco são os drives do mercado nesta terça-feira (5). Após o mau humor pela manhã com as divergências sobre a reforma, durante a tarde as falas de Rodrigo Maia e Paulo Guedes trouxeram novo ânimo para os investidores. A bolsa só não virou para o positivo por conta da forte queda das ações do Itaú.
O Ibovespa fechou com leve queda de 0,28%, aos 98.311 pontos, com o volume financeiro atingindo R$ 16,259 bilhões. O contrato de dólar futuro com vencimento em março, por sua vez, ficou estável a R$ 3,674, enquanto o dólar comercial caiu 0,17%, cotado a R$ 3,6664 na venda.
No mercado de juros futuros, o movimento foi de recomposição de prêmio após discordâncias em relação à proposta da Previdência. O contrato com vencimento em janeiro de 2021 subiu 2 pontos-base, para 7,00%, e o contrato para janeiro de 2023 avançou 4 pontos, a 8,10%.
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Durante a tarde, o mercado se animou com as declarações consideradas positivas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre reforma da Previdência. Segundo o deputado, o desafio agora é garantir que a Previdência tenha voto em 2 meses, sendo que, para ele, o governo tem condições de ter 350 deputados na base.
Já Guedes disse que o governo tem “duas ou três versões” para a Previdência e que elas serão entregues para o presidente Jair Bolsonaro assim que ele sair do hospital. Ele ainda ressaltou que a meta é economizar R$ 1 trilhão em 10 ou 15 anos e que Bolsonaro defende uma idade mínima menor para aposentadoria de mulheres.
O noticiário corporativo também é desfavorável. Repercutindo o resultado do quarto trimestre, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) têm a maior queda do índice.
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O banco encerrou os últimos três meses de 2018 com lucro líquido recorrente de R$ 6,478 bilhões, uma alta de 3,15% ante o mesmo período do ano anterior. O resultado ficou levemente abaixo da projeção de R$ 6,65 bilhões dos analistas da XP Investimentos e do Brasil Plural.
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Para 2018 como um todo, o lucro líquido recorrente cresceu 3,4% ante o ano anterior, para R$ 25,73 milhões. A diferença entre a expectativa e a realidade “pode ser atribuída a despesas administrativas um pouco mais altas e resultados piores no segmento de seguros”, destacou o Credit Suisse em relatório. As despesas gerais administrativas vieram em R$ 57,5 bilhões em 2018.
Para analistas da XP Investimentos, o resultado foi “tímido, mas seguimos confiantes para 2019”.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
VVAR3 | VIAVAREJO ON | 5,64 | -5,84 | +28,47 | 130,11M |
CIEL3 | CIELO ON | 11,18 | -4,61 | +25,76 | 380,78M |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 38,00 | -4,26 | +7,13 | 2,72B |
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 46,00 | -4,07 | +9,47 | 169,65M |
ITSA4 | ITAUSA PN | 13,37 | -3,12 | +10,68 | 347,34M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BRFS3 | BRF SA ON | 25,24 | +6,50 | +15,09 | 400,26M |
SMLS3 | SMILES ON | 46,90 | +3,69 | +7,51 | 45,78M |
KLBN11 | KLABIN S/A UNT N2 | 19,90 | +3,00 | +25,31 | 122,69M |
BBAS3 | BRASIL ON | 54,65 | +2,92 | +17,55 | 613,91M |
GOLL4 | GOL PN N2 | 27,59 | +2,26 | +9,92 | 156,38M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 38,00 | -4,26 | 2,72B | 758,79M | 106.170 |
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 26,05 | +0,08 | 1,06B | 1,49B | 36.579 |
VALE3 | VALE ON | 44,64 | -0,09 | 980,03M | 1,61B | 44.633 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 45,69 | +0,04 | 794,89M | 647,24M | 42.667 |
BBAS3 | BRASIL ON | 54,65 | +2,92 | 613,91M | 511,58M | 29.461 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 18,64 | +1,03 | 431,93M | 448,26M | 36.937 |
BRFS3 | BRF SA ON | 25,24 | +6,50 | 400,26M | 161,53M | 36.117 |
CIEL3 | CIELO ON | 11,18 | -4,61 | 380,78M | 206,94M | 42.483 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 13,37 | -3,12 | 347,34M | 351,98M | 34.101 |
B3SA3 | B3 ON | 32,98 | +2,20 | 294,57M | 359,06M | 25.359 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Bolsas mundiais
Os índices nos Estados Unidos operam em alta com os investidores à espera do discurso de Donald Trump sobre o Estado da União. O mercado espera por sinalizações quanto à guerra comercial com a China e a paralisação parcial do governo diante do impasse com o muro na fronteira com o México.
A lei que suspendeu a paralisação em 25 de janeiro tem prazo de três semanas até 15 de fevereiro. “Se o Congresso não conseguir entrar em acordo sobre o muro na fronteira com o México, é provável que haja outra paralisação, o que poderá trazer volatilidade aos mercados”, destaca a equipe da XP Research.
As bolsas na Europa caminham para nove semanas de ganhos em meio a balanços positivos, com destaque para o desempenho da petroleira BP. Na Ásia, as bolsas na China e em Hong Kong permanecem fechadas ao longo desta semana devido ao Ano Novo Lunar. O índice do Japão encerrou em leve queda.
Os preços do petróleo operam em alta com as perspectivas de menor oferta global após as sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela e os cortes na produção liderados pela Opep.
Reforma da Previdência
O presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM), marcou para hoje a primeira reunião de líderes da legislatura e estará na pauta do encontro a reforma da Previdência. Para Alcolumbre, os senadores deverão dar prioridade à reforma para equilibrar as contas da União, dos estados e dos municípios.
Nas contas do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o Palácio do Planalto terá apoio para aprovar a agenda de reformas descrita na mensagem presidencial ao Congresso, lida ontem no início dos trabalhos legislativos deste ano.
“Nós já chegamos a um número suficiente para transformar o Brasil”, disse o ministro se referindo a soma de votos obtidos pelos candidatos à Presidência do Senado mais bem votados nas eleições de sábado (2): Davi Alcolumbre (DEM-AP), Espiridião Amin (PP-SC), e Angelo Coronel (PSD-BA).
Alcolumbre recebeu 42 votos, o segundo colocado obteve 13 e o terceiro, oito. O total soma 63 votos, nove acima do quórum para aprovar emendas constitucionais, como a reforma da Previdência. No entanto, é sabido que a matemática em Brasília não é tão simples assim e esses votos poder não ser necessariamente transferidos para a aprovação da reforma.
Em busca de costurar apoio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reúne-se hoje com Alcolumbre e Rodrigo Maia, presidente da Câmara, para tratar da reforma.
Ontem, uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou trechos do que seria a proposta de reforma. Segundo o jornal, o governo deve propor idade mínima única de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem no Brasil. Além disso, a minuta de projeto ainda prevê um mínimo de 20 anos de contribuição para o trabalhador receber 60% da aposentadoria chegando, de forma escalonada, até o limite de 40 anos, para o recebimento de 100%.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, confirmou que o texto vazado é uma das propostas que vêm sendo analisadas pelo governo. Após o vazamento, a proposta já enfrenta resistência. “O presidente não é favorável a igualar homem e mulher. Eu concordo com ele”, disse o vice-presidente Hamilton Mourão. Militares seguem pressionando para ficar de fora das mudanças.
O programa Analistas sem Censura desta semana debaterá o impacto da reforma nos investimentos, ao vivo, a partir de 15h (de Brasília). Acompanhe no InfoMoney TV ou na página do InfoMoney no Facebook.
Noticiário político
A alta do hospital prevista para o presidente Jair Bolsonaro para quarta-feira (6) não irá mais acontecer. De acordo com o boletim médico do Hospital Albert Einstein, o presidente teve febre, alteração de exames laboratoriais, passou a tomar antibióticos e voltou para a unidade de cuidados semi-intensivos. Ontem ele já não despachou ou realizou reuniões.
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Bolsonaro ainda passou por procedimento com sonda para retirada de líquido da cavidade na região antes estava a colostomia. Segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro não deve ter alta antes de segunda-feira (11).
Com Bolsonaro internado, o vice-presidente Hamilton Mourão lidera mais uma reunião com ministros na manhã desta terça-feira.